A Polícia Civil não fez a perícia prevista para a manhã desta quinta-feira (23) no motel Tititi, em Olinda, onde foi encontrado o corpo do empresário Paulo Cesar de Barros Morato na noite de quarta (22). Foragido da Operação Turbulência, Morato era suspeito de ser "testa de ferro" de uma organização criminosa suspeita de lavar dinheiro para financiar as campanhas do ex-governador Eduardo Campos, em 2010 e 2014.
Os papiloscopistas chegaram ao motel às 10h52, mas nem pisaram na cena do crime. Partiram poucos minutos depois, ao receber um telefonema da chefia da Divisão de Crimes da Polícia Civil, orientando que não fizessem a perícia. Nenhuma outra explicação foi dada. O motel está aberto mas segue com a cena do crime interditada. Havia intensa movimentação na porta e nenhum cliente durante a manhã. O advogado do motel, Higínio Marinsalta, passou pouco mais de meia hora no local, saindo pouco depois das 11h. Segundo ele, o estabelecimento aguarda instruções da Polícia, que ainda não confirmou se fará perícia e quem fará.
De acordo com Marinsalta, Morato entrou sozinho no motel ao meio-dia da terça-feira (21). Consumiu apenas uma água do frigobar. As imagens da câmera de segurança serão liberadas ainda nesta quinta (23) de acordo com ele. O advogado disse também que o empresário chegou em um Jeep Renegade preto. Como não renovou a diária, os funcionários do estabelecimento entraram no quarto utilizando a chave-mestra, encontrando o corpo em cima da cama, sem sinais de violência, sangue ou arma.
Como o empreendimento exige discrição, não se sabe se Morato era cliente assíduo. Os funcionários sseguram que ninguém esteve no quarto. No quarto de Morato, muitos remédios, pendrives e até um Homem Aranha.
Autópsia
Uma autópsia no corpo de Paulo Cesar de Barros Morato acontece, na manhã desta quinta-feira (23), no Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife. O corpo deve permanecer no local até a segunda (27). O objetivo é esperar até sair o laudo do exame toxicológico.