Esporte
Quatro brasileiros lutam pelo caneco no local onde nasceu o Brazilian Storm
Gabriel Medina, Filipe Toledo, Adriano de Souza e Wiggolly Dantas representam o Brasil nas quartas de final da etapa de Trestles e apostam em final 100% brasileira
Por Breno Dines e Thiago Correa
Trestles, Estados Unidos
Quatro anos depois de o mundo do surfe ficar de boca aberta com o domínio brasileiro nas ondas de Trestles e criar o já consagrado termo Brazilian Storm (Tempestade Brasileira) para se referir aos jovens e talentosos surfistas do país, os representantes do Brasil são novamente maioria nas quartas de final de uma grande competição no famoso pico da Califórnia. Porém, desta vez, ao contrário do ocorrido no WQS Prime de Trestles de 2011 – quando nada menos do que seis brasileiros estavam nas quartas –, a competição faz parte da elite do surfe e quatro brasileiros podem levantar o caneco no último dia de disputa. A Liga Mundial de Surfe (WSL) fez uma chamada nesta segunda-feira, mas as condições do mar não estavam boas. Uma nova tentativa de reinício do campeonato será feita nesta terça-feira, às 11h30 (de Brasília).
- A gente tem tudo para conseguir vencer essa etapa. A gente tem vários brasileiros ainda e tem tudo para ganhar esse título. Falta só um dia de competição e estou amarradão de estar nas quartas e vamos ver o que vai acontecer - disse Gabriel Medina, que irá enfrentar o americano Nat Young em busca de uma vaga na semifinal. Gabriel Medina dá lindo aéreo para avançar
ao round 4 em Trestles (Foto:
Sean Rowland/WSL)
Miguel Pupo foi o primeiro campeão nas ondas de Trestles, em 2011, após vencer na final o americano Tanner Gudauskas. Além do paulista de Itanhaem, outros cinco brasileiros foram às quartas naquele ano: Jessé Mendes (3º), Thiago Camarão (3º), Heitor Alves (5º), Junior Faria (5º) e Jadson André (5º). Foi aí que o mundo de rendeu ao talento da "geração de ouro".
- Foi aqui que tudo começou, que os gringos apelidaram a gente de Brazilian Storm. É uma onda que não tem um favorecido, porque é uma onda que quebra para a esquerda e para a direita e você precisa fazer o seu melhor. Conta muito habilidade, velocidade, enfim, quem for mais habilidoso na verdade acaba ganhando. A gente já mostrou que tem habilidade. Já ganhamos três anos aqui o WQS, só ainda não o CT. Quem sabe neste ano - completou Medina. Miguel Pupo foi o 1º brasileiro a vencer nas ondas de Trestles, em 2011 (Foto: Divulgação/WSL)
Atual campeão mundial, o paulista de São Sebastião venceu em Trestles uma etapa prime, válida pela Divisão de Acesso (QS), em 2012, um ano depois que Miguel Pupo. Em 2014, foi a vez de Filipe Toledo levantar o caneco no Lower Trestles Pro. Por enquanto, os brasileiros ainda não conquistaram no local uma etapa válida pela elite. No entanto, Medina aposta em uma final 100% verde e amarela pela primeira vez na elite.
- Pode ter uma final brasileira. Eu sou o único que estou em uma chave e os outros brasileiros estão na chave de cima. Eu espero que sim.
Morando desde o ano passado em San Clemente, na Califórnia, Filipinho destacou que o apelido do Brazilian Storm não veio à toa, afinal, o Brasil é apontado como uma das grandes potências.
Foi aqui que tudo começou, que os gringos apelidaram a gente de Brazilian Storm. É uma onda que não tem um favorecido, que quebra para a esquerda e para a direita e você precisa fazer o seu melhor. Conta muito habilidade e velocidade. Já ganhamos três anos aqui o QS, só ainda não o CT. Quem sabe neste ano"
Gabriel Medina
- Não só hoje, mas naquela época mesmo quando eles apelidaram, nas quartas de final tinham seis brasileiros e só dois gringos. Eles começaram com esse show todo e provaram que brasileiro tem tanto potencial quanto qualquer gringo no mundo. E a gente manteve essa onda quebrando. Não foi só uma onda que passou e sumiu. A gente manteve essa onda de pé e até hoje está fazendo o nosso melhor para manter essa geração de pé.
Filipinho prevê título brasileiro
Confiante não só em si mesmo, mas também no potencial da "seleção brasileira", Filipinho aposta em um título para um dos representantes da Tempestade Brasileira. Além de Toledo e Medina, o Brasil é reforçado nas quartas por Adriano de Souza, líder do ranking mundial, e Wiggolly Dantas, que faz a sua estreia na elite do surfe mundial, após sete anos de luta.
- Chegou a hora. Todos os brasileiros estão surfando muito, com as pranchas muito boas. Está todo mundo muito confiante. Então esse campeonato está com cara de brasileiro - vislumbrou. Campeão do Lowe Trestles em 2014, Filipe
Toledo levanta voo em aéreo na etapa do
CT (Foto: WSL / Kirstin Scholtz)
Depois de eliminar o também estreante Italo Ferreira, Wiggolly, também conhecido como Guigui, contou que fez treinos pesados, de 8h às 17h, durante 13 dias, em busca de bons resultados. - Estou muito focado. Eu estava precisando passar essa bateria. Estou bem focado, pegando as ondas boas. Meu foco é pegar a segunda onda boa. O mar está parecendo Itamambuca, me sinto muito à vontade. Estou muito feliz por estar nas quartas.
Depois de Trestles, vão faltar apenas três etapas: Landes, na França, de 6 a 17 de outubro, Peniche, em Portugal, entre 20 e 31 de outubro, e Pipeline, no Havaí, de 8 a 20 de dezembro.
QUARTAS DE FINAL EM TRESTLES1 -
Filipe Toledo (BRA) x Joel Parkinson (AUS)
2 -
Adriano de Souza (BRA) x Wiggolly Dantas (BRA)3 - Adrian Buchan (AUS) x Mick Fanning (AUS)
4 -
Gabriel Medina (BRA) x Nat Young (EUA)
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/radicais/surfe/mundial-de-surfe/noticia/2015/09/quatro-brasileiros-lutam-pelo-caneco-no-local-onde-nasceu-o-brazilian-storm.html
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