A situação do Botafogo se complicou ainda mais no Campeonato Brasileiro após a derrota por 2 a 0 para o Atlético-PR (veja os melhores momentos no vídeo acima), no Raulino de Oliveira. Agora restam cinco jogos, e a equipe alvinegra ocupa a 18ª colocação da tabela, com 33 pontos. O técnico Vagner Mancini, em sua entrevista coletiva, citou o primeiro gol do Furacão, irregular, e o fator emocional para tentar explicar o revés em Volta Redonda.
- Hoje apertou mais. Acabamos desperdiçando uma oportunidade boa de somar pontos importantes. O Botafogo iniciou bem a partida e levou um gol impedido. Isso tem que ser falado, acabou mudando o jogo todo. A equipe deu uma escorregada no primeiro tempo e depois voltou a mandar na partida. Voltou bem no segundo tempo, e a expulsão deixou as coisas mais difíceis. Fator emocional e um a menos. Depois houve as chances de Zeballos e Jobson. Acabamos levando o segundo no apagar das luzes. Estamos chateados com o que foi visto em campo. O Botafogo perdeu uma grande oportunidade de vencer - disse Mancini.
O próximo compromisso do Botafogo é no sábado que vem, contra o Fluminense, no Maracanã. A partida é válida pela 34ª rodada do Campeonato Brasileiro e será realizada às 19h30 (de Brasília).
Confira outros trechos da coletiva de Vagner Mancini
Fator emocional
- Falando de maneira simples, o Botafogo sentiu emocionalmente a partida. Dentro de cada jogo você vê coisas boas e ruins. Hoje houve mais ruins, principalmente pelo desperdício de bolas. Talvez o fato de termos uma formação de ataque com mais jogadores que têm o mesmo jeito de jogar, e isso contribuiu para o desperdício. Não tivemos jogadores que dessem um alento com uma maneira diferente de jogar. Com a expulsão do Junior Cesar passamos a ter um vazio no meio-campo, o Atlético tocou a bola e tentou levar nosso time ao desespero.
Consequência da expulsão de Junior Cesar
- Em toda expulsão há exagero, um excesso de força. De onde eu estava não deu para ver muita coisa. Depois com calma vou observar o lance. Mas acho que tudo é fruto do emocional. Viver uma situação dessa, com risco de rebaixamento, a obrigação de vencer e estar perdendo acaba contribuindo, tem um peso diferente. Alguns jogadores se enchem de energia e jogam mais, outro sentem e o desempenho cai.
Time mais ofensivo
- Sabíamos que enfrentaríamos um time forte e que joga com bolas longas no ataque. O Botafogo teria que tentar jogadas e não poderia entrar em campo com mais um jogador defensivo. Tinha que atacar, porque a chance era vencer a partida e sair da zona de rebaixamento. Precisávamos ocupar mais o setor de ataque, mas com o primeiro gol do Atlético nós já começamos a falar da parte emocional.
Desafio mais difícil da carreira
- Com certeza é minha missão mais complicada. Nunca havia vivido isso, com tantas dificuldades, mas não vamos jogar a toalha de maneira alguma. O Botafogo tem que estar de pé, pela história que tem. São coisas que fazem parte do futebol, mas vou até o fim. Podem ter certeza de que dentro do vestiário nós lutamos no campo tudo o que se espera. Nesse momento negativo é preciso parar e refletir para que contra o Fluminense o Botafogo seja forte e siga sonhando com esses pontos para sair dessa situação. Vamos seguir brigando de cabeça erguida, com muitos problemas mas temos 15 pontos em disputa.
Problemas para escalar o time- Estamos diante de um quadro muito desfavorável. Perdi Rogério, Wallyson e André Bahia. Hoje, Jobson e Rodrigo Souto se queixaram de dor. Diante dessas dificuldades, a parte mental joga contra o físico. Com um a menos, é preciso se desdobrar mais, e o jogador fica mais perto das lesões. Não gosto de chiar no microfone, mas desde o início do Brasileiro 14 atletas saíram do time. Então, esse que está jogando não é nem o segundo time. Muito atletas não tiveram tempo de se conhecer e agora estão numa arena brigando contra leões, muitas vezes sem estarem preparados. Por isso digo que alguns sentem mais do que outros.
Falta de experientes no elenco
- Lógico que com uma equipe mesclada com jogadores mais velhos existe mais chances de chamarem a responsabilidade. Hoje também vivemos de improvisações, com jogadores atuando sem as condições necessárias. Assim, exigir performance também é difícil. Não se pode culpar o jogador, é culpar a situação. Difícil falar hoje, porque pode soar como desculpa, mas temos dificuldades de montar a equipe e também encontrar um atleta que case com outro em seu setor, porque as mudanças são constantes.
Possibilidade de tirar equipe do Rio de Janeiro
- A partir deste jogo vamos ter uma semana diferente, buscando vencer um clássico depois de uma derrota em casa. O ideal seria tirar o time daqui (do Rio de Janeiro). O ideal seria uma série de coisas que foram possíveis pela situação financeira do clube. Até a concentração no Rio, que tem que em General Severiano, o que não é o ideal para uma equipe de ponta. Para quem vê de fora pode imaginar que está fácil, mas não está. Nas quatro últimas semanas temos que fazer mais do que já fizemos até agora. O torcedor entende que estamos buscando e que vamos entrar no próximo jogo com o espírito mais forte do que hoje para reverter esse quadro, que é muito desfavorável.FONTE:
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