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É véspera da estreia na etapa. Depois do treino, os atletas se despedem da comissão técnica e voltam ao hotel. Lá, um encontra a esposa, e o outro, a namorada. Depois do jantar, cada casal vai para um quarto. O que em outros esportes poderia ser caracterizado como indisciplina, no vôlei de praia é tratado com normalidade. Sem confinamento e com horários e limites estabelecidos por cada dupla, a modalidade apresenta uma liberdade a qual nem os atletas da quadra estão acostumados. Mesmo defendendo essa autonomia, os jogadores das areias garantem que não falta responsabilidade e comprometimento com seus deveres profissionais.- Seedorf condena concentração e opina: 'O importante é se cuidar'
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O vôlei de praia tem algumas peculiaridades que tornam a concentração tradicional quase inviável. Torneios femininos e masculinos são disputados simultaneamente, nas mesmas datas e nas mesmas cidades. Pelo menos no Open, que reúne a elite, todos os atletas ficam hospedados no mesmo hotel, que não necessariamente é o mesmo de membros da comissão técnica ou dos organizadores. Mesmo quando estão todos instalados no mesmo local, não há vigilância sobre o comportamento deles. E há vários casais no meio: atletas que namoram outros atletas, além de jogadores casados com membros de outras ou até a própria comissão técnica.
Pedro Solberg teve a companhia da namorada, a alemã Laura Ludwig, em Goiânia (Foto: Helena Rebello)
Emanuel e Leila são casados desde 2008 e tem
um filho: Lukas (Foto: Globoesporte.com)
um filho: Lukas (Foto: Globoesporte.com)
Talita e Maria Elisa, que seguem juntas apenas até o Open do Rio de Janeiro, dividiram o mesmo quarto durante as viagens apenas nos dois primeiros anos da parceria e durante as Olimpíadas de Londres, quando se hospedaram na Vila Olímpica, isoladas do resto do mundo. Com hábitos de sono muito diferentes, optaram por terem aposentos separados. Como Talita é casada com Renato França, técnico de Pedro Solberg e Bruno Schmidt, os dois dormem juntos durante as etapas em que ambas as duplas estão inscritas.
- Sou uma sortuda de ter meu marido na etapa, mas não é aquela coisa de casal como se fosse em casa, porque cada um tem os horários dos seus times. Tem dias em que janto com o Abel (Martins, técnico dela) enquanto ele janta com o Pedro (Solberg), por exemplo. Sei perfeitamente que não posso me comportar como se fosse uma viagem de férias nossa. Eu sei que eu tenho que dormir cedo e que não posso me cansar porque não tenho ninguém para me substituir. No vôlei de praia você faz esforço o tempo inteiro. Se não se cuida, é você quem vai pagar a conta em quadra.
Talita é casada com Renato, técnico de Pedro Solberg (Foto: Helena Rebello/Globoesporte.com)
Técnico de Ju e Larissa vê dois pesos e duas medidas
Técnico de Juliana e Larissa desde a formação da dupla em 2003, Reis Castro acha imprescindível que em esportes cujas equipes são numerosas, como futebol, basquete e mesmo vôlei de quadra, haja a concentração tradicional, com jogadores e comissão técnica reunidos sob o mesmo teto pelo menos às vésperas das partidas. No caso do vôlei de praia, acredita que esse tipo de controle é necessário quando os atletas ainda são jovens, mas abre exceções para atletas já experientes e consagrados.
Técnico de Juliana e Larissa, Reis Castro aprova
concentração, mas abre exceção para estrelas
concentração, mas abre exceção para estrelas
Há também os atletas que, por conta própria, preferem ficar longe dos amados. Ágatha e Bárbara Seixas dormem no mesmo quarto enquanto Renan, noivo da paranaense e preparador físico da dupla, e Rico de Freitas, marido da carioca e técnico da parceria, dividem outro aposento.
- Nunca houve problemas entre nós duas (Ágatha e Bárbara), então nem passou pela cabeça ficarmos em quartos separados. Quando o ambiente é de competição, prefiro ficar em concentração. Em Curitiba, mesmo com toda minha família no nosso apartamento, preferi ficar no hotel para controlar melhor todos os horários. Tem gente que consegue manter o mesmo foco tendo esse contato todo com família e amigos, mas eu prefiro esse esquema de concentração mesmo. Cada um tem um jeito, uma preferência. É algo bem pessoal - disse Ágatha.
Técnico Rico de Freitas é casado com Bárbara, enquanto Ágatha é noiva do preparador físico Renan Rippel
FONTE:
http://sportv.globo.com/site/eventos/circuito-brasileiro-de-volei-de-praia/noticia/2012/12/sem-concentracao-tradicional-atletas-curtem-liberdade-mas-sem-exageros.html