Esporte
Iluminado, Sheik sai do banco e dá vitória ao Corinthians sobre a Ponte
Barrado por Tite às vésperas do duelo no Pacaembu, atacante entra na etapa final e faz gol que define o primeiro triunfo do Timão no Brasileiro
A
CRÔNICA
Emerson Sheik é um desses sujeitos que parece ter nascido com algo mais, uma luz, um instinto, algo que sempre o faz superar os momentos mais difíceis. Barrado para a partida contra a Ponte Preta, no Pacaembu, o atacante não se abateu. Entrou no segundo tempo, incendiou o duelo e deu a vitória por 1 a 0 sobre a equipe de Campinas, na noite deste sábado, pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro. O gol aos 28 minutos, dois depois de ter entrado em campo, representou o primeiro triunfo corintiano na competição.
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O resultado leva o Corinthians aos cinco pontos na tabela e dá mais dor de cabeça ao técnico Tite, que tirou Emerson para promover uma mudança de esquema tático – com Pato e Guerrero mais centralizados no ataque. Deu até certo no primeiro tempo, mas sem gols. Quando o comandante tirou o zagueiro Chicão e lançou Sheik, a história mudou.
A Ponte permanece com três pontos, mas com um time que tem muito a evoluir e dar trabalho aos rivais. Foi a primeira derrota fora de casa na temporada, e a Macaca ainda viu quebrada uma invencibilidade de cinco jogos contra o Timão no Pacaembu. As várias chances perdidas impediram um resultado melhor. As duas equipes voltam a campo na próxima quarta-feira. A Ponte recebe o Atlético-PR às 21h, no Moisés Lucarelli, e o Timão enfrenta o Cruzeiro às 22h, em Sete Lagoas.
Chutes de longe não resolvem
Se Alexandre Pato e Paolo Guerrero estiverem em bons momentos ao mesmo tempo, parece fácil dizer que o esquema tático com dois meias e dois atacantes mais centralizados é aquele que pode dar mais frutos ao Corinthians. Titulares juntos após dois meses, os dois mostraram entrosamento com tabelas curtas que abriram a defesa da Ponte.
No entanto, apenas Pato estava inspirado, com boas arrancadas pelo lado direito, dribles certeiros e chutes a gol – exatamente o que Tite havia pedido à equipe. Guerrero parece mais incomodado com o jejum de sete jogos sem marcar. Mesmo período do companheiro de ataque. Muito nervoso, o peruano brigou demais com os zagueiros rivais.
E o Corinthians teve bons 20 minutos, sempre apostando nas finalizações de longe, colocando em prática o exaustivo treino do fundamento realizado na sexta-feira. Quem chegou mais perto do gol foi Ralf, em chutaço que exigiu ótima defesa de Edson Bastos. O volante até merecia o golaço como presente pelos 200 jogos com a camisa do Timão.
Pouco a pouco, os corintianos foram esbarrando na ansiedade pelo gol e no bom posicionamento tático da Ponte, que teve até mais chances de abrir o placar graças a contra-ataques que buscavam Fernando, Chiquinho e Rildo, todos rápidos pelos lados do campo. Cássio fez duas defesas difíceis, e elas foram os lances que mais empolgaram a torcida que quase lotou o Pacaembu, mesmo às 21h de um sábado.
Do banco à salvação
Sem alterações, o Timão teve de aguentar a pressão da Ponte no início do segundo tempo. Logo com um minuto, bola na trave de Chiquinho. Depois, Cássio teve de trabalhar um pouco mais em cobrança de falta de Artur. O técnico Guto Ferreira sentiu que o momento era bom e mandou todo mundo ao ataque, num princípio de blitz dentro do Pacaembu, que a Macaca considera sua casa – até então, nenhuma derrota nos últimos cinco jogos.
O Corinthians errou muito, mais uma vez. Douglas entrou para dar mais qualidade ao passe, mas não foi o mesmo que brilhou contra o Goiás, quarta-feira passada. Com Cléber e Ferron na defesa, a Ponte estava segura para manter o empate. Cicinho, em outro contragolpe, até perdeu um gol inacreditável, sem goleiro. Sorte dele que o impedimento já havia sido marcado.
Sem tantas alternativas, Tite chamou Emerson Sheik, o mesmo que havia sido barrado para que Pato começasse como titular. Quando o atacante entrou no lugar de Chicão, zagueiro, parte da torcida se assustou com a "loucura" do comandante. Sheik entrou aos 26 minutos. Ligadíssimo, acendeu o ataque corintiano e partiu para cima, do jeito que gosta.
Dois minutos depois, o resultado: drible seco em Rodrigo Biro e chute cruzado sem chances para Edson Bastos. Placar aberto no Pacaembu, festa dos mais de 24 mil pagantes e redenção para Sheik. Mais uma vez, nas horas difíceis, o herói corintiano da Taça Libertadores do ano passado apareceu. Primeira vitória para o Timão no campeonato. Derrota nem tão amarga para a Ponte, que tem time para dar muito trabalho nesta competição.
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FONTE::
http://globoesporte.globo.com/jogo/brasileirao2013/01-06-2013/corinthians-ponte-preta.html
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