- Eu havia ligado para o meu filho e pedido que ele levasse meu material de treino para Itapira, pois iria direto de casa para o estádio. Mas acordei à noite, e, após alguns minutos de meditação, tomei a decisão de encerrar a carreira - revelou Rivaldo, no discurso de despedida ao elenco e à comissão técnica do Mogi Mirim.
Segundo Rivaldinho, a conclusão do pai saiu após uma conversa com Deus.
- Quando eu cheguei ao clube pela manhã e vi o carro dele tão cedo, estranhei e liguei. Ele me disse que ainda estava em casa e não ia mais jogar, pois passou a noite claro e ouviu de Deus que era o melhor momento de parar.
Emocionado, Rivaldo se despediu do elenco do
Mogi e disse adeus ao futebol (Foto:
Geraldo Bertanha/ Mogi Mirim)
Sem revelar o que passou pela sua cabeça durante a meditação, o agora ex-jogador admite que tomou a decisão com dor no coração e agradeceu por tudo o que o futebol lhe proporcionou na vida.
- Todos sabem que vim de uma família muito humilde. Tudo que tenho agradeço ao futebol. Por isso adoro jogar. Por isso foi difícil tomar essa decisão. Muitos queriam que eu parasse antes, mas o futebol está no meu sangue. Ultimamente estava jogando por prazer.
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Rivaldo sai de cena com 900 jogos na carreira. Ele alcançou a marca no último domingo, no empate por 1 a 1 com o São Bernardo. Ao todo, foram 22 anos como jogador profissional. Revelado nas categorias de base do Santa Cruz, ganhou projeção no Mogi Mirim, onde fez parte do 'Carrossel Caipira' no início da década de 90. Depois, defendeu Corinthians e Palmeiras. No Verdão, foi bicampeão brasileiro em 1993-94 com Edmundo, Evair, Zinho, Roberto Carlos e outros craques. Em 1996, com Djalminha, Muller, Luizão e outros, fez parte do time do ataque dos 102 gols treinado por Vanderlei Luxemburgo e campeão paulista.
Depois, foi para o futebol europeu. O La Coruña abriu as portas da Espanha para Rivaldo, mas foi no Barcelona, entre 1998 e 2002, que ele atingiu o auge. Durante esse período, foi eleito o melhor do mundo e, depois do vice mundial na França com a Seleção, conquistou o pentacampeonato no Japão e na Coreia. Depois, defendeu Milan e Cruzeiro, passou pelo futebol grego e asiático e vestiu a camisa do São Paulo, em 2011, já sem tanto destaque. O mesmo aconteceu quando defendeu o São Caetano.
Rivaldo lutou contra uma lesão no
joelho (Foto: Rafael Bertanha /
Divulgação Mogi Mirim)
- Sou grato a todos pelo carinho e respeito como fui tratado aqui por jogadores e funcionários. Quero que saibam que fui além do que meu corpo permitia. Sacrifiquei-me para ajudar vocês a sair desta situação em que nos encontramos hoje. Não é uma situação desesperadora, mas que merece cuidados. E tenho certeza que vocês vão manter o clube na elite - disse, em referência à luta do Mogi contra a degola (no momento, o time está fora da zona de rebaixamento).
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/sp/campinas-e-regiao/noticia/2014/03/rivaldo-decide-encerrar-carreira-apos-acordar-noite-e-fazer-meditacao.html