A ansiedade só não era maior do que a vontade de entrar logo em quadra. As últimas duas semanas que passaram na Europa treinando e fazendo amistosos custaram a passar. A equipe já não aguentava mais a espera. Lucão contava as horas para enfrentar a Alemanha e deixar o peso da estreia no Mundial da Polônia para trás. Pior para Grozer e seus companheiros, que não conseguiram roubar um set sequer. Se as coisas não saíam dentro do planejado no comecinho do primeiro set, Bruninho não pensou duas vezes. Acionou o central e a ordem foi retomada.
Lucão passa pelo bloqueio de Böhme (Foto: FIVB)
- Não via a hora de começar logo! Nós sabemos que temos uma hegemonia de 12 anos no campeonato a defender e a pressão que há atrás disso. Mas depois que começa, a coisa flui naturalmente. Nós estudamos muito eles. Eles enfrentaram o bloqueio, nós conseguimos marcá-los e colocar um padrão de jogo muito bom dentro de quadra. Foi uma boa partida, mas ainda temos muito jogos pela frente - disse.
Lucão, que anotou 12 pontos e foi fundamental nos bloqueios, não se prende muito aos elogios. Prefere dividir os louros da boa atuação com a equipe. Lembra de sua sintonia fina com Bruninho desde os tempos de seleção juvenil. Dos saques de Murilo que ajudaram a quebrar o passe dos adversários.
- Este grupo já conquistou duas vezes o vice na Liga Mundial e venceu a Copa dos Campeões no Japão. E se seguir tudo certo, se fizermos tudo o que estamos treinando, vamos conquistar esse título.
Jochen Schöps, capitão da Alemanha, parece não ter dúvidas disso. Sentiu na pele a força do time que sonha com o tetracampeonato.
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- Nós saímos na frente no primeiro set, mas quando o Brasil começou a jogar nós só podíamos tentar alcançá-lo. Eles não nos deram chance de nos recuperar. O Brasil é um adversário muito difícil. Lucão é um dos melhores jogadores de meio do mundo. Nós não conseguimos mais fazer o nosso jogo. Cada um tentou resolver e deixamos de jogar como uma equipe. Perdemos.
Depois de passar com muita tranquilidade pelo compromisso considerado mais difícil na primeira fase, a seleção terá pela frente Tunísia, Finlândia, Coreia do Sul e Cuba. Embora os rivais sejam mais fracos, o time está consciente de que será preciso manter a concentração para poder chegar bem à fase seguinte. Lá já medirá forças com times bem mais encorpados. O cruzamento é com a chave que tem Rússia, Bulgária, China, Canadá, México e Egito.
- Todos os grupos são mais ou menos equilibrados. Não me preocupo com o fato de termos agora pela frente equipes não tão fortes. O que precisamos é manter o foco. Sabemos que não podemos dar qualquer vacilo porque não podemos perder pontos e sets. O que queremos é jogar bem - afirmou Lucão.