A desafinada no primeiro set preocupou. O Sesi-SP mostrava um repertório mais eclético, tinha todos os acordes e estava disposto a fazer aquela "banda harmoniosa", com uma história de cinco anos de sucesso, ter um dia ruim. Mas o Mineirinho estava lotado, o show era em casa, para 14.036 pessoas, e o Cruzeiro não podia decepcionar. Foi com um solo de Leal, na segunda parcial, que a história começou a mudar. Dali em diante, o duelo ficou muito equilibrado. Só que o Cruzeiro voltou a mostrar o seu estilo pesado de atuar nos momentos decisivos e ganhou todos os holofotes. Neste domingo, os anfitriões mais uma vez jogaram por música e conquistaram o tricampeonato da Superliga: 3 sets a 1, parciais de 21/25, 25/19, 27/25 e 25/19 (assista aos melhores momentos no vídeo acima).
- Sempre percebi que tinha a possibilidade de ser um grande jogador. Quando vim para o Brasil, evoluí muito e agradeço por isso. Não tenho palavra para descrever essa alegria e o apreço que tenho por esse time. Premia o esforço de cada dia, treinamos sempre como se fosse um jogo e isso é importante. Todos esse jogadores têm na cabeça sempre serem campeões - disse Leal, eleito o melhor jogador da final.
Cruzeiro comemora o tricampeonato da
Superliga (Foto: Alexandre Araújo)
O cubano do Cruzeiro foi o maior pontuador da partida, com 21. Wallace somou 17. Pelo time paulista, Theo fez 20 pontos, e Riad se destacou com oito bloqueios.
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Leal passa pelo bloqueio de Riad: cubano fez 21 pontos na decisão (Foto: Alexandre Arruda/CBV)
Segundos antes de o árbitro autorizar o início da partida, Wallace e Lucão batiam um papo rápido e trocavam sorrisos. Logo, logo os semblantes se fechariam, e a cordialidade terminaria ali. O Sesi-SP parecia alheio ao barulho da arquibancada, que ia diminuindo após uma sequência de ataques e bloqueios que ajudavam a colocar o time paulista na frente (8/5). William Arjona começava a pedir apoio, regendo a torcida azul.
E ela atendia e levantaria ao ver o placar marcar 8/8. O Cruzeiro estava de novo dando trabalho aos adversários. Mas Theo estava inspirado. Ora como paredão ora como ataque preciso. A distância voltava a aumentar, e o técnico Marcelo Mendez pedia tempo (16/11).
Ele trocava as peças, mas o Sesi-SP não dava brechas. Seguia imprimindo um ritmo forte e dando as cartas (22/18). A essa altura, já era possível ouvir a cantoria dos torcedores da equipe visitante. Wallace e Leal eram parados pelo bloqueio. Murilo, sim, encontrava espaços e colocava o Sesi-SP a um ponto de fechar o set. Coube a Lucão fazer 1 a 0 (25/21).
Wallace solta o braço em cima de Murilo
(Foto: Alexandre Araújo / Divulgação CBV)
O jogo começava a ficar mais falado. Em uma das reclamações com a arbitragem, o Sesi-SP alegava que Leal havia pisado na linha. Após o bate-boca, o cubano e Serginho levavam cartões amarelos. William aproveitava o momento e chamava Leal nos ataques. Ponto. Um seguido do outro. O cubano terminava a parcial com seis pontos (nove no total) e fazia a arquibancada respirar aliviada: 25/19.
Cruzeirenses festejam ponto na vitória sobre o
Sesi-SP (Foto: Alexandre Arruda/CBV )
Coeso, o Cruzeiro ditava as ações, tocava em harmonia. Do banco, Filipe via o canadense Winters, que havia entrado o seu lugar, dar conta do recado. O titular vibrava. Seus companheiros defendiam e atacavam bem e ainda contavam com a sorte em alguns lances. Wallace encarava o bloqueio, a bola voltava direto em seu ombro e caía do outro lado (veja ao lado). Os jogadores do Sesi-SP balançavam a cabeça sem acreditar. A distância começava a aumentar. Os comandados do técnico Marcelo Mendez sobravam em quadra e contavam os minutos para o momento mais esperado. O ginásio cantava a plenos pulmões (20/15) e fez a festa quando Winters explorou o bloqueio e marcou o ponto do tricampeonato: 25/19. A banda do coração tinha dado um show daqueles.
Torcida do Cruzeiro em domingo de festa no
Mineirinho (Foto: Thomás Santos/Futura
Press/Estadão Conteúdo)
FONTE:
http://glo.bo/1Cypa9F