Levantou as mãos para o céu pouco antes do apito inicial do árbitro Stark Wolfgang e se benzeu várias vezes já com a bola rolando no Parque dos Príncipes. <span class="semantica-autolink-topico-tip" id="span-autolink-id-http://semantica.globo.com/esportes/atleta/70164" rel="http://semantica.globo.com/esportes/atleta/70164">Lucas</span> procurava concentração e inspiração para o "jogo da sua vida", como ele próprio definiu nos dias anteriores ao confronto entre <span class="semantica-autolink-topico-tip" id="span-autolink-id-http://semantica.globo.com/esportes/equipe/2696" rel="http://semantica.globo.com/esportes/equipe/2696">Paris Saint-Germain</span> e Barcelona, pelas quartas de final da Liga dos Campeões da Europa, terminado empatado por 2 a 2 (assista aos melhores momentos). Mais participativo nos 45 minutos iniciais do que nos finais, mostrou personalidade e desenvoltura no primeiro teste de fogo no futebol europeu. Só faltou mesmo o gol para coroar a boa atuação.
Depois de três semanas afastado dos campos por uma lesão no tornozelo esquerdo, Lucas ganhou total confiança do treinador Carlo Ancelotti, que o escalou desde o início, apesar da sua inexperiência e 20 anos de idade, e pediu 'coragem'.
- Quando entrei em campo, nem queria acreditar. Jogar contra Messi, Xavi e Iniesta. Parecia que estava sonhando. Aos poucos, foi caindo a ficha e eu pensei: estou aqui, estou jogando contra o Barcelona na Champions League e agora quero demonstrar o meu futebol e talento - afirmou o número 29 do PSG.
Sem se intimidar, Lucas 'chega junto' de Messi no empate entre PSG e Barça pela Champions (Foto: AP)
- Ouvir a torcida gritar o meu nome essa noite foi maravilhoso. Isso me deixa ainda mais motivado e com vontade de me superar cada vez mais. Quero jogar melhor para eles, para os torcedores que estão na arquibancada - revelou Lucas no fim do jogo, visivelmente feliz pelo carinho que recebeu em Paris.
Arrancadas, assistências e cabeçada a gol no primeiro tempo
Foram gritos merecidos que o ex-são-paulino escutou. Lucas foi um dos melhores do time no primeiro tempo e participou de três das quatro grandes chances de gol.
O jovem meia teve participação intensa no jogão (Foto: Reuters)
Aos 13 minutos, Lucas voltou a arrancar com toda a velocidade numa das jogadas que mais entusiasmaram o Parque dos Príncipes. Só foi travado em falta de Busquets. Beckham cobrou na área, e o brasileiro ainda cabeceou com perigo – apesar de não ser a jogada aérea a sua especialidade. O ex-são-paulino demonstrava uma vez mais ser um dos mais dinâmicos jogadores em campo no início da partida. Disputou bolas com Messi e chegou até a debater com Ibrahimovic e Beckham para decidir quem cobrava uma falta aos 17.
Dos 14 passes que Lucas deu no jogo, cinco foram para Ibra. Não se cansou de levantar a mão para o alto pedindo bola, e foi um dos mais procurados pelos companheiros no primeiro tempo. Tentou furar o meio-campo do Barcelona com dribles e foi o que mais sofreu faltas no PSG, três vezes. Mas, assim como o seu time, pareceu sentir o gol de Messi aos 38 minutos.
Cansaço atrapalha na etapa final
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No segundo tempo, Lucas não apareceu tanto. Jordi Alba escapou várias vezes pela lateral, sem que o brasileiro acompanhasse como havia feito nos 45 minutos iniciais.- PSG e Barcelona empatam no primeiro duelo pelas quartas de final
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Com as entradas de Verratti e Menez, o PSG voltou a crescer no jogo. E o próprio francês se beneficiou com mais um passe de Lucas aos 30, chutando cruzado com perigo.
- No segundo tempo, acho que foi o cansaço que me prejudicou. Há três semanas que não jogava. Voltar agora num encontro desse nível de exigência não foi fácil. Eu me senti muito cansado, mas dei tudo em campo pelo time.
Mesmo visivelmente desgastado e com o PSG em desvantagem no marcador, Ancelotti fez mais uma substituição, mas Lucas permaneceu em campo. Mais um voto de confiança do treinador italiano no talento do jovem de apenas 20 anos.
Outro duelo inesquecível para o ex-são-paulino: com Xavi (Foto: AP)
Antidoping e jantar em família após o jogo
A felicidade de Lucas era evidente ao fim da partida. Afinal, recuperar duas vezes a desvantagem num confronto com Barcelona não é para muitos times. Uma coisa é certa, o PSG não vai à Catalunha a passeio na semana que vem, mas sim para brigar pela classificação.
- Acho que temos equipe para poder ir além nesta competição. É difícil, mas não é impossível, podemos fazer um bom jogo e ganhar por 1 a 0 no Camp Nou ou até por mais - disse Lucas.
Não bastasse ficar em campo por 90 minutos e mais os acréscimos, o brasileiro ainda teve que fazer o exame antidoping. Acabou sendo o último a sair do estádio, com Thiago Silva, uma hora depois dos companheiros. Com sensação de dever cumprido, o Lucas deixou o Parque dos Príncipes em família.
Lucas acompanha o capitão Thiago Silva na comemoração pelo gol que selou a igualdade em Paris (Foto: AFP)
O PSG treina sem folga todos os dias da semana e joga no sábado, fora de casa, contra o Rennes, pela 31ª rodada do Campeonato Francês. No domingo, mais um dia de trabalho, para viajar no início da semana para Barcelona. Na próxima quarta-feira, dia 10, Lucas terá uma nova oportunidade de enfrentar os catalães, naquele que será mais um 'jogo da vida'.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/liga-dos-campeoes/noticia/2013/04/sem-medo-no-jogo-da-vida-lucas-vive-intensamente-sonho-de-enfrentar-o-barca.html