Jogadores erguem a taça de Campeão
Gaúcho (Foto: Wesley Santos/Agência
PressDigital)
Tudo começou no Gre-Nal 400, há dois domingos, em vitória de 2 a 1, de virada. Já esse triunfo com todo o jeito de massacre, de número 151 do Inter em clássicos, teve início, veja só, no menos inspirado pé direito de D’Ale, em chute firme, no canto baixo de Marcelo Grohe, após falha clamorosa de Werley na proteção de bola com Rafael Moura, aos 26 minutos do primeiro tempo. O He-Man a recolheu, rolando para o gringo. Um presente só maior que a satisfação dos colorados em ver o argentino jogar um Gre-Nal. Foi seu 22º clássico, seu oitavo gol sobre o Grêmio. Foi no Centenário, mas parecia o Beira-Rio.
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D’Ale estava em casa porque jogar Gre-Nal é sua especialidade. Além de balançar a rede, regeu o time de Abel Braga, com orientações, gritos, passes precisos e, por que não, sucessivas discussões com o árbitro Márcio Chagas da Silva. O segundo tempo foi ainda mais irresistível. Porque, a partir dali, todo o time do Inter virou um D'Alessandro. E jogou muito. Alex (duas vezes) e Alan Patrick, em pênalti sofrido por D'Ale, completaram uma goleada histórica. Até o gol de honra tricolor foi do Inter, contra de Ernando, em cruzamento de Dudu.
- O Inter deu uma mostra hoje (domingo) e na Arena (vitória por 2 a 1) do planejamento da diretoria - endossou D'Ale. - Mostramos que quem manda na nossa terra é o Inter.
As mesmas mãos de D'Alessandro que organizaram o Inter levantaram a taça do Gauchão. Um movimento que o Grêmio não executa desde 2010, ano do último título estadual. Resta, ao menos, a luta para a prioridade na temporada, a Libertadores. As oitavas começam no dia 23, contra o San Lorenzo, aliás ex-time de D'Ale, que até nisso parece perseguir os tricolores.
Antes, a dupla Gre-Nal estreia no Brasileiro no próximo fim de semana. O Grêmio visita o Atlético-PR no domingo, no Orlando Scarpelli, uma vez que o clube paranaense cumpre punição. O Inter saboreia sua conquista mais recente diante do Vitória, em local a definir.
Wendell observa um time muito superior
comemorar mais um gol (Foto: Diego
Guichard/GloboEsporte.com)
Centenário, a casa colorada
O palco do primeiro jogo do Inter no Brasileiro está indefinido como estava para o clássico deste domingo. Até quarta-feira reinava a polêmica sobre a utilização ou não do Beira-Rio. Mesmo com duas festas para 50 mil pessoas cada no fim de semana passado para a reinauguração oficial, o estádio remodelado da Copa não foi capaz de receber o Gre-Nal, por questões de segurança. O Centenário, portanto, abriu seus portões para quase 20 mil torcedores.
D'Alessandro fez um grande Gre-Nal em Caxias (Foto: Nabor Goulart/Agência Estado)
Mas o Grêmio atacou. E muito. Começou já no primeiro minuto, em chute torto de Pará. A resposta do Inter surgiu logo depois, em falha de Rhodolfo, contornada por erro de Márcio Chagas. O árbitro alegou saída de bola quando Willians a roubou, deixando Alex livre na pequena área. Dudu, muito acionado, também arriscou. Edinho também. Chance clara, no entanto, era artigo raro.
D'Ale 'rege' até o juiz
O que mais se viu, no entanto, foi o jogo psicológico de D'Alessandro. Parecia atuar tão bem com as mãos do que costuma fazer com os pés. Aos 13 minutos, postou em frente a Chagas e desafiou a autoridade do árbitro ao elevar um dedo em riste. Aos 18, mais uma vez irritado com a arbitragem, D'Ale deu um soco na bola.
O maestro vermelho não deve ter gostado quando quase viu o Grêmio marcar. Aos 23, Wendell carimbou Willians e, no rebote, faltou perícia a Alan Ruiz. Qualidade que sobra ao outro argentino em campo. A D'Alessandro. Primeiro, mérito de Rafael Moura ao tomar a bola na grande área de um desatento Werley. O toque para trás também saiu na medida. D'Ale finalizou com precisão: 1 a 0. A primeira finalização do Inter a gol, aos 26 minutos. Um prêmio ao talento de quem tem em mãos a rara receita de brilhar em Gre-Nal.
Gre-Nal teve seus momentos de confusão
no Centenário (Foto: Diego Guichard/
GloboEsporte.com)
- Terminamos melhor. O Grêmio vai ter que sair mais no segundo tempo. Cabe a gente ser inteligente.
Inter volta com tudo: o massacre da Serra
Além de tudo, D'Ale ainda foi premonitório. O Inter começou o segundo tempo tão inteligente que, aos quatro minutos, já fazia 2 a 0. Com direito ao argentino fora da jogada. Alan Patrick cruzou e Alex se antecipou a Grohe, com incomum facilidade. Aos 10, logo após os primeiros gritos de olé a ecoar pelo Centenário, D'Ale invadiu a área e sofreu pênalti de Dudu. Deixou Alan Patrick ser protagonista e fazer o terceiro. Dois minutos depois, em jogada coletiva de brilho ímpar de Alan Patrick e Rafael Moura, Alex driblou o goleiro e arrebatou o estádio com um incrível 4 a 0.
Que só não se tornou histórico - quatro gols de diferença só haviam sido vistos em clássicos em 1954 -, porque Dudu diminuiu aproveitando-se de desvio contra de Ernando. E também porque Enderson se travestiu de pura humildade. Ao levar o quarto gol, sacou Alan Ruiz e reforçou a marcação com o volante Léo Gago. Igualdade só em expulsões: Willians e Pará.
Sintomas singelos que referendam uma superioridade do Inter que não começou neste domingo de frio e sol no quente Centenário. São quatro anos de conquistas estaduais. E um sugestivo 4 a 1 que só faz reforçar quem vem mandando no Rio Grande do Sul.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/rs/futebol/campeonato-gaucho/noticia/2014/04/massacre-na-serra-inter-impoe-4-1-no-gremio-e-e-tetracampeao-gaucho.html