Leandro Damião é o caso mais recente dos que
viveram drama do corte (Foto: Mowa Press)
viveram drama do corte (Foto: Mowa Press)
Seja numa Copa do Mundo, Copa América ou até Copa das Confederações, há exemplos clássicos de mudanças em cima da hora. No tricampeonato de 1970, no México, por exemplo, o técnico Mario Jorge Lobo Zagallo foi obrigado a cortar por contusão o ponta-direita Rogério, do Botafogo. E acabou chamando um terceiro goleiro, no caso Emerson Leão. Quatro anos depois, o mesmo treinador, na Alemanha, trocou goleiros em cima da hora: Wendell por Waldir Peres.
De 1978 a Telê
As mudanças de última hora ao longo dos anos não pararam. A lista vai para as laterais. Na Copa da Argentina, em 1978, o técnico Claudio Coutinho cortou Zé Maria e convocou Nelinho, que acabou se firmando na posição - Toninho, o titular, foi deslocado para a ponta direita. No mesmo Mundial, Roberto Dinamite começava a sina de entrar em cima da hora na lista do ataque: primeiro no lugar de Nunes. Nessa competição, se saiu muito bem, barrando o genial Reinaldo. Depois, em 1982, na inesquecível Seleção de Telê Santana, entrou no lugar de Careca. Mas sequer foi escalado.
Quatro anos depois, o mesmo treinador e novos problemas, Foram três os cortes de Telê em cima da hora. Dois por contusão. O volante Cerezo deu lugar ao meia Valdo, e o zagueiro Mozer saiu para a chegada de Mauro Galvão. Leandro foi um caso à parte. O então lateral-direito preferiu não viajar por solidariedade ao amigo Renato Gaúcho, cortado pelo técnico Telê Santana para o Mundial por ter fugido da concentração na preparação para o torneio junto com o defensor e outros jogadores. Leandro foi perdoado e convocado para a competição. Mas se recusou a embarcar para o país-sede. Para o seu lugar, Josimar, na época do Botafogo, foi convocado e se destacou no torneio.
Choro de Romário no corte de 1998: caso clássico na Seleção (Foto: Cezar Loureiro / Agência O Globo)
Em 1990, na traumática Seleção de Lazaroni, tudo deu certo pelo menos na convocação. Não houve cortes. Mas às vésperas da Copa de 1994, os zagueiros Mozer e Ricardo Gomes se contundiram e tiveram de ceder suas vagas a Márcio Santos, que acabou sendo titular da equipe, e Ronaldão. Ambos receberam a chance de participar do título mundial, que encerrou um tabu de 24 anos da Seleção. E Márcio Santos fez uma grande dupla de zaga com Aldair.
Por ironia do destino, o mesmo Márcio Santos passou por situação inversa em 1998. Ele estava na lista de Zagallo, mas, assim como Flávio Conceição e Romário, se machucou pouco antes da Copa do Mundo. André Cruz, Zé Carlos e Emerson foram convocados e integraram o grupo que chegou à final, mas foi derrotado pela França por 3 a 0.
O corte de Romário foi o mais traumático. Ele chorou muito, contrariado, e voltou a jogar pelo Flamengo ainda durante o Mundial, o que aumentou a contestação pela decisão do departamento médico.
O destino voltou a aprontar. Em 2002, Emerson, substituto do Baixinho, machucou a clavícula num treino, quando brincava de goleiro, e foi substituído por Ricardinho, que acabou pentacampeão sob o comando de Luiz Felipe Scolari. A última vítima foi Edmílson, que deu lugar a Mineiro em 2006.
Em 2010, Elano chegou a atuar dois jogos na Copa daÁfrica do Sul. Depois, contusão e corte (Foto: AP)
Copa das Confederações
Mas não é só em Copas do Mundo que o fantasma dos cortes assombra a seleção brasileira. Antes de Damião, na última Copa das Confederações, em 2009, o zagueiro Alex foi vetado da lista de Dunga. Ele precisou passar por uma cirurgia de hérnia. Miranda, então no São Paulo, foi chamado para seu lugar. A relação também precisou ser modificada no meio-campo, em razão da lesão de Anderson. Kleberson, ex-Flamengo, herdou seu lugar.
Em 2005 também foram duas vítimas de contusões: o meia Alex, que na última quinta-feira marcou o gol número 400 de sua carreira, e o lateral-direito Belletti. Maicon e Edu, hoje gerente de futebol do Corinthians, foram convocados por Carlos Alberto Parreira, e campeões. Até 2003, a Copa das Confederações era disputada de dois em dois anos. Também sob o comando de Parreira, naquele ano, Roque Júnior, Zé Roberto e Fábio Aurélio não puderam atuar.
Até mesmo a polêmica lista de Emerson Leão, que tinha atletas contestados, cujo símbolo se tornou Leomar, para a edição de 2001 do torneio sofreu alterações. O lateral-esquerdo César, o meia Zé Roberto e os atacantes Elber e Sonny Anderson foram trocados por Gustavo Nery, Carlos Miguel e Leandro Amaral (havia um a mais no elenco, daí a troca de quatro por três).
Copa América
Na Copa América, Sandro é a mais recente vítima
de corte, no ano de 2011 (Foto: Mowa Press)
de corte, no ano de 2011 (Foto: Mowa Press)
O técnico da Seleção, Vanderlei Luxemburgo, não gostou e tirou o atacante da lista da Copa América, o que abriu espaço para o jovem Ronaldinho Gaúcho. Ele encantou o país com grandes jogadas e golaços. Em 2002, ambos foram pentacampeões do mundo com Felipão.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/selecao-brasileira/noticia/2013/06/lesao-de-damiao-confirma-sina-de-cortes-em-torneios-oficiais.html