Eurico Miranda e Roberto de Andrade criticam criação da Liga Sul-Minas-Rio
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Eurico Miranda e Roberto de Andrade criticam criação da Liga Sul-Minas-Rio



Convidados da reunião na na CPI do Futebol, presidentes de Vasco e Corinthians reclamam de possível torneio: "Ilegal e imoral", diz mandatário do clube carioca




Por
Brasília


Romário Eurico Miranda CPI Brasília (Foto: Divulgação)
Roberto de Andrade e Eurico Miranda falam 
na CPI, em Brasília, ao lado do senador 
Romário (Foto: Divulgação)


A Liga Sul-Minas-Rio teve, na tarde desta quarta-feira, mais dois críticos ferrenhos. Em mais uma audiência pública da CPI do Futebol, Roberto de Andrade e Eurico Miranda, presidentes de Corinthians e Vasco, respectivamente, teceram duras críticas ao torneio.

O discurso de Eurico Miranda foi semelhante ao de Rubens Lopes, presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, que classificou a Liga Sul-Minas-Rio como elitista, quando foi convidado a uma audiência pública na mesma comissão.

- Em meu tempo de militante do futebol, nunca vi nada tão ilegal e imoral. Você tem o calendário, bonitinho, colorido, para o ano todo e alguém chega e fala que não vai ser desse jeito. Se me chamassem para discutir essa liga, eu diria que não iria. Isso vai prejudicar muitas pessoas. Isso é um processo de elitização do futebol e serve para acabar com os chamados clubes de menor investimento. Esses, não sei, 12 clubes, vão jogar só entre si, o tempo todo - disparou o mandatário do time carioca.

Outros dirigentes de estados afetados pela liga também já se mostraram contrários à disputa do torneio Sul-Minas-Rio em 2016. O presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), Francisco Novelletto, disse que veria com bons olhos a competição somente para 2017. No Rio, os clubes e a Ferj divulgaram uma nota reclamando da omissão da CBF na criação da liga. Para o presidente do Botafogo, Carlos Eduardo Pereira, a posição de Flamengo e Fluminense não estão preocupados com a "coletividade".

A Liga Sul-Minas-Rio foi fundada no dia 10 de setembro deste ano e conta com 15 equipes:
América-MG, Avaí, Atlético-MG, Atlético-PR, Chapecoense, Coritiba, Criciúma, Cruzeiro, Figueirense, Fluminense, Flamengo, Internacional, Joinville, Grêmio e Paraná. Ex-presidente do Galo, Alexandre Kalil foi escolhido executivo-chefe e na última semana, em encontro com o mandatário da CBF, Marco Polo del Nero, conseguiu a aprovação da entidade para que a competição entre os clubes seja realizada em 2016.

Eurico garantiu ainda não ser contra a criação de uma liga, desde que todos os clubes fossem contemplados. Já para o presidente do Corinthians, a falta de datas no calendário da CBF será um grande empecilho para a disputa da Sul-Minas-Rio.

- O Corinthians tem a mesma opinião do presidente Eurico (Miranda). Fui convidado para essa liga e neguei de pronto. Somos a favor de uma liga, sim, desde que se contemple todos os times do futebol brasileiro. Não sei de onde vão tirar datas para essa liga. Hoje, é preciso cumprir o calendário religiosamente, nem uma transferência de data a CBF te concede. Não é possível nem marcar um amistoso para conseguir uma renda extra para os clubes - lamentou.


Críticas à Lei Pelé

A Lei Pelé também não escapou do crivo dos dirigentes convidados à reunião. Para os cartolas, ela é uma das responsáveis pelo momento de declínio do futebol nacional, principalmente por conta do êxodo de jovens jogadores brasileiros para o exterior.

- Vivemos muitos problemas e esse é o maior deles. Querem botar a culpa do 7 a 1 em uma coisa, em outra, mas a culpa é desse problema. A Alemanha investiu em base porque notou essa necessidade e se modernizou, enquanto nós regredimos por conta dessa famigerada lei, que precisa ser revista. Tem que ter uma legislação que dificulte a saída dos jogadores. A Fifa impede a saída de menores de 18 anos, mas há formas de mascarar isso - afirmou Eurico Miranda.

Quando foi criada a Lei Pelé, ela se preocupou com o jogador, mas esqueceu os clubes. O primeiro contrato só pode ser assinado aos 16 anos, mas o jogador chega ao clube com 11 ou 12. Até lá, é feito um investimento nele. Com 16, ele pode ir para outro clube, que ofereça mais dinheiro porque não há outro vínculo com o time. O clube fica sem defesa alguma. Sugiro que essa lei seja revista urgentemente para que o clube tenha uma retaguarda - concordou Roberto de Andrade.


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/noticia/2015/10/eurico-e-roberto-de-andrade-engrossam-coro-contra-sul-minas-rio.html



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