A primeira vitória na competição, em quatro jogos, deixou Mancini à vontade. Em uma sala de entrevistas quase vazia, o comandante repetiu, em quase toda a resposta, a tranquilidade que um resultado como o construído trará. Sem deixar de evitar empolgação em excesso.
- (O time) esteve perto, sim, da perfeição. Diante do tempo que estou, do que estou passando aos jogadores e do que vi nos outros jogos, sim. Temos de quebrar pedra ainda, mas temos de exaltar a atuação. Pedi para apertar a marcação. Eles estavam chegando, com faltas laterais, no primeiro tempo. No segundo, não. Encaixamos. Fizemos os gols. Nenhum time faz seis gols à toa.
Ou tem esta apresentação. Só faz isso quem tem alma. Espero que seja o começo de muita coisa boa – disse comandante.
Com o resultado, gols de Daniel (três vezes), Emerson Sheik (duas) e Wallyson, o Botafogo chegou a quatro pontos. É o atual nono colocado. Mas, de acordo com Mancini, precisa melhorar:
- Era essencial vencer, e o 6 a 0 foi atípico. Foi muito bom, mas o dia acabou. Temos de pensar no Goiás. É bom ganhar bem, sem sofrer, mas existem armadilhas no futebol. Foi apenas um jogo. Tenho tentado passar a eles que, se tiver merecimento, as coisas vão acontecer. Contra são Paulo e Bahia não foi suficiente para ganhar. Hoje, eles correram uma barbaridade, e deu certo. Vou ver com fisiologistas, acho que foi o jogo que mais corremos. Aí, deu resultado. Tem coisas que não nos dão segurança. Tem de ter mais posse de bola. Aconteceu só quando tivemos o placar na mão. Oscilamos taticamente, especialmente no primeiro tempo. Não é da noite para o dia que se arruma. Mas, com a disposição deles, estamos no caminho certo.
De folga neste domingo, o Botafogo se reapresenta na segunda-feira. Quando começará a preparação para enfrentar o Goiás.
Vagner Mancini orienta a equipe durante
a goleada por 6 a 0 no Maracanã (Foto:
Vitor Silva / SSPress)
Confira a íntegra da coletiva de Vagner Mancini:
Qual a importância de sair na frente no placar?
Sair na frente era essencial, afinal, até agora a gente não tinha visto isso em campo. Saímos atrás contra São Paulo, Inter e Bahia. Era fundamental observar o tipo de reação. Temos de exaltar a conduta. Mesmo quando estava 0 a 0 ou quando virou 1 a 0, era uma equipe concentrada. Mandamos em 80 minutos do jogo. Estamos satisfeitos. Muita coisa evoluiu, mas ainda há o que ser acertado.Resultado dá tranquilidade?
Quando cheguei achei que o time ia pouco ao ataque. Me preocupava porque um time que chega pouco é muito atacado também. O Daniel já no primeiro tempo foi bem. Estamos ainda em busca da melhor formação. O resultado de hoje nos dá a condição de respirar, tirar pressão. Mas ainda não é o ideal.
O time esteve perto da perfeição?
Esteve perto, sim, da perfeição. Diante do tempo que estou, do que estou passando aos jogadores e do que vi nos outros jogos, sim. Temos de quebrar pedra ainda, mas temos de exaltar a atuação. Pedi para apertar a marcação. Eles estavam chegando, com faltas laterais, no primeiro tempo. No segundo, não. Encaixamos. Fizemos os gols. Nenhum time faz seis gols à toa. Ou tem esta apresentação. Só faz isso quem tem alma. Espero que seja o começo de muita coisa boa.
O Daniel fez um bom jogo...
O Daniel, desde que cheguei, é observado nos treinos. Ele se trata do único jogador de velocidade no elenco. Tive carinho especial com ele. Mesmo diante do Bahia, apesar do bom jogo, faltou profundidade. No futebol, tem de esticar a bola. Não posso depender só do Emerson. Disse que buscava um jogador rápido e, então, passei a dar atenção especial a ele. Termina o treino, e faço algo com ele. Para posicionar. Usar o que tem de melhor. Ele fez isso, fez os três gols. O torcedor vai enxergar de forma diferente. Treinador não tem de escalar, mudar e deu. Tenho preocupação de recuperar os jogadores. Por isso, o Julio Cesar entrou. Isso é importante para formar um grupo. Temos sete meses de campeonato e todos serão importantes. Não posso perder ninguém.
O torcedor deu resposta ao torcedor?
O Criciúma tinha de ver um time que o Botafogo queria ganhar a partida. A gente atacou mais, finalizou mais, brigou mais. Tanto que fizemos o placar elástico. O Botafogo deu uma resposta, não para a torcida ou para a imprensa, mas para nós mesmos. Ninguém está empolgado aqui, sabemos que temos de evoluir. Era importante dar resposta que o torcedor quer ver. Não é a torcida que vai encher. É o time que vai jogar bem e encher o estádio. Daqui a pouco vamos ver mais gente nos jogos. Vamos entrar numa fase em que não jogaremos mais no Rio. A imensa torcida tem de acreditar. Voltamos a flertar com eles. É um time que vibra em campo. É um time em evolução.
O que é preciso melhorar?
Era essencial vencer, e o 6 a 0 foi atípico. Foi muito bom, mas o dia acabou. Temos de pensar no Goiás. É bom ganhar bem, sem sofrer, mas existem armadilhas no futebol. Foi apenas um jogo. Tenho tentado passar a eles que, se tiver merecimento, as coisas vão acontecer. Contra são Paulo e Bahia não foi suficiente para ganhar. Hoje, eles correram uma barbaridade, e deu certo. Vou ver com fisiologistas, acho que foi o jogo que mais corremos. Aí, deu resultado. Tem coisas que não nos dão segurança. Tem de ter mais posse de bola. Aconteceu só quando tivemos o placar na mão. Oscilamos taticamente, especialmente no primeiro tempo. Não é da noite para o dia que se arruma. Mas, com a disposição deles, estamos no caminho certo.
Qual a importância do Emerson?
A chegada do Emerson foi fundamental no grupo. Ele é diferenciado não só dentro de campo. É inteligente. Ele sabe se expressar, a hora de cobrar. Ele se fez respeitar pela maneira que se dedica em campo. Ele é atacante, mas estou cansado de ver ele dar pique atrás do adversário. O exemplo dado faz com que todo mundo note. Ele tem peso diferente. É rodada, campeão onde vai. Quando a gente precisava, surgiu o Emerson fazendo gols. Ele foi decisivo pois fez os dois primeiros. Depois, a equipe encaixou. A gente deve o início da goleada de hoje a ele. É frio, decide o jogo. Temos atletas líderes. Ele, Jefferson, Bolívar, Jorge Wagner. Eles assumem. Uma boa equipe precisa disso.
Carlos Alberto enfrentará o Goiás?
Ficaria feliz se ele estará apto a jogar. Depende de testes. O setor de fisiologia tem de fazer ele jogar. Não vamos usar se ele não estiver em patamar favorável. Se eu sentir que ele pode se machucar ou não render, vou segurar. Ele tem de entrar de forma confiante.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/botafogo/noticia/2014/05/mancini-elogia-concentracao-e-aponta-importancia-de-abrir-placar-pela-1-vez.html