Coreanas comemoram, brasileiras lamentam: nova
derrota do Brasil (Foto: Agência Reuters)
derrota do Brasil (Foto: Agência Reuters)
Pollyanna chega a irritar de tão otimista. É aquela personagem de um famoso livro infanto-juvenil (chamado justamente "Pollyanna"), escrito pela americana Eleanor H. Porter, que sempre vê o lado bom das coisas. Órfã, a menina brinca do chamado “jogo do contente”, ensinada por seu pai. A ideia consiste em sempre buscar, por pior que seja a situação, uma perspectiva positiva. Fosse brasileira, ela fecharia esta quarta-feira observando que a seleção masculina de futebol venceu, que as duplas de vôlei de praia seguem fortes, que o boxeador Robenílson Vieira de Jesus está a uma vitória do pódio. Questionada sobre os quatro dias seguidos sem medalhas, ela lembraria que muito está por vir, que temos Neymar, Cielo e Maurren, que ainda ouviremos muito o hino nacional.
Leandro Damião completa para o gol na vitória de 3 a 0 sobre a Nova Zelândia (Foto: Reuters)
Entre otimistas e pessimistas, o fato é que a delegação verde-amarela segue restrita às três medalhas conquistadas na sexta-feira. Com isso, caiu um pouco mais no quadro geral de conquistas. Está em 17º.
Copo metade cheio
Três jogos, três vitórias, três gols em cada um deles. A seleção brasileira encerrou bem sua participação na primeira fase do torneio masculino de futebol. Nesta quarta-feira, venceu a Nova Zelândia por 3 a 0, em jogo muito tranquilo. Danilo, Leandro Damião e Sandro fizeram os gols do duelo. As notas negativas foram a expulsão de Alex Sandro e o gol vivo desperdiçado por Neymar. Ele recebeu de Marcelo na área, livre, e mandou por cima. Depois da partida, o atacante disse que foi o gol mais perdido da carreira dele. Nas quartas de final, o adversário brasileiro será Honduras – sábado, em Newcastle.
Alexandra comemora vitória sobre a Grã-Bretanha
no handebol (Foto: Agência AP)
no handebol (Foto: Agência AP)
E o mesmo vale, em grau ainda maior, para o vôlei de praia. Juliana e Larissa seguem sem perder um set sequer nas Olimpíadas de Londres. Desta vez, fizeram 2 sets a 0 (21/12 e 21/18) sobre as tchecas Klapalova e Hajeckova. Ricardo e Pedro Cunha também mantiveram os 100% de aproveitamento ao bater Binstock e Reader, do Canadá, por 2 a 0 (21/18 e 24/22).
No boxe, Robenílson Vieira de Jesus também fez bonito. Venceu Sergey Vodopiyanov, da Rússia, e avançou às quartas de final entre os pesos-galos (até 56kg). O triunfo foi por 13 a 11. O brasileiro está a uma vitória do pódio. Ele volta ao ringue no domingo, contra o cubano Lázaro Alvarez.
Robenilson Vieira vence o russo Sergey Vodopiyanov: a uma luta do pódio (Foto: Reuters)
Copo metade vazio
Foi uma pancada. A seleção feminina de vôlei fez quase nada em quadra e acabou engolida pela Coreia do Sul: 3 sets a 0, parciais de 25/23, 25/21 e 25/21. As atuais campeãs olímpicas perderam os dois jogos que disputaram. Correm sério risco de sequer avançar para a próxima fase.
E o basquete feminino segue decepcionando. Desta vez, perdeu para a Austrália por 67 a 61. Foi a terceira derrota em três jogos. A classificação para a próxima fase está seriamente ameaçada. Não por acaso, as atletas caíram no choro depois de mais um insucesso. É preciso vencer Canadá e Grã-Bretanha para se classificar e possivelmente pegar os Estados Unidos nas quartas de final. É a crônica de uma morte anunciada.
Brasileiras choram após derrota para a Austrália no basquete (Foto: Agência Reuters)
Cesar Cielo não consegue medalha nos 100m
livre (Foto: Agência EFE)
livre (Foto: Agência EFE)
Outros três brasileiros foram eliminados precocemente nas piscinas. Leonardo de Deus caiu nas semifinais dos 200m costas, Daynara de Paula parou na primeira fase dos 100m borboleta e Henrique Rodrigues não conseguiu vaga na final dos 200m medley.
Na vela, em dia sem regata para Robert Scheidt e Bruno Prada, os brasileiros foram discretos. Ricardo Winicki, o Bimba, não manteve o ritmo da primeira prova do dia e terminou as disputas desta quarta na 12ª colocação geral, com 52 pontos perdidos. Bruno Fortes, na classe Star, teve um décimo e um 27º lugares e caiu dois postos na classificação – é o 13º agora. Adriana Kostiw manteve 21º lugar na Radial, e Patrícia Freitas é a 13ª na RS-X.
Uma questão de espírito esportivo
Duplas de China e Coreia do Sul estão entre as
eliminadas (Foto: Reuters)
eliminadas (Foto: Reuters)
Decisão oposta acontece na esgrima. Dirigentes da federação que comanda o esporte querem entregar uma medalha especial à sul-coreana Shin A Lam, que na segunda-feira causou comoção ao cair no choro depois de se sentir injustiçada por uma decisão da arbitragem. Ela esperou sentada, durante uma hora, o parecer sobre a apelação de seu treinador contra o resultado da semifinal diante da alemã Britta Heidemann. Mas ficou sem a vaga mesmo assim. E já avisou: não quer saber de medalha como homenagem.
Shin A Lam pode receber medalha especial, mas avisa que não quer (Foto: AFP)
Alegria para uns, dor para outros. O sul-coreano Jaehyouk Sa, de 27 anos, protagonizou a pior cena da quarta-feira ao quebrar seu braço direito na tentativa de erguer 158kg no levantamento de peso. Ele caiu gritando no chão e logo foi atendido. Doeu só de ver...
Jaehyouk Sa, da Coreia do Sul, quebra o braço no levantamento de peso (Foto: Agência Reuters)
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/olimpiadas/resumo-do-dia/noticia/2012/08/londres-dia-5-uma-questao-de-copo-metade-cheio-ou-metade-vazio.html