Saiu na
Fel-lha entrevista de Pedro Parente, interinamente presidente da Petrobras.Parente, é bom frisar, é um dos pouquíssimos tucanos com quem é recomendável dialogar - e, sobretudo, que se deve respeitar.
No Governo e fora dele, Parente se portou sempre de forma eticamente exemplar.
Nao aparece em nenhuma prativataria, onde estao incursos os Cerras, FHCs nem em nenhum "choque de jestão" em Furnas...
Trechos a observar na entrevista:
... o fundamental é preservar os interesses estratégicos da Petrobras.
... eu não acho que a sociedade brasileira esteja madura para sequer discutir, isto sim é dogma, a privatização da Petrobras.
A Petrobras deveria ser fatiada para ser mais eficiente?
Eu estou lá para provar o contrário. Eu seria absolutamente contra que ela fosse fatiada. Quero deixar claro que eu sou contra falar em privatização da Petrobras.
E o conteúdo nacional?
Eu sou a favor de uma política de conteúdo nacional. O que não acho aceitável nem possível é que seja uma política de reserva de mercado. Talvez o prejuízo mais grave foi o atraso na construção. Temos que ver aquilo que o país tem mais condições de produzir com competitividade.
O sr. é a favor da volta do modelo de concessão no pré-sal?
O modelo de partilha é o menos favorável para as empresas. Mas isso é questão de política de governo.
Na questão da "partilha", é significativo ele dizer que isso é uma questão de "política de Governo".
Mais do que isso, isso é uma questão de "soberania nacional" e, portanto, ultrapassa a autoridade de um Governo interino e, claramente, como diz o Requião, provisório.
O
Padim Pade Cerra, comprometido até as gengivas com o interesse comercial da Chevron, faz andar no Congresso um projeto de Lei que, na prática, expulsa a Petrobras da exploração do pré-sal.
Na hora adequada, intransigentes defensores do interesse nacional brasileiro - e não são os militares turcos... - chegarão no ouvido do "interino" e o farão vetar a Lei...
Antes, é claro, a FUP fechará algumas refinarias...
Saudável que Parente rompa com a tradição tucana na Petrobras.
A política do FHC, do Cerra, do Francisco Gros e do Reichstuhl, aquele que fundou a Petrobrax e quase afunda a Globo, era exatamente essa: fatiar a Petrobras para vendê-la em pedaços.
Ou os tucanos não são mais os mesmos, ou Parente não é mais tão tucano quanto parecia.
Sobre a "reserva de mercado" advinda da política de conteúdo nacional, teria sido útil se Parente esclarecesse, também, que, ao contrário de seus antecessores tucanos, ele também é contra a "reserva de mercado" para empresas estrangeiras...
Que ele é a favor de empregar brasileiros e não coreanos...
Não se poderia esperar que Parente entendesse o "espírito da coisa", ou seja, o que estava na cabeça do Dr Getúlio, quando criou a Petrobras.
Que a Petrobras nao é a RBS nem a Bunge, onde ele trabalhou.
A Petrobras é uma empresa assentada nos interesses estratégicos, de longo prazo do Brasil.
Portanto, não é uma empresa qualquer, do "Novo Mercado" ou do índice Dow Jones.
O Cerra sabe: vender a Petrobras é entregar o interesse nacional brasileiro ao interesse nacional americano.
Ele precisa retribuir aquela viagem obscura, que o tirou do Estadio Nacional do Chile de Pinochet e o entregou, inteirinho, na Universidade de Cornell.
O FHC também: ele nunca acreditou no Brasil, um "dependente" irremediável.
O Dr Getúlio sabia.
Parente já entendeu?
Se não entendeu, nesse mesmo Governo interino há três ministros que entendem muito bem.
E não são militares turcos.
PHA