Fred é um dos destaques da equipe brasileira no Parapan de Toronto (Foto: CPB)
Por quase duas décadas, a praia foi a casa de Fred. Rodou o mundo jogando no Circuito Mundial, fez carreira na principal liga americana das areias e foi coroado “Rei da Praia” em 2000. Mas levar o corpo ao limite por tanto tempo teve seu preço. Após encerrar a carreira devido a uma grave lesão e uma cirurgia mal sucedida, o atleta teve a chance de voltar às competições no vôlei sentado.
Considerado pelo técnico da seleção brasileira o jogador mais técnico entre os convocados para os Jogos Parapan-Americanos de Toronto, o niteroiense driblou o preconceito de colegas do esporte olímpico e hoje exerce um papel fundamental para aumentar o nível de competitividade do Brasil na modalidade.
Fred jogou vôlei de praia por 18 anos e passou outros sete como ponteiro na quadra. Para aguentar a rotina de treinos e partidas, perdeu a conta de quantas vezes se submeteu a sessões de fisioterapia ou tomou medicamentos para aliviar dores e inflamações, sobretudo nas articulações. Já na reta final da carreira, sofreu um duro golpe ao romper o tendão patelar do joelho esquerdo.
A previsão de recuperação era de cerca de um ano, mas a cirurgia que deveria ser reparadora não resolveu o problema. Outras três intervenções foram necessárias. Fred até voltou a jogar, mas o prazer que tinha em quadra não resistiu à dor do esforço.
Atleta do vôlei sentado brasileiro, Fred atuou
no vôlei de praia anteriormente (Foto: CPB)
Atleta no ano em que disputou e venceu
o Rei de Praia (Foto: Arquivo Pessoal)
o Rei de Praia (Foto: Arquivo Pessoal)
Pelas regras do esporte, apenas um atleta com esta limitação mínima pode estar em quadra por vez. O titular da posição é o também ex-atleta profissional Anderson Ribas, de 2,12m. Mas a presença de Fred no elenco, acirrando a concorrência, elevou o nível da equipe como um todo.
- Ele é um cara importante pela condição física e técnica que trouxe da areia. Acho que é o cara mais técnico que temos e um dos mais técnicos do mundo no vôlei sentado. É um cara grande e que veio fazer sombra para o Anderson, pois seria titular em qualquer equipe do mundo. Ele é mais constante e fez o Anderson crescer muito, trouxe a experiência de ex-atleta, de um cara que resolve. Para os meninos é algo muito importante, porque a maioria não veio do vôlei, então se espelham neles que já foram atletas de alto rendimento, e hoje continuam dando duro, dando exemplo – disse Fernando Guimarães.
Jogador no treino de vôlei sentado no Parapan
de Toronto (Foto: Helena Rebello)
Até o momento, o Brasil está invicto no vôlei sentado masculino no Parapan, sem perder um set sequer. Foram quatro vitórias por 3 sets a 0: sobre México, Canadá, Costa Rica e Colômbia. Nesta quarta-feira, a seleção enfrentará seu principal adversário no torneio, os Estados Unidos.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/parapan/noticia/2015/08/rei-da-praia-fred-ignora-preconceito-e-eleva-o-nivel-tecnico-no-volei-sentado.html