"Tem de jogar mais pelas laterais. Precisamos de infiltrações".
Foram essas as palavras do técnico Tite na volta do intervalo, após um 0 a 0 truncado no primeiro tempo, no estádio Luis Franzini, em Montevidéu, no Uruguai.
Diante de um Danubio extremamente retrancado (apesar de jogar como mandante), o Corinthians não conseguiu propor o jogo no primeiro tempo. O jeito foi mudar radicalmente a estratégia que vem se tornando padrão da equipe em 2015.
Com Fagner e Uendel liberados para atacar no segundo tempo, o Corinthians venceu por 2 a 1 (teve ainda um pênalti perdido, com Renato Augusto), chegou a nove pontos no Grupo 2 e se aproximou da classificação à fase de mata-mata.
A formação ideal para Tite, o 4-1-4-1, durou
apenas os dez primeiros minutos de jogo.
Motivo: a retranca do Danúbio
Com o Danubio totalmente recuado, procurando manter todos os seus homens atrás da linha da bola, todos os jogadores de ataque do Timão pareciam ter dois na marcação. Ninguém parecia à vontade. O Corinthians de Tite prefere jogar sem a bola - fazendo blitz, atrás de um erro do adversário, ou buscando os contra-ataques. Como o Danubio se recusava a sequer tentar jogar, cabia ao Corinthians buscar algo diferente. Faltava espaço.
Tite chamou Emerson e Guerrero na beira do campo aos 10. Orientou, gesticulou, e logo foi possível ver Sheik saindo da ponta esquerda e passando o centro do ataque, buscando jogo com o peruano. Jadson, Elias e Renato Augusto tinham a função de buscar triangulações. A melhor delas saiu aos 38, numa bola que acabou chegando para Guerrero dentro da área. O peruano foi segurado de forma escandalosa por Cristian Gonzalez, mas o árbitro chileno Julio Bascuñan ignorou o pênalti.
Tite rapidamente deslocou Sheik para
o ataque, na expectativa de que ele
buscasse tabelas com Guerrero
Fagner foi quem mais se destacou. Como um ponta, ele criou a jogada que gerou o pênalti sofrido por Elias aos 16 (e chutado para fora por Renato Augusto) e o gol de Guerrero aos 24.
No segundo tempo, Tite mandou seus laterais para
o ataque, prendendo Ralf com os zagueiros. O
lance do pênalti e o primeiro gol saíram em
jogadas com Fagner, com Sheik e Guerrero
se movimentando muito no ataque
O gol de Barreto já nos acréscimos acabou com a invencibilidade da defesa alvinegra que já durava seis jogos. Foi numa jogada isolada, num momento de falta de atenção de um time que sabia que já havia feito por merecer a vitória.
Com nove pontos, seis deles conquistados como visitante, o Corinthians está pertíssimo da classificação. Mais importante do que isso: vencendo e convencendo, mostrando que Tite não tem nada de teimoso, lê bem o jogo e sabe mudar quando necessário.
Emerson Sheik começou na ponta esquerda,
mas logo foi deslocado para o centro do
ataque (Foto: AP)
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/
corinthians/noticia/2015/03/pacotao-tatico-
tite-muda-time-duas-vezes-e-anteve-vitoria
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