Esporte
Sem definição: julgamento de Carlos Alberto é adiado para a quinta-feira
Relator pede mais tempo para observar processo no caso de doping do meia
Por Gustavo Rotstein* Rio de Janeiro
Guilherme Rezende, advogado que defendeu o meia Carlos Alberto (Foto: Gustavo Rotstein)
O julgamento do meia Carlos Alberto por doping terminou sem um veredicto. Após mais de uma hora de explanações de todas as partes no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), nesta sexta-feira, a sessão teve sua conclusão adiada para a próxima quinta. O pedido foi feito pelo auditor relator Miguel Cançado, que acredita precisar de mais tempo para observar todo o processo. Carlos Alberto foi julgado por doping supostamente ocorrido na partida entre Vasco e Fluminense, dia 2 de março, pelo Campeonato Carioca. A análise laboratorial identificou a presença de duas substâncias proibidas, que constam no código da Agência Mundial Antidoping como mascarantes - escondem a presença de anabolizantes, por exemplo. Caso condenado, ele pode pegar pena de dois anos de suspensão. Ausente do tribunal, Carlos Alberto foi defendido por Guilherme Rezende, irmão de Bernardinho, técnico da seleção brasileira masculina de vôlei. Em sua primeira vez militando no futebol, lembrou o caso do jogador de vôlei de praia Pedro Solberg, defendido por ele, que foi inocentado da acusação de doping tendo como base um laudo emitido por um laboratório da Alemanha que contradisse prova e contraprova analisadas pelo Ladetec. - Eu acho o caso bastante complexo, que demanda muito estudo e é mais do que normal que peçam o adiamento. Houve o depoimento do Doutor Fernando (Solera), que trouxe novos elementos. Estou confiante, confiante que os erros desse laboratório no passado recente possam mostrar que existem máculas neste processo, que podem ser considerados pelos auditores. É nessa esperança que a gente vive, e também o fato de acreditar que essa pena, caso aplicada, possa ser de advertência - afirmou Rezende. O julgamento também teve a participação de Fernando Solera, presidente da Comissão Nacional de Dopagem. Ele foi enfático ao contestar a hipótese de erro na coleta ou na chamada “cadeia de custódia”, que se trata do local e do tempo onde a amostra de urina é guardada até ser levada ao laboratório para análise. Num discurso efusivo, o procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, defendeu a condenação de Carlos Alberto. Além disso, questionou a maneira como o processo tramitou no Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD-RJ), que absolveu o jogador em suas duas instâncias. Ele citou a demora do encaminhamento do processo ao STJD, o que gerou multa da Fifa à CBF. Responsável pela defesa de Carlos Alberto no TJD-RJ, Luciana Lopes deixou o caso recentemente. A filha de Rubens Lopes, presidente da Federação de Futebol do Rio de Janeiro, deu lugar a Guilherme Rezende nesta semana. - Onde há poder, há abuso. Esse caso tem o chamado “departamento de forças ocultas”. Não posso concordar com a forma como esse processo foi levado a julgamento, o que leva à desconfiança do porquê da demora de haver encaminhamento para esta casa. Acho até que acabaria não havendo esse encaminhamento - afirmou Schmitt. Em seu discurso de defesa, Guilherme Rezende admitiu a possibilidade de condenação de Carlos Alberto, mas também pediu que os auditores considerem a primariedade do jogador e o impacto que o laudo de um estabelecimento questionado em ocasiões anteriores pode causar em sua carreira. - Eu acho que, como ele (Carlos Alberto) é primário, se houver uma pena, não espero uma superior a seis ou oito meses. Mas é absolutamente um chute, porque outros auditores vão falar e o procurador vai falar de novo. Eu não sou tão experiente assim no futebol, no vôlei seria mais fácil acertar. Mas acredito que não será uma pena tão alta assim - observou.
*estagiário Thiago Benevenutte, sob a supervisão de Gustavo RotsteinFONTE:http://globoesporte.globo.com/futebol/noticia/2013/08/sem-definicao-julgamento-de-carlos-alberto-e-adiado-para-quinta-feira.html
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