Simbologia.
Tudo é uma questão de simbologia na escolha do PT para o candidato a quem apoiar na sucessão de Eduardo Cunha.
Ou deveria ser.
O pragmatismo deu no que deu.
Por isso o provável apoio a um nome do PMDB é uma tragédia em termos de imagem para o PT, algo comparável ao sinistro abraço entre Lula e Maluf nas eleições para a prefeitura de São Paulo em 2012.
Não adianta ponderar que é um peemedebista que votou contra o impeachment. Que é alguém que desagrada Temer. Que não é da gangue de Cunha.
É do mesmo PMDB que esfaqueou Dilma nas costas e, dado o golpe, colocou em ação um programa que vai matando meticulosamente os avanços sociais dos últimos anos.
O abraço de Maluf e Lula foi dar nas Jornadas de Junho. Chega dessa política pútrida, gritaram os jovens que pararam São Paulo. A popularidade de Dilma despencou e jamais se recuperou.
Onde vai dar o provável apoio a um homem do PMDB?
Não há saída para o PT que fuja de Erundina. Ou não deveria haver. Dane-se o pragmatismo. Os brasileiros não suportam mais isso.
É tempo de causas, de ética, de alguma pureza pelo menos.
É preferível perder com dignidade, e com Erundina, a ganhar com vergonha, e com um homem do partido que promoveu um golpe de estado.
Se optar pelo pragmatismo, o PT vai mostrar que não aprendeu nada na adversidade, e vai merecer cada uma das inevitáveis consequências.
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