Favela que dá certo
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Favela que dá certo




Espremidas entre o tráfico de drogas e a pobreza, as favelas cariocas se reinventam e mostram à sociedade sua capacidade de resistir ao preconceito e criar alternativas para mudar o cenário em volta. Essas mudanças só foram possíveis graças às ações sociais e culturais orquestradas por instituições criadas nos próprios morros, que acreditam na inclusão social e na sustentabilidade das comunidades.


Um exemplo incontestável é o Grupo Cultural Afro Reggae, que surgiu em janeiro de 1993 inspirado pelo jornal Afro Reggae Notícias, produzido por jovens da periferia carioca com o objetivo de valorizar e divulgar ritmos da cultura negra, como reggae e o soul. Foi nesse ano que, na favela de Vigário Geral, na zona norte do Rio de Janeiro, 21 moradores foram executados por policiais militares.

O episódio ficou conhecido como “Chacina de Vigário Geral” e chocou o país, mas foi um momento oportuno para implementar o projeto que pretendia oferecer uma formação cultural e artística aos jovens moradores das comunidades. Um mês depois do crime, o Afro Reggae entrou na favela e inaugurou seu primeiro “Núcleo de Cultura Comunitária”, com a missão de trazer alternativas ao subemprego e ao tráfico de drogas para a juventude local.

Vitor Onofre, coordenador do núcleo de Vigário Geral é um dos exemplos do acerto dessa iniciativa. Ele aderiu ao Afro Reggae logo no início, em 1993. Na época, era um adolescente de 13 anos, revoltado com o crime que tinha abalado sua comunidade. “Não posso imaginar que rumo minha vida teria tomado se não tivesse ingressado no Grupo. O que existia antes dele era tráfico, violência e drogas. Não tínhamos no que nos espelhar porque os traficantes é que promoviam as festas e comemorações na favela. Com o Afro Reggae isso mudou”, salienta.

O Afro Reggae tornou-se, então, o mais famoso projeto social nascido numa favela do Rio. Sua história chegou a ser contada no cinema, no filme Favela Rising. Mas o Grupo não ficou limitado aos muros de Vigário e se instalou em outros morros da cidade - mais precisamente em Parada de Lucas, Cidade de Deus, Cantagalo, Pavão-Pavãozinho - além de fazer apresentações e realizar oficinas em diversos países. O carro-chefe da instituição é a música e a Banda Afro Reggae, mas também mantém diversos subgrupos que atuam em outras áreas, como o circo, o teatro e a dança. “Apesar de ser nossa referência mais conhecida - a banda de música é fruto do trabalho social que desenvolvemos -, todos os que fazem parte dela estão envolvidos com os projetos sociais que implantamos na comunidade”, explica Vitor.

Além da cultura e da arte, outra forma de romper com a desigualdade social nas favelas é a educação. Este é o foco principal do Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré (CEASM). Esta Associação Civil, sem fins lucrativos, surgiu, em 1997, no Complexo da Maré, que abrange o maior número de favelas do Rio de Janeiro. São 16 no total e reúnem cerca de 130 mil moradores.

Localizada entre as margens da Avenida Brasil e da Baía de Guanabara, no bairro de Bonsucesso, a Maré é um complexo onde atuam facções rivais do tráfico de drogas. Os conflitos são constantes e os territórios demarcados por comunidades vizinhas, mas “inimigas”. Neste contexto, o CEASM foi criado por moradores que cresceram na comunidade e que conseguiram transpor a barreira da exclusão, alcançando a Universidade.



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