Raymond era apontado pelas investigações como facilitador de uma quadrilha chefiada pelo empresário argelino Mohamadou Lamine Fofana, detido na semana passada - no celular de Fofana, seu número estava salvo como Ray Brasil. Segundo Barucke, responsável pelo caso, Whelan foi flagrado em escutas telefônicas - autorizadas pela justiça - negociando ingressos com o argelino. Consultor executivo da Match Services, um dos braços da empresa que opera a comercialização de bilhetes da Copa, Raymond foi preso temporariamente (com validade de cinco dias) na tarde de segunda-feira, mas sua passagem pela 18ª Delegacia de Polícia Civil, na Zona Norte do Rio de Janeiro, não durou mais de dez horas.
Solto por intermédio de habeas corpus concedido pela desembargadora Marília de Castro Vieira, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), Ray não prestou depoimento - segundo seu advogado - pela ausência de um tradutor na delegacia. Com o fim da prisão temporária, a prisão preventiva deve ser pedida pela polícia a qualquer momento.
- Ele iria depor ontem, mas é garantia de todo cidadão estrangeiro que tivesse um tradutor disponível, e não havia. Assim que se recuperar do absurdo que ocorreu, está disposto a ser intimado e prestar todos os esclarecimentos. Não faria sentido depor hoje depois do desgaste de uma noite de prisão ilegal - criticou Fernandes.
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- Quero ter acesso a tudo o que conseguiram. A empresa (Match) está abismada, não pode ter acusação de venda ilegal para a empresa responsável pela venda legal. E o Juizado Especial Criminal não é competente para julgar algo tão complexo - disse Fernando.
Mais cedo, em entrevista para a Rádio CBN, o advogado criticou a postura dos investigadores na divulgação de ligações entre Ray e Fofana.
- Dizer que foram 900 ligações sem exibir nada a ninguém me parece uma atitude midiática. Talvez nenhum telefone tenha 900 ligações registradas. (Ray) Era uma pessoa que tinha contatos sociais no evento. O que está acontecendo é um absurdo jurídico, uma calamidade - declarou.
O advogado lembrou ainda que não há qualquer possibilidade de Ray deixar o Brasil neste momento. O suspeito deixou seu passaporte com as autoridades policiais.
- O passaporte foi entregue como um pedido da defesa, como ato simbólico também de submissão à soberania nacional - encerrou Fernando.
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para a Fifa na Copa (Foto:
Edgard Maciel de Sá)
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-do-mundo/noticia/2014/07/ray-nao-tem-previsao-para-depor-e-advogado-critica-investigacao-ilegal.html