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A possibilidade de fazer história estava ali, alcançável como um sonho outrora impossível que se torna realidade. Com a oportunidade de passar às oitavas de final de uma Copa do Mundo pela primeira vez, Grécia e Costa do Marfim decidiram a segunda vaga do Grupo C, no Estádio Castelão, em Fortaleza, diante de um público de 59.095. E, apesar da flagrante inferioridade técnica, a Grécia se utilizou da superação para vencer por 2 a 1, com direito a gol da vaga marcado por Samaras aos 47 minutos da etapa final, de pênalti. Uma classificação digna de deuses do Olimpo, que muitas vezes, descem a Terra para dar uma força aos seus filhos prediletos.
Mitologia à parte, pesou a soberba da seleção da Costa do Marfim, que começou o jogo acreditando que a vaga viria na hora que bem entendesse. Outros deuses, os do futebol, porém, castigam quem acredita demais no favoritismo e a transpiração grega deixou o time europeu em vantagem com Samaris. A equipe africana acordou na etapa final e até empatou com Bony, mas as Moiras, que determinam o destino de todos, penderam para o lado helênico e um pênalti redentor no fim fez de Samaras um herói, que sofreu e assinalou de pênalti.
O rival grego da próxima fase será a Costa Rica, primeira colocada no Grupo D, que deixou para trás Itália e Inglaterra. O duelo será na Arena Pernambuco, no próximo domingo, às 17h (de Brasília).
Vaga inédita nas oitavas de final da Copa do
Mundo é celebrada pelo time grego
(Foto: Agência Reuters)
Soberba marfinense e boas mexidas gregas Com Drogba como titular pela primeira vez na competição, a Costa do Marfim entrou para o confronto com ares de favorita. Afinal, tinha em seu time, além do próprio atacante, jogadores de destaque internacional, como Yayá Touré, Kalou e Gervinho. A Grécia, ao contrário, não dispunha de muita qualidade técnica; Por isso, fez do coração a sua arma principal para o confronto. Só a transpiração poderia fazer a diferença para os europeus.
Drogba, enfim, começa jogando, mas não
decidea partida em Fortaleza (Foto
Agência Reuters)
Sem qualquer tipo de jogador que pudesse comandar as jogadas no meio de campo, a Grécia teve de acionar seus laterais para poder ir à frente. Torosidis, pela direita, e Cholevas, pela esquerda, foram as principais armas do técnico Fernando Santos nos 45 minutos iniciais. A Costa do Marfim, preguiçosa e até um pouco vítima da própria soberba devido ao favoritismo de véspera, sempre exagerava no momento crucial de definição dos lances, seja com um toque de efeito ou com um drible a mais. Sendo assim, não deu trabalho a nenhum dos goleiros gregos, já que Karnezis, contundido, teve de ser substituído por Glykos na metade da etapa inicial.
Aos poucos e com paciência, a Grécia passou a dominar as ações. A primeira chance clara veio em contra-ataque iniciado por Cholevas. A bola chegou aos pés de Samaras, que serviu o próprio Cholevas. Ele chegou em velocidade e carimbou o travessão. Sentindo-se mais à vontade em campo, os gregos decidiram apertar a saída de bola da frágil defesa marfinense. E foi nessa que se deu bem pouco antes do intervalo. Tioté falhou ao tentar dar passe de primeira. Samaris roubou a bola tocando para o quase xará Samaras e recebeu na frente. Cara a cara com o goleiro, ele não perdoou e marcou o primeiro gol da Grécia na competição. Placar justo para os 45 minutos iniciais. O curioso é que Samaris não começou jogando. Ele substituiu o lesionado Kone logo aos 11 minutos, sendo a primeira das duas mexidas gregas na primeira etapa.
Samaris marca e parte para comemorar o seu
gol no primeiro tempo da partida
(Foto: Agência Reuters)
Reação africana, mas gol no fim classifica a Grécia A necessidade de fazer ao menos um gol obrigou a Costa do Marfim a mudar de postura no segundo tempo. Em vez de toques insistentes pelo meio, a equipe do técnico Lamouchi passou a abrir mais as jogadas. Drogba teve até boa chance em cruzamento de Aurier, mas chargeou o goleiro e o lance foi parado. Com a vantagem em mãos, a Grécia só saía na boa, mas tinha dificuldade para concatenar as jogadas com os atacantes, já que Samaras e Salpingidis têm pouca velocidade. O meia Lazaros, quando tinha espaço, até foi capaz de arriscar uma jogada individual e quase ampliou a margem no placar. Salpingidis, em chute de fora, também assustou os africanos.
O último terço da partida foi de pura exposição da Costa do Marfim. Ao tentar atacar com muita gente, oferecia espaços imensos para os contragolpes gregos. Assim sendo, os africanos ficaram entre a cruz e a espada. Buscavam a todo custo um gol, cientes de que o adversário poderia fechar a conta a qualquer momento. Nessa tônica, era a Grécia quem levava mais perigo, muito mais perto de ampliar a vantagem do que de sofrer a igualdade. Em mais uma saída rápida, Karagounis recebeu e tentou de fora, carimbando o travessão marfinense mais uma vez.
Bony comemora o empate
(Foto: Agência Reuters)
Depois de correr tantos riscos e o adversário não aproveitar, a Costa do Marfim foi impiedosa. Na primeira chance cristalina que teve, igualou o marcador. E justamente com uma jogada no lado do campo foi utilizada. Gervinho recebeu pela esquerda e serviu Bony, que bateu rasteiro, de primeira, sem chance para Glykos. Bony entrara pouco antes justamente no lugar de Tioté. Ou seja, para salvar a pele do companheiro que falhara no gol grego.
Quando a Grécia parecia sem forças para voltar à frente no marcador, mostrou que guerreiros não morrem de véspera, Surgiu uma oportunidade derradeira e justa com o que se desenrolava em campo. Sio, que entrara pouco tempo antes, derrubou Samaras na área nos acréscimos. O mesmo Samaras foi para a cobrança e garantiu a heroica classificação grega. No fim das contas, a bravura fez a diferença. Nem sempre o futebol é feito de justiça. Mas desta vez foi. A Grécia mereceu e fez história.
Grécia avança, e resta aos jogadores
marfinenses lamentar a eliminação
precoce (Foto: Agência Reuters)