Há três anos, uma eliminação dolorosa na Taça Libertadores acabou por marcar a estreia de uma parceria que foi vital para todas as conquistas que o Corinthians teve desde então. Neste domingo, 5 de maio de 2013, os volantes Ralf e Paulinho comemoram três temporadas de parceria e esperam um destino bem diferente daquele jogo de oitavas de final da competição internacional contra o Flamengo, quando o Timão venceu por 2 a 1, mas não levou a vaga, pois havia perdido o jogo de ida, no Rio, por 1 a 0.
O presente que a dupla busca é a classificação à decisão do Campeonato Paulista com uma vitória sobre o São Paulo neste domingo, às 16h (horário de Brasília), no Morumbi. Oportunidade ideal para "esquecer" a estreia ruim que tiveram em 2010.
Em 5 de maio daquele ano, Ralf e Paulinho se encontraram pela primeira vez em campo. O primeiro começou jogando contra o Flamengo e já era titular incontestável, enquanto o segundo substituiu Alessandro na segunda etapa para deixar o time mais ofensivo e tentar buscar a classificação no Pacaembu. Na época, Paulinho havia acabado de chegar do Bragantino e era reserva de Elias e Jucilei.
- Não lembrava que tinha sido nesse jogo, justo um dia triste para a torcida corintiana. Esperamos deixar uma impressão diferente neste domingo, fazer um grande jogo e sair com a classificação. Essa data é um motivo a mais para a gente tentar vencer - avisou Paulinho.
Ralf e Paulinho: três anos de harmonia, com títulos e muitas brincadeiras (Foto: Marcos Ribolli)
Desde aquele jogo contra o Flamengo, Ralf e Paulinho cresceram, se consolidaram e foram fundamentais no Brasileiro de 2011, na Libertadores e no Mundial de Clubes de 2012. Agora, precisam brilhar para que o Corinthians avance à decisão do Paulista e ganhe tranquilidade para o duelo de volta pelas oitavas da Taça Libertadores, contra o Boca Juniors. No próximo dia 15, no Pacaembu, o Timão precisa virar sobre os argentinos, que venceram a ida, quarta passada, em Buenos Aires, por 1 a 0.
Se depender do entrosamento, o torcedor pode ficar tranquilo. Ralf e Paulinho estão cada vez mais parecidos: no discurso, nas brincadeiras, e até no futebol - o primeiro aprendeu a sair mais para o jogo, e o segundo consegue marcar melhor do que em sua chegada ao Corinthians. Tanta sintonia é resultado de uma amizade que se estende à vida pessoal. As famílias se conhecem, convivem, saem juntas e mantêm harmonia.
- Quando cheguei, o Ralf foi um dos primeiros que conheci e me aproximei. É um grande amigo. No tempo livre, procuramos jantar com nossas famílias, fazer alguma coisa em casa, bater papo sobre outros assuntos. Tudo isso é importante. Difícil é achar tempo. Às vezes, só trabalhamos e nos vemos dentro de campo - explicou Paulinho.
Dupla agora sonha disputar a Copa do Mundo em casa (Foto: Marcos Ribolli)
A parceria de tanto tempo nunca rendeu brigas, juram os dois. O máximo de tensão que envolve a dupla é justamente na hora das partidas, quando as cobranças são maiores, mais duras e menos educadas.
- Nunca brigamos, só mesmo pela vitória. Até xingamos um ao outro durante o jogo, mas hoje já é até elogio. Nunca tivemos isso de brigar e espero nunca ter. Ele é um irmão - assegurou Ralf.
Com tanto trabalho e uma sequência dura de jogos, é até difícil arrumar tempo para brigar. Nas concentrações, assim como todo o elenco, o que pauta a rotina de Ralf e Paulinho é a brincadeira. Os apelidos são inevitáveis: Ralf é o Pitbull; Paulinho, o Boliviano.
Nunca brigamos. Só pelas vitórias"
Ralf
Mesmo com os “ataques”, Paulinho disse não ter histórias que entreguem o amigo. O único aviso dele é que Ralf não tem a timidez que aparenta diante das câmeras.
- Aqui é quietinho, vai ver no vestiário. Fica jogando toalha em todo mundo, começa sempre a bagunça. Não perdoa - brincou.
Tamanha parceria começa a ultrapassar os limites do Corinthians. Depois de ganharem juntos até o Mundial de Clubes, Ralf e Paulinho têm um novo objetivo claro na carreira: eles querem se firmar na seleção brasileira, e querem também que a dupla dê um tempo no preto e branco do Timão e vista o amarelo em 2014, durante a Copa do Mundo.
- É muito difícil chegar ao Corinthians, competir e conseguir uma regularidade de três anos. Conseguimos. Agora a seleção brasileira é o sonho, vamos buscar a cada dia melhorar. Procuramos fazer sempre o melhor. Queremos continuar sendo lembrados para realizar o sonho de jogar um Mundial em casa - desejou Paulinho.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/corinthians/noticia/2013/05/ralf-e-paulinho-fazem-aniversario-e-buscam-presente-em-classico.html