Chicharito Hernández celebrava o seu primeiro momento decisivo com a camisa do Real Madrid, porém logo atrás corria Cristiano Ronaldo saltando, como se o gol também fosse seu. E na verdade foi isso mesmo. O tento que deu a vitória ao time merengue sobre o Atlético por 1 a 0, quarta-feira, e a garantiu a classificação para as semifinais da Liga dos Campeões foi construído pelo “Bola de Ouro” que, nos últimos minutos de jogo tabelou com James Rodriguez e, mesmo pressionado pela zaga adversária, e já quase caído no chão, passou a bola para Chicharito, que só teve de empurrá-la para dentro.
Cristiano Ronaldo fez do atacante mexicano o herói da noite e não passou de um coadjuvante com cinco finalizações (três na direção do gol) e uma assistência, mas ele nem se importou. Além desse do decisivo, o camisa 7 brilhou por vários motivos no Santiago Bernabéu.
Bolada e gesto com garoto da torcida
Logo no aquecimento, o “gajo” não se importou em ficar no centro do gramado distribuindo passes para James Rodriguez, Sergio Ramos e Chicharito testarem os seus chutes. Parecia saber que sua função não seria fazer gols naquela noite. Em um dos poucos momentos que testou a pontaria, o camisa 7 não acertou, a bola passou ligeiramente por cima do gol. A trajetória fez um arco, e a bola acertou na barriga de um menino que estava há vários minutos atrás da meta gritando pelo nome de Iker Casillas e pedindo as luvas do ídolo. Ele e os dois amigos da escola trouxeram até um cartaz, mas o goleiro merengue sequer olhou.
A bolada valeu um presente inesquecível ao
pequeno torcedor (Foto: Claudia Garcia)
Ironia do destino, Cristiano Ronaldo olhou e muito para o garoto que levou a bolada e desatou a chorar aos gritos nas arquibancadas, assustando a todos que estavam por ali. O apoio foi imediato, e os médicos do Real Madrid, que perceberam a situação, correram apara prestar assistência, enquanto CR7 observava de longe. No final, tudo não passou de uma pancada, e o staff médico merengue comunicou ao craque luso que estava tudo bem com o garoto.
Ainda assim, antes do fim do aquecimento, o camisa 7, que continuava olhando na direção daquele lugar da arquibancada, foi entregara pessoalmente a sua camisa ao jovem torcedor que ainda enxugava as lágrimas. O gesto levou o público presente na arquibancada norte a aplaudir o craque e gritar o seu nome.
A torcida mirim de Casillas (Foto: Claudia Garcia)
- Cristiano, muito bem, craque, você é o melhor - gritava um torcedor ao lado.
O garoto voltou para casa sem as luvas de Casillas, mas com uma camisa utilizada por Cristiano Ronaldo durante o aquecimento de uma partida decisiva da Liga dos Campeões.
- Vou guardar, e nunca irei lavar esta camisa - revelou o menino que ainda se queixou das dores abdominais durante algum tempo.
Craque “garçom” dentro de campo
Em campo, apesar da pressão aumentar com o decorrer dos minutos, Cristiano Ronaldo mostrou tranquilidade. Nada tinha a ver com aquele que jogou contra o Schalke 04, a partida da volta das oitavas de final da Champions no Bernabéu ou do último fim de semana contra o Málaga, quando dava sinais de irritação a cada minuto. Será a ausência de Bale - que não jogou por lesão - que deixou o “Bola de Ouro” mais sereno? Não sabemos, até porque o luso abandonou a zona mista, uma vez mais, sem falar com a imprensa, cumprindo a promessa de que não dará entrevistas até ao fim da temporada, uma decisão tomada após as polêmicas sucessivas em decorrência à sua festa de aniversário em fevereiro.
Cristiano Ronaldo vibrou intensamente com
o gol de Chicharito que classificou o Real
para as semifinais da Champions
(Foto: Reuters)
(Foto: Reuters)
A verdade é que com James e Chicharito, CR7 se entendeu às mil maravilhas: não se lamentava pelas bolas perdidas dos companheiros e até incentivava o mexicano a continuar tentando o chute para o gol, isto depois do astro português ter falhado, pelo menos, em duas claras ocasiões para colocar o Real Madrid em vantagem.
Com os adversários do Atlético de Madrid, o luso também não se mostrou ríspido apesar do jogo faltoso: um empurra-empurra com Miranda na hora dos escanteios, uma conversa com Mandzukic, que terminou em sorrisos e nada mais. No final do encontro, enquanto todos os jogadores "blancos" celebravam a vitória, o camisa 7 virou as costas e foi abraçar Oblak, o goleiro rival que brilhou nestas duas partidas impedindo o gol do Real Madrid em várias situações. O atacante fez questão de reconhecer e parabenizar o goleiro adversário.
A certeza de que permanecerá em ação nos palcos da Liga dos Campeões e do Campeonato Espanhol, que permitem sonhar com a desejada “Bola de Ouro” (nos últimos anos disputada com o maior rival, Lionel Messi) foi um suspiro de alívio para Cristiano Ronaldo que terminou a noite em um restaurante badalado da capital espanhola com o irmão, o melhor amigo e outros conhecidos. O empresário Jorge Mendes, a família e muitos amigos de CR7 estiveram no camarote do Santiago Bernabéu e entraram em êxtase no momento do gol de Chicharito. Não foi de Cristiano, mas só desta vez, não faz mal.
CR7 lamentou não ter deixado o dele, mas
mas foi decisivo no lance que selou o
triunfo merengue (Foto: Reuters)
FONTE:
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