Fernandinha chega à seleção com fama de guerreira e cheia de vontade
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Fernandinha chega à seleção com fama de guerreira e cheia de vontade


Depois de quatro anos e meio atuando na Europa, levantadora de 1,73m atende ao chamado de Zé Roberto e quer aproveitar a oportunidade

Por Danielle Rocha Saquarema, RJ

Fernandinha vôlei feminino (Foto: Alexandre Arruda/CBV)Fernandinha ganha uma chance na seleção de
vôlei (Foto: Alexandre Arruda/CBV)
 
Em 2009, o cheque para uma viagem com os pais estava acabando de ser preenchido quando o celular tocou. Do outro lado da linha, José Roberto Guimarães queria saber a disponibilidade de Fernandinha para passar um período em Saquarema treinando com a seleção brasileira. A pergunta a fez ir da animação de quem estava fechando as férias ao desespero. Sabia que não poderia aceitar o convite, por precisar de um tempo para se recuperar de um problema na coluna. Mas se ver forçada a dizer não a deixou arrasada. Desligou o telefone, pediu licença e foi chorar no banheiro. Desde então, não esperava ter uma nova chance. Mas ela chegou três anos depois, exatamente quando a levantadora já não tinha mais esperança.
Nesta semana, Fernandinha se juntou às outras 17 jogadoras que estão em fase de preparação para o Pré-Olímpico e o Grand Prix. Após quatro anos e meio fora do país, defendendo clubes da Itália e do Azerbaijão, chegou para brigar por uma das duas vagas na posição, juntamente com Fabíola e Dani Lins. Por isso mesmo, tinha dúvidas de como seria recebida pela equipe.

- Achei que fosse me sentir fora do grupo, mas estou em casa. Fui muito bem recebida por todas. A minha expectativa é a mais alta possível. Foi uma coisa que esperei por tanto tempo e nem pensava que pudesse mais acontecer. Espero poder ajudar com minha energia e vôlei. Minha chegada aumenta o nível de competitividade. Se puder buscar esse lugar na seleção vai ser excelente - disse.

A firmeza nas palavras não deixa dúvida de que ela vai dar trabalho. Zé Roberto sabe disso. Diz que Fernandinha pode ganhar uma chance por ser guerreira, ter experiência internacional, liderança e personalidade forte.

- Ela é uma levantadora precisa, tem jogo veloz e veio para brigar. E acho que vai ser um briga boa. A carga de Fabíola e Dani foi muito forte para substituir jogadoras longevas como Fernanda e Fofão. A responsabilidade ainda ficou maior por estarem num time campeão olímpico. Sei que tenho que dar tempo a elas para que se sintam mais em casa no âmbito internacional. Mas estão se dedicando e evoluindo - elogia o técnico.

Fernandinha, Fabíola e Dani vôlei feminino (Foto: Alexandre Arruda/CBV)Fernandinha, Fabíola e Dani Lins, as levantadoras da seleção brasileira (Foto: Alexandre Arruda/CBV)
 
Fernandinha também. Desde segunda-feira, trabalha para tentar entender como cada companheira gosta da bola. Afinal, já foi assim um dia. Na adolescência, queria mesmo era marcar pontos. Jogou como atacante até os 18 anos, quando Wadson Lima, então técnico da seleção infanto-juvenil, sugeriu que mudasse de posição. A reação ela não esquece. Ficou muito brava, passou por um período de adaptação bem difícil, mas vingou. Ter 1,73m era um problema. Ao menos no Brasil. No exterior, ela encontrou espaço, agradou. A tal da personalidade forte? Não atrapalhou. Ao contrário. Para Fernandinha, isso é fundamental para quem tem que administrar muitas cabeças em quadra.

- Vamos ver se vou conseguir me encaixar na seleção. O que me tira do sério é o ego feminino, isso nunca pode estar à frente o objetivo maior, da equipe. Quando fui para fora do país, não pensei que pudesse dar tão certo. Só que quando eu coloco uma coisa na cabeça, vou fundo. Nem assinava as TVs nacionais para não pensar em voltar. No Brasil tem essa coisa de ser baixa, de não poder jogar. A Lo Bianco (levantadora da seleção italiana) é mais baixa do que eu, mas eles sempre adoraram o jogo veloz dela.Lá fora, fui valorizada e ganhei reconhecimento como nunca tive aqui. Mas acredito que estarei de volta.

A presença de mais uma concorrente nos treinos é vista com bons olhos por Fabíola. Eleita a MVP da final da Superliga, a levantadora do Osasco teve só três dias de descanso. Não queria perder o condicionamento físico e estava animada para dar início ao novo trabalho.

- O Zé deixou claro que a posição de levantadora está aberta. Cabe a cada uma conquistar seu espaço. Fernandinha e uma grande levantadora e vem para somar. A disputa é sadia e é um desafio para mim e para a Dani. Se a gente já trabalhava, agora isso vai ser triplicado (risos). Eu acho bom, isso nos faz crescer. O fato de ter sido a melhor jogadora da final da Superliga não me dá a titularidade na quadra. Tenho que trabalhar e estou muito dedicada e animada - garantiu Fabíola.

FONTE
 http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2012/04/fernandinha-chega-selecao-com-fama-de-guerreira-e-cheia-de-vontade.html



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