Hiperativa, ginasta brasileira quer fazer jus à comparação com as russas
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Hiperativa, ginasta brasileira quer fazer jus à comparação com as russas


Única sul-americana classificada na ginástica rítmica para os Jogos da Juventude em Nanquim, Mayra Siñeriz, de 15 anos, também sonha com as Olimpíadas de 2016


Por Nanquim, China


Hiperativa, Mayra Siñeriz dava trabalho para os pais. No lugar de remédios, a orientação dos médicos para solucionar o problema foi o esporte. E lá foi a menina para a natação. A piscina, porém, não foi suficiente para acalmar a capixaba. Na frente da TV de casa, em Vitória, ela via a ginástica pela televisão e imitava os movimentos. Já sabia fazer espacate (movimento de abertura das pernas, formando um ângulo de 180º) mesmo sem treino e, entre uma bagunça e outra, mostrava desenvoltura em situações que a ajudariam no esporte. A mãe não teve dúvidas. Aos oito anos, Mayra começou na ginástica rítmica. Sete anos depois, a garota de 15 anos está entre as três melhores ginastas do país e chega como a única sul-americana classificada para os Jogos Olímpicos da Juventude, em Nanquim. O pensamento, todavia, está mais longe, nas Olimpíadas de 2016, no Rio.

Mayra Siñeriz é o Brasil na ginástica rítmica em Nanquim (Foto: Ricardo Bufolin/CBG)
Mayra Siñeriz é o Brasil na ginástica 
rítmica em Nanquim (Foto: 
Ricardo Bufolin/CBG)

- Comecei com 8 anos. Já fazia espacate pela casa, era muito flexível. Era hiperativa, não parava quieta. Meus pais tentaram a natação, mas não me acalmou. Como o Espírito Santo sempre foi forte na ginástica rítmica, eu imitava os movimentos em casa, vendo pela TV. Fui fazer uma aula e me apaixonei. Chego em casa do treino e treino mais um pouco. Não tenho nada para fazer? Treino. Sozinha mesmo. É o que mais gosto de fazer no mundo. Treino e me sacrifico para disputar os Jogos Olímpicos de 2016 - disse Mayra, que tem forte concorrência de Angélica Kvieczynski e Natália Gaudio, também do Espírito Santo, para apenas uma vaga olímpica.

Mayra Siñeriz em ação ainda aos 13 anos, em 2012 (Foto: Reprodução/Facebook)
Mayra Siñeriz em ação ainda aos 13 
anos, em 2012 (Foto: Reprodução/
Facebook)

Com 1,73m, Mayra é comparada com as ginastas russas. O corpo magro, as pernas longas e a altura são vistas como vantagens em relação às rivais. Não à toa, a capixaba tem como inspiração a russa Yana Kudryavtseva, de 16 anos e campeã mundial no ano passado, em Kiev, na Ucrânia. Especialista nas maças e bola, ela explica seu ponto forte.

- Tenho um corpo parecido com o das russas: alta, magra e de perna grande. Isso ajuda na ginástica, nos movimentos. E também por ser loira e ter uma técnica de manejo com os instrumentos parecidos com o das russas - disse a menina, que compete na noite desta segunda-feira.


Os resultados desde o início da carreira mostraram que a escolha pela ginástica foi certa. Mayra é tricampeã brasileira, no pré-infantil (9 anos), infantil (11) e juvenil (13). Além disso, é campeã sul-americana juvenil, bicampeã dos Jogos Nacionais da Juventude, e dona do Prêmio Brasil Olímpico de 2012 de melhor atleta até 14 anos. Os Jogos de Nanquim, possíveis graças ao quarto lugar no individual geral do Pan-Americano Juvenil, representam o salto para a "maioridade". 

- Estou muito ansiosa para os Jogos da Juventude, porque é uma oportunidade única e fiz muito esforço para me classificar. Agora é representar muito bem o meu país. Nada se consegue sem trabalho. Estou preparada para os Jogos. Quero competir bem e pegar experiência. São Olimpíadas. Vou competir contra russas, ucranianas, búlgaras... A partir do ano que vem, passo a competir entre as meninas adultas, e lá terei atletas até 10 anos mais velhas que eu - garantiu Mayra.

Mayra Siñeriz terá 17 anos em 2016, nas Olimpíadas do Rio de Janeiro (Foto: Reprodução/Facebook)
Mayra Siñeriz terá 17 anos em 2016, nas 
Olimpíadas do Rio de Janeiro 
(Foto: Reprodução/Facebook)

Pensando nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, quando o Brasil tem uma vaga garantida sem necessidade de brigar em um Pré-Olímpico, Mayra tem Angélica Kvieczynski e a amiga Natália Gaudio como principais concorrentes. A briga, contudo, fica apenas nas competições, já que se dão bem e Mayra inclusive treina com Monika Queiroz, também técnica de Natalia Gaudio.

- Sou super tranquila como atleta. A minha maior rival sempre viaja comigo (Natália Gaudio), e a gente é muito amiga. Temos a mesma técnica, e a Natália vai brigar também pela vaga. 

Competição é na hora. Acabou, uma ajuda a outra. Eu vou correr atrás dos Jogos Olímpicos de 2016, pois é o meu sonho estar representado meu país dentro de casa. Vai ser difícil, pois temos meninas com experiências maiores, e ainda tenho a Natália, que é uma das melhores atletas do Brasil - disse Mayra.



Mesmo pensando nas Olimpíadas, Mayra não pensa em parar os estudos. Quer fazer faculdade assim que terminar o ensino médio.
- Eu gosto muito de odontologia e de educação física - encerrou a ginasta.


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/jogos-olimpicos-da-juventude/noticia/2014/08/hiperativa-ginasta-brasileira-quer-fazer-jus-comparacao-com-russas.html



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