Esporte
Luxa ressalta superação do Flu e diz: 'Seria injusto sair de campo derrotado'
Treinador explica alteração de Anderson no intervalo e questiona expulsão de Biro Biro: 'Acho que simular faz parte do jogo. Antigamente era pior'
Por Edgard Maciel de Sá Rio de Janeiro
Superação. Essa palavra resume a atuação do Fluminense na noite deste sábado. Mesmo com um jogador a menos após a expulsão de Biro Biro no segundo tempo, o Tricolor conseguiu chegar ao empate com o vice-líder Grêmio no Maracanã. E deixou o técnico Vanderlei Luxemburgo orgulhoso. Apesar da situação ainda complicada na tabela, o comandante ressaltou o espírito de luta de seus comandados após o 1 a 1 e frisou que seria injusto vê-los derrotados depois de uma boa atuação. - Foram dois tempos equilibrados, um jogo igual. O Grêmio teve, além do gol, uma bola na trave e aquela defesa do Kléver. E quantas defesas o goleiro deles fez no primeiro tempo? Várias. Aliás, o Marcelo é um excelente goleiro. Tivemos umas quatro chances de gol pelo menos. Nos dois tempos o Fluminense mostrou que é um time que está buscando algo. Sem o Biro Biro, os jogadores se superaram. Coloquei o Marcos Júnior para dar mais velocidade, porque o Grêmio estava cansado. Ele conseguiu fazer, mas ficou dificil com dez. Foi resultado justo pelo que o Flu fez no jogo, até mesmo com um a menos. Seria injusto sair de campo hoje derrotado - resumiu. Com 35 pontos, o Fluminense ocupa a 13ª posição no Campeonato Brasileiro. O Tricolor volta a campo na próxima quarta-feira para enfrentar o líder Cruzeiro no Mineirão pela 29ª rodada.Confira outros trechos da entrevista do treinador tricolor: Arbitragem - O árbitro pode ser de qualquer estado, só precisa apitar com seu conhecimento de árbitro. A questão é a honestidade. Não podemos julgá-la de maneira alguma. Conheço o Alício há muito tempo. O que podemos falar é que ele não está apitando constantemente partidas de alto escalão. Já foi Fifa e teve erros normais no jogo. Mas não acho que ele deu cartão para quem estava pendurado por ser mineiro, e nosso próximo adversário é o Cruzeiro. Biro Biro - A expulsão do Biro Biro não foi por causa da simulação. O primeiro lance é que não precisava de cartão, foi um lance normal. Ele não teve a intenção de acertar o adversário. Depois acabou tendo de expulsar porque entendeu que o Biro Biro simulou (veja no vídeo). Acho que simular faz parte do jogo. Antigamente era até pior. Tinha jogador que chutava o próprio tornozelo para cair. Agora ficou mais complicado por causa da televisão. Só questionei o juiz no fim do jogo, dizendo que o Kleber e o Barcos estavam segurando os meus zagueiros. Ele também deixou de dar cartão para o Kleber depois que o atacante simulou um pênalti. Atuação do Fluminense - Tivemos dois jogos com posse de bola, agredimos. Foi assim com Vasco e Inter. Com o Vasco foi na bola parada e, com o Inter, erro individual. Também estávamos jogando bem neste sábado. Tirando o gol do Grêmio, teve só uma defesa do Kléver e uma bola na trave. O Flu dominou a posse de bola. Sem o Biro Biro, os jogadores se superaram. Coloquei o Marcos Júnior para dar mais velocidade, porque o Grêmio estava cansado. Ele conseguiu fazer, mas ficou difícil com dez. Foi resultado justo pelo que o Flu fez no jogo, até mesmo com um a menos. Saída de Anderson e Edinho como zagueiro - Foi a análise que eu fiz do jogo. O futuro do Edinho, e tenho conversado com ele, é dar dois passos para trás. Ele tem liderança, condição física e técnica boa para virar zagueiro. Com a movimentação que o futebol hoje exige dos volantes, acho que será uma mudança natural. Vários já fizeram esse caminho. Botei o Felipe no lugar do Anderson e dei mais qualidade ao meio. Edinho foi muito bem na zaga. Gosto do caráter dele. Às vezes o torcedor pega no pé, é normal. O momento é complicado e queremos sair da confusão.
Aílton entrou no segundo tempo e agradou ao
treinador do Flu (Foto: Moyses Ferman / Fotos Flu)
Aílton - Aílton tem quatro meses de Fluminense. Quando perdi os dois laterais, falei com o departamento amador. Tinha o Léo também, mas me falaram que o Aílton estava mais pronto. Colocá-lo de cara seria complicado. Era a terceira opção. Por isso preferi o Igor Julião nas outras partidas, mas ele ficou meio desabituado na posição. Já o Rafinha é o coringa do time. Para ele, a bola é um prato de comida. Onde eu colocar ele joga. Dá para quebrar o galho. Lateral esquerda contra o Cruzeiro - Vamos ver na segunda-feira. Vamos deixar acontecer. O Aílton tem quatro meses de clube apenas. Falei para ele entrar sem responsabilidade. A ideia de colocá-lo no decorrer do jogo contra o Grêmio já existia. Vim para o estádio com isso na cabeça. Ele tem potencial, boa técnica, chega bem à linha de fundo, tem força para voltar. Fico contente que o futebol brasileiro está mudando. Não estão mais jogando com três zagueiros na base. Assim, os laterais e os meias estão surgindo novamente. Demissão no Grêmio - Saí porque o Fábio Koff cismou que eu tinha que sair. Koff ganhou a eleição do Grêmio (o antecessor Paulo Odone o havia contratado), então eu era um estranho no ninho, fui contratado por uma gestão. O doutor Fábio simplesmente me mandou embora, decisão dele, e lamento. Ele é um juiz de direito, e juiz julga e preza pelo certo, pelo direito das pessoas que estão certas. Ele tem que me pagar pelo menos o que eu trabalhei. Não tem por que o Grêmio não pagar o que eu trabalhei. Se não quer pagar, vamos para a Justiça. Um turno pelo Fluminense - Tivemos meio turno bom, e meio turno ruim (risos). Mas o time ainda não tem a minha cara. Até tirei a barba para ficar um pouco mais bonito. Minha mulher estava reclamando. Não estava agradando mais. Não tem por que o Grêmio não pagar o que eu trabalhei. Se não quer pagar, vamos para a Justiça"
Sobre a demissão no Grêmio
Momento do futebol - Um dia eu falei um palavrão na entrevista, e uma rádio me tirou do ar. Mas estava na concentração antes do jogo, ouvindo a mesma rádio, e o âncora falou um palavrão. Por que eu não podia? Estão querendo moralizar o mundo através do futebol. Não estamos na igreja. Agora, qualquer coisa que eu falo, querem me mandar para julgamento. O jogador deu uma cotovelada proposital: vai para julgamento com razão. Mas se eu falar qualquer coisa... Perdemos o direito de liberdade, de falar o que pensamos. Está tudo muito chato. Rafael Sobis - Sobis é guerreiro, não se entrega nunca. É um ótimo finalizador, sai sempre extenuado. Ele mereceu o gol hoje. Meta contra o rebaixamento - São 46 pontos. Essa é a pontuação para sair da confusão. Falo de projeção, não apenas pela pontuação, mas pelo equilíbrio atual da tabela. Precisamos chegar a essa marca para poder descansar no travesseiro. O negócio está complicado ainda, mas vamos conseguir sair. Pressão sobre os treinadores - Meu amigo Ricardo Gomes, o Oswaldo (de Oliveira)... Na verdade acho que o problema não é o futebol. Somos seres humanos e estamos sujeitos a infartos, ao câncer... Quantas pessoas morrem por dia de infarto? A pressão pertence a nós. Com todo o respeito, não vejo nada diferente da sociedade mundial do trabalho. O Oswaldo poderia ter passado mal em casa. Estamos sujeitos a qualquer tipo de problema. Próxima rodada - Estreei contra o Cruzeiro e não foi muito diferente. Eles estavam voando, e o Fluminense vinha de cinco derrotas. Vamos ter que jogar de novo, mas agora em Minas.Luxemburgo fala em 46 pontos para escapar do rebaixamento
(Foto: Ricardo Ayres / Photocamera)
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/fluminense/noticia/2013/10/vanderlei-luxemburgo-ve-justica-no-empate-com-o-gremio.html
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