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Um sonho que virou decepção. Assim pode ser classificado o dia 16 de junho de 2013 na vida de Ricardo Cavalheiro, de 20 anos, que seria voluntário da Copa das Confederações, na vitória da Itália por 2 a 1 sobre o México, no último domingo, no Maracanã. Depois de passar por duas fases, o jovem chegou ao Rio de Janeiro para trabalhar no serviço para o espectador, mas não conseguiu. Sua credencial não pôde ser impressa, e o estudante voltou para Franca, no interior de São Paulo, sentindo-se “dispensável”. A viagem, que chegou a 1.659 km percorridos, será repetida para o confronto desta quinta-feira entre Espanha e Taiti. Com a promessa de ter tido o caso resolvido pelo Comitê Organizador Local (COL), Ricardo espera ser utilizado na segunda rodada do Grupo B.- Maracanã terá 2 mil policiais e efetivo será reforçado em áreas de protesto
- Foi minha terceira vez no Rio. A primeira foi para uma dinâmica de grupo, e a segunda, para um treinamento na minha área, que é serviço para o espectador. Vim para participar do jogo, mas me informaram que tive um problema com a minha credencial, relacionado com o sistema de gestão de voluntários. Fiquei umas cinco horas esperando e me senti bem destratado no contesto do discurso do COL, que fala que o voluntário é essencial para a Copa. Vi que funcionários conseguiram uma credencial em cinco minutos. Tentei contato com a minha supervisora. Ela atendeu uma vez, mas depois nada. Eu me senti dispensável.
Ricardo na porta do Maracanã, domingo: sem credencial para Itália x México (Foto: Felippe Costa)
- A decepção foi muito grande. Fiquei bem chateado. A cara da Copa que eles dizem para mim é outra. Vim com o dinheiro contado. Como não tive acesso ao estádio, tive que gastar na rua.
Ricardo chegou ao Rio de Janeiro por voltas das 7h de domingo. De ônibus, o estudante foi direto para o Maracanã. No estádio, ficou a manhã inteira tentando resposta para o problema na impressão de sua credencial. Sem solução e respostas da supervisora, resolveu voltar para São Paulo. Pegou outro ônibus até a Central do Brasil e foi andando para o Aeroporto Santos Dumont, um percurso de 7 km que durou cerca de 30 minutos. Ricardo deixou o Rio às 16h15m e, quando chegou a Ribeirão Preto, ainda teve que pegar uma carona até a cidade de Franca, onde mora.
Procurado, o COL enviou uma nota explicando que “por uma falha técnica, o credenciamento do voluntário em questão não estava disponível. Após a identificação do problema, a área de voluntários entrou em contato com o voluntário, se desculpou pelo transtorno e ele foi normalmente integrado ao programa”.
Mesmo ainda chateado com a situação, Ricardo, que confirmou o contato do COL, voltará ao Maracanã para trabalhar na partida entre Espanha e Taiti, nesta quinta. Resta saber se o voluntário encontrará o mesmo problema.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-das-confederacoes/noticia/2013/06/esqueceram-de-mim-voluntario-viaja-1659-km-mas-fica-fora-de-jogo.html