Canindé, 27 de fevereiro de 2011. Portuguesa e Bragantino empatavam sem gols em partida válida pela décima rodada do Campeonato Paulista. O técnico da Lusa, Jorginho, insatisfeito com o desempenho ofensivo do time, decide fazer uma substituição e saca Dodô. O atacante, irritado, reclama com o treinador e põe fim ao ciclo no clube.
Após dois anos parado por doping, uma passagem frustrada pelo Vasco e com 37 anos nas costas, a pior coisa que poderia ter acontecido ao jogador era ser dispensado por indisciplina da equipe paulista. Prenúncio de aposentadoria? Não para Dodô, que ainda mostra disposição para prosseguir na carreira.
- Ainda sinto prazer em treinar e jogar. Não tenho como planejar a aposentadoria. Enquanto estiver bem fisicamente e com vontade, continuo.
Um dos segredos do atacante para se manter motivado foi ficar cerca de três meses sem disputar uma partida oficial. Assim que acertou com o Americana, no início de março, Dodô pediu 30 dias de descanso. Tempo suficiente para recarregar as baterias e se preparar bem para o restante da temporada. Nos dois meses seguintes, passou por um trabalho de recondicionamento físico com o preparador Walmir Cruz, ex-Corinthians.
Assim, ao estrear pelo novo clube, contra o Paraná, na terceira rodada da Série B, Dodô já tinha condições de atuar por 90 minutos e estava totalmente entrosado com os companheiros. Quanto à técnica, isso nunca foi um problema. Faltava apenas ritmo de jogo.
Hoje, nem isso falta mais. Nos seis jogos em que o atacante esteve em campo, o Americana venceu cinco jogos e empatou um. Dodô marcou quatro vezes, três delas em vitórias por 1 a 0. A equipe que estava na zona de rebaixamento no início da Série B agora ocupa a terceira posição e tem o mesmo número de pontos que a líder Portuguesa (17). Desempenho que surpreende o próprio atleta.
- Fizemos mais pontos do que esperávamos. Diferentemente da Série A, onde existe uma oscilação entre os times, o nível na Série B continua igual. Então, a tendência é mantermos esse desempenho.
Segundo o atacante, os bons resultados do Americana e a alta média de gols que possui (0,67) se devem ao comportamento do time e ao seu novo posicionamento em campo.
- Cada equipe tem uma característica. A nossa tem muitos jogadores rápidos e que marcam forte. Fico na frente para colocar a bola para dentro. O nosso esquema é assim. Não tem mais como eu me mexer tanto.
Se a mobilidade em campo já não é a mesma, no caminho para o trabalho ela é ainda mais intensa do que nos velhos tempos. O jogador decidiu continuar morando em São Paulo e encara diariamente pelo menos uma hora de viagem para ir a Americana e outra para voltar à capital.
- É pertinho, é pertinho - diz.
De bem com a vida, Dodô só parece ficar incomodado quando o assunto é público no estádio. Como o clube em que atua mudou recentemente de cidade (trocou Guaratinguetá por Americana no final de 2010), praticamente não existem torcedores do time. Contra o São Caetano, por exemplo, apenas 595 pessoas foram ao Décio Vitta.
- Isso é bem chato. Na Portuguesa também era assim. Todo jogador gosta de atuar em estádio cheio, com a torcida vibrando.
Para a sorte do ‘artilheiro dos gols bonitos’, ele não participou da estreia da equipe na competição, contra o Duque de Caxias, em Sorocaba. Na ocasião, foi registrado o menor público da competição: 54 pagantes.
Perguntado se gostaria de voltar a atuar em um clube de maior expressão e, consequentemente, atuar em palcos lotados, Dodô desconversa e prefere curtir o atual momento.
- Tenho contrato até o fim do ano. Não faço planos, nem traço objetivos. O importante é continuar com vontade de jogar.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/brasileirao-serie-b/noticia/2011/06/o-artilheiro-dos-gols-bonitos-voltou-dodo-curte-boa-fase-no-americana.html
Os gols de Dodô garantiram dez dos 17 pontos do Americana na Série B (Foto: Miguel Schincariol)
Ainda sinto prazer em treinar e jogar"
Dodô
- Ainda sinto prazer em treinar e jogar. Não tenho como planejar a aposentadoria. Enquanto estiver bem fisicamente e com vontade, continuo.
Um dos segredos do atacante para se manter motivado foi ficar cerca de três meses sem disputar uma partida oficial. Assim que acertou com o Americana, no início de março, Dodô pediu 30 dias de descanso. Tempo suficiente para recarregar as baterias e se preparar bem para o restante da temporada. Nos dois meses seguintes, passou por um trabalho de recondicionamento físico com o preparador Walmir Cruz, ex-Corinthians.
Assim, ao estrear pelo novo clube, contra o Paraná, na terceira rodada da Série B, Dodô já tinha condições de atuar por 90 minutos e estava totalmente entrosado com os companheiros. Quanto à técnica, isso nunca foi um problema. Faltava apenas ritmo de jogo.
Em ação contra o Paraná Clube, Dodô é a principal arma do Americana (Foto: Agência Estado)
- Fizemos mais pontos do que esperávamos. Diferentemente da Série A, onde existe uma oscilação entre os times, o nível na Série B continua igual. Então, a tendência é mantermos esse desempenho.
Segundo o atacante, os bons resultados do Americana e a alta média de gols que possui (0,67) se devem ao comportamento do time e ao seu novo posicionamento em campo.
Os gols de Dodô na Série B do Brasileiro 2011 | |
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11/6 | Icasa 2 x 2 Americana |
14/6 | Americana 1 x 0 São Caetano |
25/6 | Americana 1 x 0 Salgueiro |
28/6 | Americana 1 x 0 Barueri |
Se a mobilidade em campo já não é a mesma, no caminho para o trabalho ela é ainda mais intensa do que nos velhos tempos. O jogador decidiu continuar morando em São Paulo e encara diariamente pelo menos uma hora de viagem para ir a Americana e outra para voltar à capital.
- É pertinho, é pertinho - diz.
De bem com a vida, Dodô só parece ficar incomodado quando o assunto é público no estádio. Como o clube em que atua mudou recentemente de cidade (trocou Guaratinguetá por Americana no final de 2010), praticamente não existem torcedores do time. Contra o São Caetano, por exemplo, apenas 595 pessoas foram ao Décio Vitta.
- Isso é bem chato. Na Portuguesa também era assim. Todo jogador gosta de atuar em estádio cheio, com a torcida vibrando.
Para a sorte do ‘artilheiro dos gols bonitos’, ele não participou da estreia da equipe na competição, contra o Duque de Caxias, em Sorocaba. Na ocasião, foi registrado o menor público da competição: 54 pagantes.
Perguntado se gostaria de voltar a atuar em um clube de maior expressão e, consequentemente, atuar em palcos lotados, Dodô desconversa e prefere curtir o atual momento.
- Tenho contrato até o fim do ano. Não faço planos, nem traço objetivos. O importante é continuar com vontade de jogar.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/brasileirao-serie-b/noticia/2011/06/o-artilheiro-dos-gols-bonitos-voltou-dodo-curte-boa-fase-no-americana.html