A falta de um campo próprio do rival foi a inspiração de Vasco e América-MG na composição, ambos inspirados pelos argentinos. Perguntam a flamenguistas e atleticanos, respectivamente, como se sentem não tendo estádio para jogar. Os cruz-maltinos em seguida afirmam que o rival só vence com ajuda da arbitragem, citam Edmundo e Pedrinho e lembram a maior goleada do confronto - um 7 a 0 em 1931. A música foi cantada no empate com o América-RN (veja vídeo acima).
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Os americanos ainda se aproveitam do fato de emprestarem a sua casa, o Independência. Chamam o Galo de inquilino e dizem que terá sempre de pagar aluguel. Depois, lembram o decacampeonato (de 1916 a 1925), dizem que vão ganhar a segunda divisão do Brasileiro e terminam afirmando que Obina é melhor do que Tardelli (rimando com Série B).
O Atlético-MG mirou o rival Cruzeiro ao fazer a sua versão da música, usada na primeira partida da final da Recopa Sul-Americana, contra o Lanús. Lembra o gol marcado por Vanderlei no 4 a 0 na final do Mineiro de 2007, em que Fábio caminhava de costas em direção à sua meta. E cita o vice na Libertadores de 2009 diante do Estudiantes ("do Verón eu vou lembrar, Mineirão se fez calar").
O hit argentino ajuda a fomentar a rivalidade também em Natal. A torcida do ABC, maior campeão estadual do Brasil (52 títulos), chama o América-RN de freguês e diz que ele nunca alcançará o mesmo número de títulos (tem 35).
O Inter, assim como os exemplos acima, adaptou "Decime qué se siente", mas para um ídolo seu. O refrão diz "Dá-lhe, dá-lhe, Fernandão. Dá-lhe, dá-lhe, Fernandão. Para sempre o nosso eterno capitão", em uma das muitas homenagens nesse domingo ao ex-jogador que morreu em 7 de junho, em um acidente de helicóptero.
Os santistas aproveitaram a criação durante a Copa de uma música exaltando Pelé para se apropriar dela, apenas excluindo o trecho que cita Maradona. Virou "mil gols, mil gols, mil gols, só Pelé, só Pelé, e o Santos, meu amor" na vitória sobre o Palmeiras.
Torcedores do Sport improvisaram uma versão bem-humorada durante o jogo contra o Botafogo, em que Neto Baiano acertou um chute do meio da rua na Ilha do Retiro - o tal "gol que nem Pelé fez". Em vez de destacar os mil gols do Atleta do Século, os rubro-negros cantaram que "esse gol, esse gol, esse gol, nem Pelé, nem Pelé, Neto Baiano matador".
A música de maior sucesso na Copa do Mundo, cantada pelos torcedores argentinos, pergunta aos brasileiros como se sentem em ter o papai na sua casa. E cita a vitória em 1990, com assistência de Maradona e gol de Caniggia. Os brasileiros logo prepararam uma resposta, usando a mesma melodia (inspirada na música "Bad Moon Rising", de 1969, da banda americana Creedence Clearwater Revival) e afirmando que Pelé possui um título mundial a mais do que a Argentina.
O jornal "Olé", em seu site, repercutiu a versão da música feita pelo Vasco. Com a manchete "Agora eles gostam", o texto diz: "Quem disse que o "Brasil, decime qué se siente" não seria escutado por aquelas terras? O hit argentino segue tocando, mas o que mais surpreende é que está sendo cantado pelos próprios brasileiros".
Argentinos nas ruas de Copacabana:
música que diz que Maradona é maior
do que Pelé fez sucesso
(Foto: Thales Soares)
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/noticia/2014/07/legado-da-copa-torcidas-adaptam-musicas-para-provocar-e-homenagear.html