Marcelo Benevides
Publicada em 25/11/2011 às 12:12
Rio de Janeiro (RJ)
Eterno presidente do Botafogo, Carlos Augusto Montenegro sempre foi conhecido pelo discurso afiado, principalmente em se tratando do clube do coração. Ao comentar o atual momento do time, o ex-mandatário na conquista do título brasileiro de 95, apontou Caio Junior como um dos principais responsáveis pela derrocada alvinegra na reta final do Campeonato Brasileiro.
- O Caio Junior teve a fase boa, deixou o Botafogo com 55 pontos. Mas ele resolveu inventar um pouquinho no final. Jogar com Loco Abreu sozinho foi um suicídio. Ele gostava de usar frases de efeito como: "Quando um treinador ganha, é bom. Quando perde, é ruim". Só que ele se esqueceu da mais usada e antiga: "Em time que está ganhando não se mexe" - disparou o ex-dirigente.
Outro aspecto, de acordo com Montenegro, também teria pesado na queda de rendimento da equipe:
- Indiretamente, o Mano Menezes também contribuiu para isso. Os três jogadores convocados para a Seleção Brasileira (Jefferson, Cortês e Elkeson) caíram muito, agregados a outros que caíram naturalmente. Por isso, o time perdeu o pique. Mas ainda é possível. São dois jogos que podem decidir o nosso futuro.
Apesar de estar afastado do clube há alguns anos, Montenegro respira o Botafogo. Ele acompanha de perto o time, comparece em eventos realizados pelo clube, além de ser ainda uma pessoa com bom relacionamento com dirigentes atuais e do passado. Como o clube vive um dia de eleição, ele aproveitou para fazer um comparativo de sua administração com a de Mauricio Assumpção, concorrente à reeleição.
- Foram épocas diferentes. Pela primeira vez, o Botafogo está nas mãos de profissionais. A área da Lagoa melhorou, o marketing existe, o que não existia antigamente, as sedes foram restauradas. Além disso, o Botafogo teve uma loja de material esportivo, num grande ponto da sede de General Severiano - aprovou ele.
A relação com as entidades foi outro ponto destacado pelo ex-dirigente:
- Tenho sentido o Botafogo muito respeitado em todas as entidades: CBF, Federação, COB, etc... Não havia respeito anteriormente. O Bebeto de Freitas (ex-presidente) não aceitava, era inimigo do Nuzman (presidente do COB), não tinha afinidade com Ricardo Teixeira (presidente da CBF). O Botafogo era desprezado. O futebol é a coisa que mais agrega as pessoas. São dois anos que o Botafogo briga pela Libertadores. Isto já é uma evolução. Este ano, dava para ir além. Mas não podemos culpar ninguém, porque é muito difícil manter uma fase do início ao fim.