O banco de reservas fez bem a Paulo Henrique Ganso. Serviu como um despertador, um alarme na cabeça de um talentoso, mas irregular camisa 10. Em 35 minutos, fez tudo o que não havia feito até então na temporada. O São Paulo ainda não foi o time que Muricy Ramalho tanto sonha, sofreu contra um ameaçado XV de Piracicaba, mas teve um alento vindo dos pés do armador. Com uma assistência dele, Luis Fabiano marcou o gol da virada em momento difícil do jogo. Pabón, de pênalti, completou o 3 a 1, de virada. Foi a primeira vez que o time do Morumbi venceu fora de casa neste Paulistão, em noite que contou também com bronca de Muricy em Douglas na ida para o vestiário ao fim do primeiro tempo, quando o placar era de 1 a 1. saiba mais
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Ganso foi a campo aos 13 minutos do segundo tempo em substituição a Luis Ricardo, autor do primeiro gol. O XV era melhor àquela altura, sobretudo com a noite inspirada de Cafu, que enlouqueceu Alvaro Pereira e abriu o placar. Se a atuação ainda não foi de gala, Paulo Henrique pelo menos esteve mais participativo e até vibrante, como Muricy tanto cobra desde os tempos de Santos. O lance da penalidade também saiu dos pés do camisa 10, que acertou mais um de seus passes milimétricos para Luis Fabiano, que foi derrubado na área. O resultado faz o São Paulo colar no Penapolense, líder do Grupo A do estadual. Ambos somam 18 pontos, mas o time do interior leva vantagem no número de vitórias (seis a cinco) e ainda jogará neste rodada. Depois de quebrar a série de quatro partidas sem vencer, o Tricolor volta a jogar apenas na próxima quarta-feira, contra o Grêmio Audax, às 22h, no Morumbi. O tropeço em casa complica ainda mais a situação do XV na luta contra o rebaixamento. Nhô Quim segura a lanterna do Grupo B, com apenas 11 pontos, e pode ficar mais próximo do grupo dos quatro últimos que cairão à Série A2. Na quinta que vem, visita o Penapolense, às 19h30, em Penápolis. Douglas tenta o domínio durante jogo em
Piracicaba (Foto: Rodrigo Villalba/Agência Estado)
XV faz gol relâmpago; Luis Ricardo empata Muricy Ramalho mexe no time, testa alternativas, tenta encontrar uma formação ideal, mas o São Paulo não consegue sanar alguns erros antigos. Tão velhos quanto a eterna irritação dos treinadores ao verem suas defesas tomarem gols em lances de bolas paradas. E o Tricolor, de novo, tomou. Aos dois minutos, Alvaro Pereira dormiu, e Cafu apareceu livre para completar a cobrança de escanteio. Sem chances para Rogério Ceni. Para sorte do Tricolor, a má fase do XV também se justifica pelo desempenho da defesa. O São Paulo foi para cima, e o empate saiu dez minutos mais tarde dos pés de uma das novidades na partida. Posicionado no meio de campo, Luis Ricardo relembrou os velhos tempos de atacante que perambulou por clubes menores. Osvaldo passou fácil pela marcação na esquerda e cruzou para o lateral-direito, livre na área, desviar. Foi o primeiro gol dele pelo Tricolor. O São Paulo se animou com a igualdade e mostrou a mesma raça do empate contra o Santos. Pabón, em chute de longe, obrigou Mateus a espalmar. A euforia, porém, abriu espaços na na zaga. Cafu enlouqueceu Pereira e encontrou Alan Bahia, que bateu rente à trave esquerda de Ceni. Em seguida, o ídolo tricolor bateu por cima uma falta após o goleiro rival sair da área com a bola nas mãos. Nhô Quim e Tricolor diminuíram o ritmo a partir dos 25 minutos, mas, mesmo assim, ainda conseguiram criar boas chances antes do fim do primeiro tempo. Pabón, outra vez livre na área, chutou em cima de Mateus. Danilinho respondeu em nova bobeira da zaga são-paulina quase acertou o canto esquerdo. Na saída de campo, Muricy, aos berros, cobrou melhor atuação de Douglas. Ganso entra, Fabuloso e Pabón viram O XV de Piracicaba voltou melhor dos vestiários. Luis Ricardo até que assustou em chute de longe, mas o reinício da partida foi controlado pelos donos da casa, principalmente com jogadas pelos lados. Na direita, Vinicius Bovi escapou da marcação em velocidade e só parou em bela defesa de Rogério Ceni no canto esquerdo, impedindo o segundo gol. Muricy percebeu a queda de produção do São Paulo e não demorou a mexer. O treinador sacou Luis Ricardo e deu nova chance a Paulo Henrique Ganso, muito criticado neste início de temporada. Logo de cara, ele encontrou Osvaldo pela esquerda. O atacante cruzou e Pabón não desviou com precisão de cabeça. Em seguida, o gol. O camisa 10 recebeu pelo meio e viu Luis Fabiano entrando livre pelo meio da área. O passe foi preciso. Especialidade de Ganso. Fabuloso só teve o trabalho de dominar e tirar do goleiro, virando a partida. O gol serviu para esfriar o bom momento do XV na partida. Pior, desanimou totalmente a equipe de Piracicaba e permitiu que o São Paulo passasse a controlar a partida sem dificuldade. Luis Fabiano quase fez o terceiro após cabeçada que Mateus segurou. Ganso passou a fazer aquilo que se espera de um camisa 10, de quem um dia apareceu como candidato a maestro da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2014. É bem verdade que teve espaço de sobra para receber a bola, pensar e tocar. Com um outro passe certeiro entre os defensores, encontrou novamente Luis Fabiano. O centroavante tentou o drible e foi derrubado na área. Pênalti, que Rogério Ceni deixou para Pabón cobrar. O colombiano bateu forte, rasteiro no canto esquerdo, e fez o primeiro gol dele pelo Tricolor.