Após a Copa, Dunga retornou à Seleção e tem Neymar como principal estrela (Foto:
Getty Images)
A missão no ano que se aproxima é de reconstrução de imagem e da recuperação da autoestima. Pontos que o novo comandante sabe muito bem como trabalhar. Em junho, o primeiro compromisso: a Copa América do Chile. Mas como foi 2014 para o time canarinho?
O primeiro compromisso foi na África do Sul. De volta ao Soccer City após a Copa de 2010, o Brasil enfrentou os donos da casa e venceu por 5 a 0, com três gols de Neymar. Era o prenúncio de que a Seleção poderia fazer um bom Mundial a partir de junho. Mas nem foi o resultado da partida que mais chamou a atenção. O menino Ayo Dosumu invadiu o gramado e conquistou o carinho de nomes como Neymar e David Luiz. O garoto foi levantado pelo grupo da seleção brasileira com um verdadeiro troféu.
Sem mais amistosos, restava ao técnico Luiz Felipe Scolari convocar a Seleção para a Copa. No dia 7 de maio, o treinador revelou os nomes dos 23 atletas que iriam disputar o Mundial. O grupo iniciou a preparação no fim do mesmo mês e fez dois amistosos antes de iniciar a a competição: triunfo por 4 a 0 sobre o Panamá, em Goiânia, e 1 a 0 diante da Sérvia, em São Paulo.
O desempenho diante dos sérvios já mostrava que o Brasil não andava bem das pernas. E o resultado não poder ser outro na Copa do Mundo. Após atuações de altos e baixos na primeira fase, onde venceu Croácia (3 a 1) e Camarões (4 a 1) e não saiu do zero diante do México, a Seleção de Felipão passou a ter dificuldades no mata-mata.
Jogadores da Alemanha comemoram mais um
gol sobre a Seleção em partida válida pela
semifinal da Copa (Foto: Agência Reuters)
Diante dos colombianos, vitória por 2 a 1, com os gols de Thiago Silva e David Luiz. James Rodríguez descontou para os rivais. Mas a partida selou o fim da Copa do Mundo para o principal jogador do Brasil. Após uma entrada desleal de Camilo Zuñiga, Neymar sofreu uma fratura na vértebra e não pôde mais participar do torneio. O camisa 10 do time canarinho chegou a deixa a Granja Comary de helicóptero para realizar a recuperação em casa.
A partir daí, o Brasil não se encontrou mais no torneio. Sofreu uma das maiores goleadas de sua história. Levou 7 a 1 da Alemanha, em Belo Horizonte. Para piorar, o ex-jogador Ronaldo ainda viu o alemão Miroslav Klose quebrar o recorde de gols em Copas do Mundo: 16 contra 15 do Fenômeno. Na decisão do terceiro lugar, outro fiasco. Derrota por 3 a 0 para a Holanda e nenhum tipo de reação. Era o fim da segunda era Felipão.
No dia 17 de julho, quatro dias após a Alemanha conquistar a Copa do Mundo, a CBF anunciou a contratação de Gilmar Rinaldi para ser o coordenador de seleções da entidade. Na semana seguinte, a entidade acertou o retorno de Dunga, que havia comandado a equipe nacional de 2006 a 2010. Logo em sua apresentação, o treinador deu o tom do que queria ver em seus comandados após o fiasco no torneio disputado no Brasil.
- É uma grande felicidade. Vamos trabalhar juntos com as categorias de base, com o Gallo, e a coordenação do Gilmar. A CBF está nesse planejamento há dois anos e vamos dar sequência. Não precisamos fazer dessa Copa do Mundo terra arrasada, há coisas que podem ficar. A gente viu na Copa que é importante o talento, mas o planejamento também. Como é importante o marketing, mas que o resultado dentro de campo também.
Filipe Luís e Miranda tornaram-se pilares da nova Seleção de Dunga (Foto: GloboEsporte.com)
Mas o problema de Maicon não foi o único que precisou ser contornado. Nos dois últimos amistosos do ano, em novembro, o zagueiro Thiago Silva revelou estar chateado com a perda da braçadeira de capitão e da titularidade para Miranda. As declarações causaram certo mal estar, logo contornado pela comissão técnica após um papo com o defensor.
- Quando se é claro e franco, tudo é mais simples. No dia seguinte (ao desabafo), o Thiago Silva nos procurou e fizemos a reunião. Foi simples e claro. Ele expôs o motivo dele, tinha dado uma entrevista à imprensa, e dissemos que o melhor lugar, se as coisas tinham saído diferentes, era falar novamente com os jornalistas. Ele foi lá e falou o que ele achava que era importante - contou Gilmar Rinaldi, em entrevista ao GloboEsporte.com.
Neymar entrega a braçadeira de capitão para
Thiago Silva dias após declarações do defensor
(Foto: Reuters)
- Não tivemos a oportunidade na Copa, mas demonstramos que estávamos em alto nível e tínhamos condições de fazer parte dos 23 daquele grupo. A prova disso são as atuações que estamos tendo nesse pós-Copa – disse Miranda, lembrando que ele e Filipe Luís não foram chamados por Luiz Felipe Scolari para a disputa da Copa.
Os seis jogadores acabaram tornando-se os pilares da equipe de Dunga. E foi justamente sob o comando do novo treinador que Neymar desandou a marcar gols. Foram sete nos seis primeiros compromissos. Números que o colocaram como o sétimo maior artilheiro da história da seleção brasileira, com 42 gols. Pelé lidera a lista, com 95. Os números foram fornecidos pela CBF.
- É meu melhor momento. Mas eu quero mais, não quero parar por aqui não. Quero estar sempre sendo melhor do que hoje - disse o jogador, que marcou pela última vez com a amarelinha na vitória por 4 a 0 sobre a Turquia, no dia 14 de novembro (assista aos gols no vídeo acima).
E é justamente no momento de Neymar, escolhido para ser o novo capitão da equipe nacional, e no bom desempenho de Dunga à frente da Seleção que os torcedores brasileiros querem esquecer o 2014 para projetar um 2015 melhor.
FONTE:
http://glo.bo/13OyRWJ