A China, de 1,3 bilhão de habitantes, viveu dias em função de saber quem brilharia mais no duelo estelar: Neymar ou Messi? Também se mobilizou pelo ídolo Kaká e entrou em polvorosa com os astros David Luiz, Di Maria, Higuaín... Depois do jogo, essa imensidão de gente aprendeu quem é Diego Tardelli. Rapaz sem cabelo invocado, sem contrato com potências europeias, mas com o nome cravado na história após decidir um Brasil x Argentina.
Foram dele os gols da vitória por 2 a 0, os seus primeiros pela Seleção. Em determinado momento, os adversários mostraram maior repertório, futebol mais moderno, jogadores versáteis. Pode empacotar tudo e despachar de volta pra casa. A mala brasileira voltará mais pesada, com o troféu de tricampeão do Superclássico das Américas.
Diego Tardelli comemora com Neymar
um de seus gols no Superclássico
das Américas, em Pequim
(Foto: Reuters)
Só Tardelli? Claro que não. Houve também a brilhante defesa de Jefferson. Não importa se foi bem ou mal batido, pegar um pênalti de Messi é sempre brilhante. Nesse caso, duplamente. Além de parar o extraterrestre, impediu que o árbitro chinês Fan Qi estragasse o jogo. Ele errou ao marcar falta de Danilo em Di María, na área.
Jefferson defende no canto o pênalti
cobrado por Messi quando o placar
ainda indicava 1 a 0 (Foto: Reuters)
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Parece até que o ar de Pequim se abriu para que sua enorme população pudesse ver os craques. Após uma semana com índices de qualidade do ar beirando o trágico, e visibilidade que dava a total sensação de se transitar por um cenário de filmes de terror, uma frente fria aliviou o clima. Frente fria, jogo quente...
Injusto? De jeito nenhum. Como atribuir à injustiça o brilhante aproveitamento de um atacante? Diego Tardelli estava no lugar certo, na hora certa, quando a zaga rival se atrapalhou. Um tapa sem deixar a bola cair no chão e seu primeiro gol pela Seleção.
Messi fica sem graça ao não alcançar
o rebote do pênalti, enquanto
Jefferson comemora a defesa
com Danilo (Foto: AP)
Até então, frear as investidas de Messi do meio para a direita era uma missão inglória. E o que dizer de Di María? Ele caiu na área, o árbitro caiu na dele. Na cobrança do pênalti, Messi ouviu poucas e boas (ou ruins?) de David Luiz antes de chutar nas mãos de Jefferson. O goleiro se agigantou por toda a partida. Foi decisivo.
Daí para frente, o 10 de amarelo brilhou mais. Neymar, por pouco, não fez dois golaços. Concluiu mal, mas foi o desafogo ideal para o Brasil. Acumulou cartões nos argentinos, que não conseguiam pará-lo.
Neymar é acossado por Mascherano,
seu companheiro de Barcelona,
no jogo deste sábado
(Foto: EFE)
Na etapa final, em vantagem no placar, o Brasil foi muito mais inteligente do que a Argentina. Acertou a marcação, compactou a equipe, e aproximou seus jogadores de frente. Criou. Mereceu fazer o segundo na cabeçada de Tardelli, mais uma vez na hora certa, no lugar certo, após escorada de David Luiz e defesa de Romero.
Tata Martino tentou de tudo. Colocou Higuaín, Pastore... Mais salários milionários para serem coadjuvantes no Ninho do Pássaro. O Ninho do Tardelli, que saiu para a entrada de Kaká. Certamente, o jogador mais querido pelos chineses. Povo que sabe reconhecer a história.
Neymar e Dunga com o troféu do
Superclássico no meio de toda
a Seleção (Foto: Heuler Andrey
/ Mowa Press)
Dunga segue invicto diante da Argentina: quatro vitórias e um empate pela seleção principal – perdeu a semifinal olímpica com jogadores sub-23. E, agora, segue mais firme na tentativa de levar a equipe brasileira a figurar, novamente, entre as principais do planeta.
brasil 2 x 0 argentina
Jefferson, Danilo, Miranda, David Luiz (Gil) e Filipe Luís; Luiz Gustavo, Elias, Oscar e Willian; Neymar (Robinho) e Diego Tardelli (Kaká)
Romero, Zabaleta, Demichelis, Federico Fernández e Rojo; Mascherano, Pereyra (Pérez), Lamela (Pastore) e Di María; Messi e Agüero (Higuaín)
Técnico: Dunga
Técnico: Tata Martino
Gols: Diego Tardelli, aos 31 minutos do primeiro tempo; Diego Tardelli, aos 18 minutos do segundo tempo
Cartões: Amarelos: David Luiz (Brasil); Mascherano (Argentina)
Local: Ninho do Pássaro, em Pequim (China)
FONTE:
http://glo.bo/1sxT90k