Esporte
Marcelo Oliveira critica time por erros: "Fomos incompetentes"
Técnico diz que Verdão jogou melhor no segundo tempo, mas vacilou nas finalizações e por isso não aproveitou oportunidade de voltar ao G-4 do Brasileirão
Por Felipe Zito São Paulo
O técnico Marcelo Oliveira lamentou a oportunidade perdida pelo Palmeiras de voltar ao G-4 do Campeonato Brasileiro na noite desta quarta-feira. Jogando em sua arena, o Verdão foi derrotado por 1 a 0 pela Ponte Preta e se manteve fora do grupo que assegura vaga na Taça Libertadores da América de 2016. Segundo o técnico, por erros da própria equipe.
– Nós fomos ineficientes, incompetentes. O time estava lutando, com espírito bom. No segundo tempo jogou muito mais, mas pecou muito na jogada final, na hora de fazer o gol. Com um gol poderíamos virar o jogo – afirmou, em entrevista coletiva após a partida.
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A irritação da torcida alviverde foi evidente. Marcelo Oliveira minimizou as vaias e reclamações dos palmeirenses e disse que a goleada por 5 a 1 sofrida para a Chapecoense, na última rodada, não influenciou a postura da equipe nesta quarta-feira – embora a partida não tenha sido conforme o esperado após uma semana dedicada somente aos treinamentos.
– As derrotas sempre são ruins. Uma derrota como foi contra a Chapecoense, muito mais. Já comentamos, mas entendemos que é uma situação superada. Já treinamos. Treinamos bastante, até. Poucos times no Brasil treinaram no domingo. Nós treinamos, e foi muito intenso, todo mundo comprometido. Havia uma mobilização para esse jogo, entendendo que era uma oportunidade imensa de entrar no G-4, pensando ou não nos resultados de adversários. Não funcionou como queríamos – resumiu o treinador.
O Palmeiras volta a campo no próximo sábado, às 18h30 (horário de Brasília), contra o Avaí, na Ressacada. Na sexta colocação do Brasileirão, com 45 pontos, o time pode ver a distância para o Santos, quarto colocado, com 46, aumentar nesta quinta, caso o Peixe bata o Grêmio em Porto Alegre.
Marcelo Oliveira comentou erros do Palmeiras
contra a Ponte Preta (Foto: Marcos Ribolli)
Veja a entrevista coletiva na íntegra:
FALTOU RESPOSTA APÓS GOLEADA?
As derrotas sempre são ruins. Uma derrota como foi contra a Chapecoense, muito mais. Já comentamos, mas entendemos que é uma situação superada. Já treinamos. Treinamos bastante, até. Poucos times no Brasil treinaram no domingo. Nós treinamos, e foi muito intenso, todo mundo comprometido. Havia uma mobilização para esse jogo, entendendo que era uma oportunidade imensa de entrar no G-4, pensando ou não nos resultados de adversários. Não funcionou como queríamos.
RECLAMAÇÃO DA TORCIDA
O torcedor tem toda razão. Se você tiver o tempo todo o torcedor do lado, melhor, mas não vi nada exagerado. O torcedor incentivou bastante no segundo tempo, embora o time estivesse afoito. Conseguimos jogar um pouco mais, sair um pouco mais. A Ponte Preta ficou atrás só para o contra-ataque, pouco incomodou, mas não conseguimos aquele gol que incendiaria novamente para virar o resultado. Uma oportunidade perdida, e temos de cuidar disso. Não perdemos com uma produção boa. Foi um primeiro tempo muito ruim, o time não conseguia jogar, e no segundo melhorou, mas não foi o suficiente.
NERVOSISMO COM ARBITRAGEM
Eu acho que pode ter colaborado, sim, mas não justifica. Estávamos jogando em casa. Por mais que soubéssemos que a Ponte Preta é um time organizado, que joga junto há algum tempo, tem um bom posicionamento, que viria para fazer contra-ataques. Esse lance (do pênalti), essa nova interpretação dá margem a tudo. Como o zagueiro vai combater dentro da área? Ele vai tirar os braços? Você corre e precisa do braço para se equilibrar, para agir, ter uma ação defensiva. O zagueiro tem de jogar sem braço ou colocar para trás o tempo todo. Às vezes é marcado, às vezes não, isso que preocupa. Mas nós fomos ineficientes, incompetentes. O time estava lutado, com espírito bom. No segundo tempo jogou muito mais, mas pecou muito na jogada final, na hora de fazer o gol. Com um gol poderíamos virar o jogo.
MAIS SOBRE TORCIDA
Talvez o torcedor quisesse que eu permanecesse com o Dudu. É um jogador insinuante rápido, mas pelo nervosismo talvez fosse expulso. Já tinha amarelo, a marcação estava forte em cima dele, por isso optei por deixar o Rafael Marques e colocar o Allione, que tem treinado bem e até fez algumas boas jogadas. A bola não entrou, somos responsáveis por esse momento. Acho que vamos ficar na mesma posição, mas é uma oportunidade única que perdemos de voltar ao G-4.
O QUE DEU ERRADO?
Às vezes você tira um ou dois jogadores de um time e esse time se desarruma, perde o poder de conjunto. Às vezes você coloca dois jogadores que dão uma nova cara. Nós treinamos bastante, em dois períodos, no domingo... Treinamos, na primeira parte dessa folga, com o Robinho. Nós treinamos o Thiago, com o Robinho por um lado e o Zé por outro. O time treinou muito bem, mas infelizmente o Robinho não pôde jogar. Aí escalamos dois volantes com a intenção de marcar mais, soltar laterais e usufruir da bola aérea. Não conseguimos.
SAÍDA DE ANDREI GIROTTOTodos no grupo são importantes, todos podem sair em algum momento e todos podem entrar. É pouco comum, principalmente no Brasil, substituir no primeiro tempo. Mas nós não conseguimos jogar, levamos um gol, então por que esperar o intervalo? O Girotto é ótimo, tem futuro, pode crescer aqui no Palmeiras, é jovem, teve uma transformação grande na carreira. Poderia ser ele ou outro, o time todo estava muito mal. A ideia era colocar um time mais ofensivo, mesmo correndo riscos de contra-ataques, mas a gente precisava tomar uma decisão. Isso não vai afetá-lo em nada, e o Alecsandro da mesma forma. O Cristaldo sempre entra muito bem. Lutou também, teve uma ou outra oportunidade. Mas a gente pode até estar satisfeito com o segundo tempo porque o time esteve no campo do adversário, tentando jogar, mas eu e o time todo estamos muito chateados. Era uma oportunidade boa, a Ponte tem seu valor, mas o Palmeiras precisa impor mais desde o início do jogo. Entrou um pouco mole contra uma Ponte Preta que tocou a bola com facilidade.
JOGADAS AÉREAS OFENSIVASPois é, dá a impressão até que não se treina. Ainda bem que vocês são testemunhas que treinamos muito, muitos cruzamentos, a saída de bola também. O Coritiba e o Cruzeiro saíam jogando, tenho isso como filosofia de trabalho. Hoje, o gol tem um poder grande num jogo de futebol. Levar o gol naquele momento fez com que a Ponte viesse toda para trás, no segundo tempo mais ainda, o Borges estava quase como meia. A gente até melhorou, mas teve dificuldade, não por falta de treinamento ou orientação, mas talvez por falta de confiança de um time que está se formando como time e sendo muito mexido.
IRRITAÇÃO DE ALECSANDROEu não fiquei sabendo disso. Acho que não é o caminho. O jogador quando sai, sai muito pilhado, principalmente o que está acostumado a fazer gols e ganhar. Por mais experiência que ele tenha, tem que ter uma relação boa com o torcedor e admitir. Deve ter sido um momento de nervosismo, tomara que não tenha desdobramento, porque é um jogador que pode nos ajudar.
MOMENTO DECISIVOPor mais que o Palmeiras tenha sido inconstante, irregular, com momentos bons e outros nem tanto, o Palmeiras está brigando na Copa do Brasil. Eram 80 times, agora só quatro. E está próximo também do G4. Se o Santos não vencer, fica praticamente a mesma coisa. Mas não é ideal o que aconteceu aqui hoje. Tínhamos quase que obrigação de fazer algo diferente, melhor do que foi feito.
PRESSÃO NO CARGOÉ assim que funciona mesmo. A pressão existe desde que estou aqui, cara. Tivemos uma sequência de oito jogos sem perder e via uma pressão para continuar aquela sequência, chegar na frente. Eu me preparei para ser técnico, ser profissional e trabalhar muito, com lealdade, intensamente. Esse é meu pensamento sempre, independentemente do que passe externamente em relação ao nosso trabalho. Estamos tão chateados quanto o torcedor.
FOCO NA COPA DO BRASIL?Vamos ver os resultados. A princípio, temos que estar fortes nas duas competições, porque temos possibilidades. Temos que recuperar jogadores que não jogaram por lesão e esperar que voltem rapidamente. Mas só nos dias que antecedem os jogos do Fluminense vamos ter essa certeza se vamos priorizar uma ou outra.
CULPA DE QUEM?A torcida, às vezes, tem preferência por um ou outro jogador e pensa movida pela paixão. Ou porque um jogador sempre entra bem ou porque acha que outro seja importante. Eu tomo minhas decisões dentro da minha convicção, que é formada no dia a dia. Possivelmente o torcedor não pensou que o Dudu pudesse ser expulso. Talvez a manifestação do torcedor tenha sido muito mais pela substituição do que pelo jogo como um todo, porque até o fim tivemos possibilidade de empatar, mesmo estando um pouco ansiosos.
O QUE FALTA AO TIMEJogadores velozes a gente tem, e propor, a gente propõe. Temos o Jesus, o Dudu, com boa velocidade. O nosso problema está na saída de bola. Jogávamos com dois jogadores que cumpriam as duas funções. Perdemos um, depois perdemos o outro, e o próprio Robinho, que cadencia, dá uma boa saída de trás. Nesse jogo, poderia utilizá-lo como segundo volante, porque ele faz bem essa função. Estamos pecando nessa transição da defesa ao ataque através do volante, e isso não é uma crítica aos que estão jogando. É o que está acontecendo.
MENSAGEM PARA A TORCIDANós temos que achar soluções para essas dificuldades que citei. Precisamos quebrar um pouco a ansiedade, retomar a confiança para jogar, isso é o que precisa ser atacado. E ser mais decisivo. Temos um grupo de jogadores comprometidos, bons profissionais, que gostam de trabalhar. Não posso me queixar do comprometimento, da luta, mas técnica e taticamente não foi bem. E torcer um pouco para a volta de jogadores importantes que poderiam fazer o time render muito mais.
PONTE MELHOR NO PRIMEIRO TEMPOVeja a incoerência. Você está jogando com dois volantes marcadores, o Thiago e o Girotto, e mesmo assim a Ponte Preta jogou. E não deveria ter jogado. O pior de tudo é que eles jogaram e nós não conseguimos quando tivemos a bola. No segundo tempo, a Ponte incomodou muito pouco, não lembro de lances de gol. Ficamos no campo deles, mas sem uma definição de jogadas.
FELLYPE GABRIELO Fellype estava treinando normal, até poderia ser uma opção para fazer essa saída, como segundo volante. No treinamento de ontem, teve um desconforto, estava meio travado as coisas, e saiu da concentração. Estava relacionado.
ROBINHOEle voltou, estava animado, começou o treino muito bem e voltou a sentir um pouquinho exatamente o lugar onde havia machucado. Esperamos, senão para o Brasileiro, que ele possa voltar para a Copa do Brasil. Nesse jogo temos que abrir mão do Thiago, que já jogou pelo América-MG, que é mais uma dificuldade que teremos.
(OBS. DO BLOG:
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NO LINK DA FONTE ABAIXO)FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/palmeiras/noticia/2015/10/marcelo-lamenta-chance-perdida-pelo-palmeiras-fomos-incompetentes.html
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