Apesar de ainda não ter um acusado, a polícia segue investigando a morte brutal da ex-jogadora de vôlei Ingrid Visser e de seu namorado Lodewjik Severein. As autoridades espanholas já sabem que foi Juan Cuenca, ex-dirigente do CAV 2005 - clube que devia dinheiro a Ingrid - que convenceu o casal para ir à zona rural de Múrcia, na Espanha, onde foram torturados e mortos.
Cuenca está preso suspeito de ter sido o mandante do crime, mas acusa o ex-proprietário do clube, Evedasto Linfante, de ser o verdadeiro culpado pelas mortes. O empresário admite que tinha dívidas com Ingrid, mas afirma que Cuenca era responsável por ela.
- Perguntei ao Juan se a Ingrid Visser receberia os 40 mil euros e ele disse que sim. Acredito que Juan assinou o contrato - afirma Linfante.
Linfante é acusado por Cuenca de ser o verdadeiro
mandante do crime (Foto: Reprodução SporTV)
mandante do crime (Foto: Reprodução SporTV)
- A relação com ele se resumia aos assuntos relacionados com a Ingrid, esposa dele. Ele não falava espanhol, no máximo "Oi, como vai?", quando estava aqui, em Múrcia. Era uma pessoa muito reservada, não socializava muito - disse o ex-proprietário do clube.
O caso
Ingrid, de 35 anos, e Lodewjik, desapareceram no dia 13 de maio. A ex-jogadora, recordista de atuações pela seleção holandesa e com passagem pelo Minas Tênis Clube na temporada 1998/99, encerrou a carreira em 2012, e estava na cidade de Múrcia, na Espanha para uma consulta. A ex-atleta tinha horário marcado em uma clínica especializada em fertilidade, onde fazia um tratamento bem-sucedido. Estava grávida de sete semanas, mas não apareceu, nem voltou para a Holanda no dia marcado.
Ingrid Louise Visser vôlei Holanda (Foto: Getty Images)
O que os investigadores sabem até agora é que foi Cuenca quem convenceu o casal a ir a El Fenazar de Molina, na zona rural de Múrcia, para um encontro. Dentro de uma casa alugada, dois romenos, que também estão presos, emboscaram e assassinaram os holandeses. Os corpos foram esquartejados e levados em sacos de lixo para uma plantação de limões onde foram enterrados. A casa onde aconteceu o assassinato está fechada desde que a polícia chegou ao local por indicação da pessoa que levou o casal.
Os assassinos limparam todas as manchas de sangue, mas usando um produto chamado luminol, a perícia consegui encontrar os vestígios que determinaram que aquele era mesmo o local do crime. Os assassinos deixaram a casa de carro e foram até Alquerías, outra pequena localidade rural, onde enterraram e cobriram os corpos com 50cm de cal, para não deixar provas. Mas, a perícia chegou a tempo de fazer a autópsia e constatou que havia indícios de tortura.
Pelas análises do crânio e dos ossos foi possível estabelecer a identidade das vítimas, mas os exames de DNA ainda não ficaram prontos. Segundo o laudo da perícia médica divulgado na última sexta-feira, a ex-jogadora e o namorado morreram ao serem atingidos violentamente na cabeça.