No mata-mata, erros definem confrontos. Diante de quase 55 mil torcedores, o Cruzeiro abusou das falhas e perdeu para o River por 3 a 0, no Mineirão, placar que eliminou a Raposa da Taça Libertadores nas quartas de final. Apático em campo, o time celeste viu a equipe argentina controlar as ações e aplicar uma dolorida derrota, que encerrou o sonho do tricampeonato.
- Entramos mole, perdemos muito a segunda bola. Todo mundo estava concentrado, sabíamos que a equipe deles ia para cima, mas não conseguimos tocar a bola. Isso nos prejudicou muito no início e acabamos levando dois gols. Agora é levantar a cabeça no Campeonato Brasileiro - tentou justificar Bruno Rodrigo.
SAIBA MAIS
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Com duas falhas, Bruno Rodrigo é o pior do Cruzeiro em eliminação
Mas a desclassificação celeste não se explica apenas pelos erros cometidos diante da equipe argentina. O GloboEsporte.com delimitou cinco motivos que podem justificar a queda cruzeirense para o River Plate, em pleno Mineirão.
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Desmanche
Do elenco que se sagrou campeão brasileiro em 2014, dez jogadores deixaram o clube: os meias Ricardo Goulart, Éverton Ribeiro e Marlone; os volantes Lucas Silva e Nilton; os laterais Egídio e Samudio; e os atacantes Marcelo Moreno, Borges e Dagoberto. Desses, pelo menos seis destes eram peças frequentes no time titular do técnico Marcelo Oliveira. Ricardo Goulart e Éverton Ribeiro eram as referências na criação do time, e o atacante Marcelo Moreno foi artilheiro da equipe celeste na temporada passada.
Éverton Ribeiro comemora gol Al Ahli - meia
está bem no novo time (Foto: Reprodução
Site oficial Al Ahli)
Irregularidade em casa
Diferentemente do último ano, em 2015 o Cruzeiro tem demonstrado uma grande irregularidade, principalmente dentro de casa. Se na temporada passada o aproveitamento celeste no Mineirão foi de 83%, com 27 vitórias, 4 empates e apenas 3 derrotas, neste ano, em 12 jogos, são apenas quatro vitórias, cinco empates e três derrotas, representando um total de 47,2% de aproveitamento em seus domínios. Nem mesmo a força dos 54.898 pagantes foi suficiente para ajudar os atletas em campo.
Contratações
Riascos ficou apenas três meses e já esta treinando no Vasco (Foto: Edgard Maciel de Sá)
Se o time vendeu algumas das principais peças, a diretoria, em compensação, trouxe 14 novos reforços: os zagueiros Paulo André e Douglas Grolli; os laterais Fabiano, Fabrício, Mena e Pará; os volantes Willians e Felipe Seymour; os meias Arrascaeta e Gabriel Xavier; e os atacantes Leandro Damião, Riascos, Joel e Henrique Dourado. Isso sem contar as peças contratadas depois do meio da temporada passada, como o meia Marcos Vinícius e o lateral-esquerdo Breno Lopes, que nem está mais no clube e já foi apresentado no Fluminense. Ainda tem os jogadores reintegrados ao elenco, como o também lateral-esquerdo Gilson e o volante Charles.
O elenco estava tão inflado no início do ano, que o time chegou a ter cinco laterais-esquerdos, quando Fabrício foi contratado junto ao Inter, em abril. Por isso, Gilson acabou emprestado à Ponte Preta e Breno Lopes ao Fluminense. Outras duas contratações que não deram muito certo foram a do volante Felipe Seymour e do atacante Riascos, este último emprestado ao Vasco até maio de 2016. E mesmo com alto número de reforços, o Cruzeiro não conseguiu ainda repor à altura o principal setor desfalcado, que é o de armação. O time ainda busca um meia de criação para suprir a ausências de Ricardo Goulart e Éverton Ribeiro.
Balanço financeiro
Campeão Brasileiro em 2013 e 2014, o time teve uma receita de R$ 223,2 milhões, mas, mesmo assim, fechou a temporada passada com uma dívida de R$ 252,9 milhões. Além do balanço negativo, o clube ainda não fechou o contrato de patrocínio máster. A folha salarial em 2014, somando os direitos de imagem de cada jogador, ficou perto dos R$ 12 milhões mensais, o que fez com que a diretoria celeste adotasse a política de corte de gastos. Diferentemente de 2014, o presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, optou por investimentos mais discretos em contratações, oferecendo salários mais modestos. É importante lembrar que as vendas dos direitos econômicos de atletas como Lucas Silva, Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart vão entrar apenas no balanço de 2015, que será apresentado em abril de 2016.
Diretor de Futebol
A ausência de um diretor de futebol tem sido apontada por muitos como uma deficiência do Cruzeiro em 2015. Alexandre Mattos, diretor do clube azul em 2013 e 2014, foi para o Palmeiras, no inicio deste ano, e o presidente Gilvan de Pinho Tavares não contratou um substituto. O mandatário celeste optou por dividir a função com o supervisor de futebol do clube, Benecy Queiroz, e o gerente de futebol, Valdir Barbosa. A ausência de um homem exclusivo para o cargo pode ter sido um dos motivos das contratações terem dado errado.
Gilvan entre Valdir Barbosa e Benecy Queiroz,
os dois homens do futebol do Cruzeiro
(Foto: Léo Simonini)
FONTE:
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