O Brasil está longe de ser uma referência no vôlei sentado paralímpico, mas inspiração não falta para que coloque as manguinhas de fora nos Jogos de Londres. Como se não bastasse o resultado do vôlei nas Olimpíadas, com o ouro das mulheres e a prata dos homens, a seleção brasileira masculina tem o exemplo “dentro de casa”. Treinador da equipe, Fernando Guimarães é irmão de ninguém menos que José Roberto Guimarães, campeão na capital britânica há menos de um mês e único tricampeão olímpico do país.
Em sua estreia em Jogos Paralímpicos, Fernando deixou a família Guimarães orgulhosa. Com incríveis parciais de 25/5, 25/5 e 25/13, o Brasil despachou Ruanda por 3 sets a 0 e largou na frente no Grupo B. Ao pisar na quadra pela primeira vez, a cabeça do treinador foi longe e o coração bateu mais forte por dar continuidade, em outro movimento, a uma história iniciada pelo irmão há 36 anos.
- Vem um filme na cabeça. É uma inspiração. Cresci vendo o Zé Roberto, que já foi um grande jogador. Ele foi para as Olimpíadas de Montreal-1976 e até brinco com o Escadinha, que é meu amigo, dizendo que se o Zé jogasse até hoje ele nem seria líbero da seleção. O cara defendia muito. Então, cresci com os melhores jogadores do país dentro de casa. Tudo isso é uma inspiração e um grande orgulho.
Fisioterapeuta, Fernando Guimarães foi percussor ao levar o hipismo para portadores de deficiência para o Brasil. O convite para se envolver com o vôlei sentado partiu do ex-jogador Amauri, prata em Los Angeles-84, ouro em Barcelona-92 e atual presidente da confederação brasileira. Sem pestanejar, ele aceitou e desde então tem no irmão famoso um “auxiliar”.
- Ele me ajuda muito, dá toques quando precisa, pede para ficar mais calmo, porque sou muito nervoso. E tenho como passar isso para os meninos. Mostro os vídeos, falo das coisas, e ninguém mais tem isso. Só o Brasil. É um privilégio.
Antes da estreia, o tricampeão olímpico fez questão de incentivar a equipe brasileira. Uma mensagem foi enviada para Fernando Guimarães, mas chegou com mais precisão aos jogadores. O treinador não aguentou a emoção ao ver as palavras do irmão.
- Ele mandou uma mensagem hoje pelo celular, mas eu nem consegui ler, comecei a chorar. Acabei passando para o pessoal ler para mim.
Medalha é meta ousada
Também ex-jogador, Fernando já trabalhou com José Roberto como fisioterapeuta e “braço” (usado para atacar em treinamentos) em clubes e até mesmo na seleção brasileira. Tanta convivência deu ao treinador a confiança necessária para encarar um desafio complicado: tornar o vôlei sentado brasileiro tão forte quanto o convencional.
- Estamos tentando trazer um modelo que deu certo no vôlei convencional para o esporte adaptado. Não tem outro caminho. Falo sempre com o Zé que me sinto como nos anos 70, 80, quando técnicos mais novos começaram a mudar a concepção do vôlei. Entraram na parte psicológica, física e tática. Temos que sair do país para perder, perder, perder, até incomodar os caras. Já temos o modelo.
Satisfeito com a estreia, Fernando sabe que uma medalha em Londres é difícil, mas não impossível.
- Estamos chegando como sétima força de 10 equipes, mas do sétimo ao terceiro a diferença é pouca. Estamos começando a jogar certo, a mudar. É o que falo para eles, é pensar em só um jogo. Se jogarmos bem as quartas de final, vamos para jogo de medalha.
Além de Ruanda, o Brasil tem em seu grupo nas Paralimpíadas a China e as superpotências Irã e Bósnia. Prata em Pequim-2008, os bósnios são os rivais de sábado, às 17h (de Brasília), no Centro Excel.
Fernando Guimarães: inspiração no irmão famoso (Foto: Gustavo Carvalho / Divulgação)
- Vem um filme na cabeça. É uma inspiração. Cresci vendo o Zé Roberto, que já foi um grande jogador. Ele foi para as Olimpíadas de Montreal-1976 e até brinco com o Escadinha, que é meu amigo, dizendo que se o Zé jogasse até hoje ele nem seria líbero da seleção. O cara defendia muito. Então, cresci com os melhores jogadores do país dentro de casa. Tudo isso é uma inspiração e um grande orgulho.
Fisioterapeuta, Fernando Guimarães foi percussor ao levar o hipismo para portadores de deficiência para o Brasil. O convite para se envolver com o vôlei sentado partiu do ex-jogador Amauri, prata em Los Angeles-84, ouro em Barcelona-92 e atual presidente da confederação brasileira. Sem pestanejar, ele aceitou e desde então tem no irmão famoso um “auxiliar”.
- Ele me ajuda muito, dá toques quando precisa, pede para ficar mais calmo, porque sou muito nervoso. E tenho como passar isso para os meninos. Mostro os vídeos, falo das coisas, e ninguém mais tem isso. Só o Brasil. É um privilégio.
Antes da estreia, o tricampeão olímpico fez questão de incentivar a equipe brasileira. Uma mensagem foi enviada para Fernando Guimarães, mas chegou com mais precisão aos jogadores. O treinador não aguentou a emoção ao ver as palavras do irmão.
- Ele mandou uma mensagem hoje pelo celular, mas eu nem consegui ler, comecei a chorar. Acabei passando para o pessoal ler para mim.
O técnico Fernando Guimarães em Londres
(Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)
(Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)
Também ex-jogador, Fernando já trabalhou com José Roberto como fisioterapeuta e “braço” (usado para atacar em treinamentos) em clubes e até mesmo na seleção brasileira. Tanta convivência deu ao treinador a confiança necessária para encarar um desafio complicado: tornar o vôlei sentado brasileiro tão forte quanto o convencional.
- Estamos tentando trazer um modelo que deu certo no vôlei convencional para o esporte adaptado. Não tem outro caminho. Falo sempre com o Zé que me sinto como nos anos 70, 80, quando técnicos mais novos começaram a mudar a concepção do vôlei. Entraram na parte psicológica, física e tática. Temos que sair do país para perder, perder, perder, até incomodar os caras. Já temos o modelo.
Satisfeito com a estreia, Fernando sabe que uma medalha em Londres é difícil, mas não impossível.
- Estamos chegando como sétima força de 10 equipes, mas do sétimo ao terceiro a diferença é pouca. Estamos começando a jogar certo, a mudar. É o que falo para eles, é pensar em só um jogo. Se jogarmos bem as quartas de final, vamos para jogo de medalha.
Além de Ruanda, o Brasil tem em seu grupo nas Paralimpíadas a China e as superpotências Irã e Bósnia. Prata em Pequim-2008, os bósnios são os rivais de sábado, às 17h (de Brasília), no Centro Excel.