Em duelo cheio de lances técnicos de equipes que contam com verdadeiros "Quartetos Fantásticos", a quadra do Fluminense funcionou melhor e foi fundamental na vitória por 3 a 1 sobre o São Paulo na noite deste sábado, no Morumbi. Fred fez o primeiro e assistiu Wagner no segundo.
Autor do cruzamento no gol do camisa 9, Conca fechou o placar em bela cobrança de falta, bem cavada por Cícero. Alexandre Pato descontou para o Tricolor Paulista, que não teve Muricy Ramalho à frente do banco – o comandante foi internado na quinta-feira, devido a uma taquicardia. Milton Cruz, seu auxiliar, foi a campo como interino.
O resultado fez o Flu, agora com 40 pontos, assumir o quarto lugar e dormir no G-4, grupo que não integrava definitivamente desde a 15ª rodada – mas pode ser ultrapassado por Atlético-MG, Grêmio e Corinthians, que têm a mesma pontuação e completam a rodada neste domingo. O São Paulo só deixa a zona de classificação à Libertadores se Galo e Tricolor gaúcho vencerem seus jogos por goleada (no caso do último, numa improvável diferença de sete gols). No entanto, a fase do time paulista é preocupante: conquistou apenas um ponto dos últimos 12 disputados. Com 43, é o terceiro colocado.
Curiosamente na próxima rodada do Campeonato Brasileiro, a 26ª, São Paulo e Fluminense voltam a protagonizar duelos tricolores. No sábado, às 16h20, os paulistas encaram o Grêmio em Porto Alegre. Na mesma data e horário, os cariocas, na condição de mandante, enfrentam o Bahia, no Mané Garrincha, em Brasília.
Fred corre para comemorar o seu gol,
que abriu o placar no Morumbi (
Foto: Marcos Ribolli)
Poucas chances, porém bons tratos à bola
São Paulo e Fluminense não travaram um grande duelo nos 45 minutos iniciais, e o reflexo maior disso foi o número de finalizações: seis, com três para cada lado. Apesar da riqueza de talentos, a etapa foi pobre em emoções. As duas grandes oportunidades aconteceram aos 39 minutos, e Cavalieri foi fundamental em ambos. No primeiro, foi vencido por Alexandre Pato, mas recuperou-se a tempo de impedir que Alan Kardec abrisse o placar. Na sequência, Auro cruzou, e Pato, com muita liberdade, obrigou o goleiro tricolor a grande defesa. A escassez de lances perigosos, contudo, não fez da partida chata ou ruim. Conca e Kaká deram bons dribles, e os times erraram poucos passes. O Tricolor paulista pecou em 20 de 177 das tentativas, enquanto o rival acertou 135 de 156.
Jogaço nos 45 minutos finais
O segundo tempo começou muito melhor no quesito chances reais de gol. Logo aos quatro minutos, Kaká recebeu ótimo passe de Pato, mas perdeu a passada e não finalizou. Aos sete o placar foi aberto. Conca cruzou na medida, e Fred não perdoou. Mas a vantagem do Flu durou apenas até os 13, quando Alan Kardec recebeu com liberdade pela direita e cruzou para a área. Pato, atrás da linha da bola, colocou na rede: 1 a 1. Tanto Fred quanto Pato chegaram a nove gols cada na competição.
Pato empata e corre com a bola para
o meio de campo. Reação acabou aí
(Foto: Marcos Ribolli)
No primeiro terço da etapa final, dois gols e futebol de alto nível. O jogo morno do primeiro tempo virou um jogaço. Kardec e Pato foram autores de bonitas canetas, enquanto Conca deu lindo drible no 11 são-paulino após desarmá-lo no campo de defesa do Flu. Além das jogadas plásticas, a busca pelo gol era maior por parte de ambos os times. Aos 26, Ganso recebeu com liberdade na entrada da área e, em arremate seco, levou muito perigo ao gol de Cavalieri. No minuto seguinte, os cariocas voltaram a liderar o placar. Fred deixou Denilson a ver navios com jogada de corpo e serviu a Wagner, que livrou-se de Auro com um corte para dentro da área e finalizou com o pé direito: 2 a 1. Golaço.
Aos 42 minutos do segundo tempo, Cavalieri foi novamente fundamental ao fazer grande defesa em chute cruzado de Osvaldo dentro da área, evitando o empate num momento em que o São Paulo pressionava. Aberto, os donos da casa permitiram o contra-ataque, que Cícero aproveitou para, de maneira inteligente, diante de quatro adversários, segurar a bola e receber falta de Denilson. Poderia ser apenas para ganhar tempo, mas Conca cobrou com perfeição e fez Rogério Ceni provar do próprio veneno.