Ouvir que o sonho olímpico tem um preço alto é algo comum em entrevistas de atletas de alto rendimento. Para cumprir a agenda de treinos e competições, é preciso abrir mão de compromissos pessoais, seguir rotinas físicas puxadas, vigiar o sono e a alimentação. Mas para duas atletas do nado sincronizado brasileiro, a frase ganhou sentido literal devido à priorização da preparação para os Jogos de 2016. Divididas por anos entre a carreira de nadadoras e a vida artística, Bia e Branca Feres estão recusando ofertas de trabalho para se concentrarem exclusivamente na seleção. Segundo o empresário das gêmeas, gerando uma perda de receita de até 30%.
Até 2013 as irmãs tiveram uma rotina intensa no meio artístico. Eram presença constante em festas e eventos, estrelavam campanhas e até integraram o staff do programa Vídeo Show, da Rede Globo. Em outubro daquele ano, no entanto, elas decidiram que voltariam a priorizar a carreira de atletas para integrarem a seleção que competiria nas Olimpíadas do Rio de Janeiro. Como país sede, as vagas do dueto e por equipes já estavam garantidas para o Brasil.
- A gente nunca parou de nadar, sempre continuamos o treinamento no clube. Em outubro de 2013 a gente decidiu que ia voltar a treinar para as Olimpíadas. O foco da nossa vida agora é esse, e tudo além disso seria nas horas vagas, em segundo plano. Agora chegamos numa reta final, num momento em que não deu mais para conciliar. O tempo que temos livre queremos usar para descansar ou para fazer atividades complementares ao nado sincronizado – disse Bia.
Veja também
Com 1,59m e 80kg, atleta paranaense desafia padrões do nado sincronizado
De maiô, ucraniano de dueto misto dribla preconceito: "Sou casado"
Essa limitação de horários é um dos principais impedimentos para o fechamento de novos contratos. Com seis horas de treinos diários e necessidade de dormir cedo, as duas não podem se dar ao luxo de acertar qualquer proposta que envolva grande deslocamento. Atualmente, os trabalhos que transcendem as barreiras do esporte precisam se encaixar no fim da tarde de sábado ou no domingo.
Como forma de compensar parcialmente essa perda financeira, as irmãs agora tornaram-se uma marca mais forte na internet. O empresário que gere a carreira delas desde 2008, Marcello Magalhães, afirma que houve um incremento nas postagens comercializadas nas redes sociais, por exemplo. Além disso, as duas têm contratos vigentes com um fornecedor de material esportivo, uma empresa de intercâmbios e um banco.
- (A renda) deve ter diminuído uns 30% principalmente pela questão de agenda, porque qualquer presença VIP ou campanha tem que se enquadrar em uma rotina muito pesada que elas têm. A gente perde nas presenças mas ganha em outra proporção, porque o atleta vende saúde, bem estar... Então hoje focamos muito mais nas vendas online, para elas não precisarem se deslocar. A web é uma plataforma mais voltada para esse momento. Então não prejudica os treinos e nem a estrutura financeira – explicou Marcello.
Para Branca, a opção por abrir mão de um retorno financeiro imediato foi perfeita por se tratar de um momento histórico para o esporte brasileiro. A musa acredita que as duas terão um saldo mais que positivo no futuro.
- (O dinheiro) Não entra numa hora, mas mais para frente entra. Perde de um lado, mas ganha de outro. O dinheiro era uma consequência, estávamos muito felizes e muito bem na parte artística. Mas o Brasil é um país em que as pessoas são mais imediatistas, e com certeza vamos colher frutos agora mais perto das Olimpíadas. A escolha foi total feita em cima do nosso coração e do sonho de nadar em casa.
Com a seleção brasileira, neste fim de semana, as gêmeas participaram de duas disputas no IV Brazil Synchro Open, no Parque Aquático Maria Lenk, no Rio de Janeiro. Na rotina livre combinada, Ucrânia (86.700), Brasil (84.9333) e seleção brasileira júnior (77.400) foram ouro, prata e bronze, respectivamente. Na rotina técnica por equipes a Ucrânia liderou com 88.4631, seguida por Espanha (87.1811) e Brasil (81.7000).
Além de Bia e Branca, a equipe brasileira no evento contou com Maria Bruno, Pamela Nogueira, Juliana Damico, Lara Teixeira, Sabrine Lowe, Maria Clara Coutinho, Priscila Japiassu, Giovana Stephan, Luisa Borges e Maria Clara Micucci.
FONTE:
http://glo.bo/1CxX2U6
Bia e Branca Feres preparadas para competir
no Parque Aquático Maria Lenk (Foto:
Helena Rebello)
- A gente nunca parou de nadar, sempre continuamos o treinamento no clube. Em outubro de 2013 a gente decidiu que ia voltar a treinar para as Olimpíadas. O foco da nossa vida agora é esse, e tudo além disso seria nas horas vagas, em segundo plano. Agora chegamos numa reta final, num momento em que não deu mais para conciliar. O tempo que temos livre queremos usar para descansar ou para fazer atividades complementares ao nado sincronizado – disse Bia.
Veja também
Com 1,59m e 80kg, atleta paranaense desafia padrões do nado sincronizado
De maiô, ucraniano de dueto misto dribla preconceito: "Sou casado"
Essa limitação de horários é um dos principais impedimentos para o fechamento de novos contratos. Com seis horas de treinos diários e necessidade de dormir cedo, as duas não podem se dar ao luxo de acertar qualquer proposta que envolva grande deslocamento. Atualmente, os trabalhos que transcendem as barreiras do esporte precisam se encaixar no fim da tarde de sábado ou no domingo.
Bia e Branca Feres: Rio 2016 é prioridade paraasgêmeas(Foto:Reprodução/Instagra)
- (A renda) deve ter diminuído uns 30% principalmente pela questão de agenda, porque qualquer presença VIP ou campanha tem que se enquadrar em uma rotina muito pesada que elas têm. A gente perde nas presenças mas ganha em outra proporção, porque o atleta vende saúde, bem estar... Então hoje focamos muito mais nas vendas online, para elas não precisarem se deslocar. A web é uma plataforma mais voltada para esse momento. Então não prejudica os treinos e nem a estrutura financeira – explicou Marcello.
Para Branca, a opção por abrir mão de um retorno financeiro imediato foi perfeita por se tratar de um momento histórico para o esporte brasileiro. A musa acredita que as duas terão um saldo mais que positivo no futuro.
- (O dinheiro) Não entra numa hora, mas mais para frente entra. Perde de um lado, mas ganha de outro. O dinheiro era uma consequência, estávamos muito felizes e muito bem na parte artística. Mas o Brasil é um país em que as pessoas são mais imediatistas, e com certeza vamos colher frutos agora mais perto das Olimpíadas. A escolha foi total feita em cima do nosso coração e do sonho de nadar em casa.
Com a seleção brasileira, neste fim de semana, as gêmeas participaram de duas disputas no IV Brazil Synchro Open, no Parque Aquático Maria Lenk, no Rio de Janeiro. Na rotina livre combinada, Ucrânia (86.700), Brasil (84.9333) e seleção brasileira júnior (77.400) foram ouro, prata e bronze, respectivamente. Na rotina técnica por equipes a Ucrânia liderou com 88.4631, seguida por Espanha (87.1811) e Brasil (81.7000).
Além de Bia e Branca, a equipe brasileira no evento contou com Maria Bruno, Pamela Nogueira, Juliana Damico, Lara Teixeira, Sabrine Lowe, Maria Clara Coutinho, Priscila Japiassu, Giovana Stephan, Luisa Borges e Maria Clara Micucci.
FONTE:
http://glo.bo/1CxX2U6