Gabriel se emocionou ao treinar com os profissionais
(Foto: Alexandre Lozetti/Globoesporte.com)
(Foto: Alexandre Lozetti/Globoesporte.com)
Quando o garoto de 15 anos, completados no último dia 4 de janeiro, ouviu o chamado de seu técnico, as pernas tremeram. Sem Negueba, que se lesionou em treino no último sábado, Ney Franco precisava de um atacante para fazer dupla com Aloísio no time reserva. O preparador físico buscou ajuda nas categorias de base e o escolhido foi Gabriel, conhecido como Pajé pelo cabelo “tigelinha” que tinha aos dez anos, quando chegou ao São Paulo.
Magricelo, o adolescente chamava atenção à distância pela diferença gritante de porte físico para os demais jogadores em campo. No mesmo time de atletas como Aloísio, Maicon, Casemiro e Cañete, tentou se movimentar, pediu bola, até foi bastante acionado, mas esbarrou no paredão formado por Lúcio e Rhodolfo.
- Os caras chegam forte, né? Eu sou pequenino ainda, peguei uma bola ali pela esquerda, o Rhodolfo já chegou junto (risos). Mas gostei demais, estou emocionado - disse o garoto.
Gabriel chegou ao São Paulo em agosto de 2008, aos dez anos. No início, se dividia entre o campo e o futsal, mas aos 13 abandonou as quadras. Em 2002, quando Lúcio e Rogério Ceni foram campeões do mundo com a seleção brasileira, ele tinha apenas quatro anos. Lembrança boa mesmo ele tem da Copa do Mundo de 2010, quando vibrou com os gols do ídolo Luis Fabiano.
- Meu coração começou a bater forte quando fiquei sabendo que jogaria contra eles, eu mal conseguia ficar em pé. Mas depois de uns três minutos fiquei mais tranquilo, consigo me preparar emocionalmente. Gosto do estilo do Luis Fabiano, meio marrento, aqueles gols dele na Copa foram bons demais - afirmou Gabriel, que fez questão de ressaltar:
- Gosto do estilo, mas não sou marrento, não. Humildade sempre!
O apelido de Pajé surgiu quando o adolescente passou a fazer muitos gols, ainda como meia do time infantil. O faro artilheiro o transformou em centroavante. Canhoto, ele mesmo admite que atua “meio parado, sem correr muito”.
Gabriel estava no CT de Cotia porque a equipe sub-15 se prepara para uma competição no dia 18. Como todo iniciante que se preze, teve de se sacrificar pelos veteranos. Foi ele quem ajudou o auxiliar-técnico a carregar a trave até o meio do campo, por exemplo. Em seguida, foi chamado por Rogério Ceni, quase 25 anos mais velho. O goleiro colocou duas bolas alinhadas e desafiou o jovem: “Vamos ver se você acerta o travessão de primeira, se tem sorte de principiante”. Gabriel errou, mas jamais vai se esquecer da experiência.]
- Não tenho a técnica dele, né? Mas foi muito bom poder estar ao lado dele. Espero voltar logo.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/sao-paulo/noticia/2013/01/menino-de-15-anos-substitui-negueba-em-treino-do-sao-paulo.html