Enderson explica saída de Damião e elogia Geuvânio: “Participativo”

O técnico Enderson Moreira colocou Leandro Damião no banco de reservas na partida contra o Goiás, no Pacaembu, na noite deste domingo. Com a alteração, que surtiu efeito positivo, Geuvânio voltou a ser titular do Santos, teve boa atuação e foi elogiado pelo comandante em entrevista coletiva após a vitória por 2 a 0 no jogo válido pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro.

O treinador diz entender a queda de rendimento que o atacante teve depois de ganhar o prêmio de revelação do Campeonato Paulista e ser um dos destaques do Peixe no vice da competição.



– Durante toda minha carreira como treinador, trabalhei com muitos jovens. Eles têm tendência a oscilar mais do que os mais maduros, veteranos e rodados. Quando há essa queda, o jogador é exposto, mas não sei se esse foi o caso. Percebi nos treinamentos que o Geuvânio começou a ser aquele jogador que eu via pela televisão: participativo, rápido, de drible. Está aproveitando as oportunidades e conquistou o espaço – disse o treinador.

Enderson ainda explicou por que sacou Leandro Damião pela primeira vez desde quando assumiu a equipe, no início deste mês. Quando chegou ao clube, inclusive, foi questionado diversas vezes sobre recuperar o bom futebol do centroavante, já que eles trabalharam juntos no Internacional B.

– São variações. Às vezes coloco Gabriel, ou Damião, ou os dois juntos. Nem por isso eles deixam de ser titulares. Nem nosso goleiro conseguiu jogar todas até o fim do ano. Temos de perceber quem está bem para jogar e poupar alguns (como fez com Aranha, Cicinho e Robinho neste domingo). Precisamos controlar isso sem perder padrão – completou. 
Veja os tópicos da entrevista coletiva do treinador:

LANCE POLÊMICO (gol não marcado do Goiás)


- São lances difíceis. Tem um cara ali (um dos quintos árbitros), mas é difícil. Às vezes, o auxiliar está na linha errada. Lamento muito que isso tenha acontecido contra o Goiás. Conheço pessoas lá. Poderíamos ter saído com um resultado melhor contra o Sport, mas tiveram erros, também. Lamentamos muito e entendemos que há situações complicadas no futebol. Infelizmente, aconteceu mais um erro.


ATAQUE MAIS VELOZ COM GEUVÂNIO
- Geuvânio entrou fazendo outra função (diferentemente de Damião). Geuvânio é mais rápido e é evidente que o ataque fica mais veloz.


VOLTA DOS JOGADORES POUPADOS (Robinho, Aranha e Cicinho)
- Eu tive informações de que participaram do treinamento deste sábado. Amanhã (segunda-feira) é um dia importante para ver como vão se portar para terça-feira tomar a decisão.


SAÍDA DE THIAGO RIBEIRO
- Ele sentiu um incômodo, solicitou a saída, e vamos acompanhar. Tomara que não seja nada grave, só um incômodo. As próximas 48 horas serão fundamentais para termos certeza disso.


ATUAÇÕES DO LEANDRO DAMIÃO
- Ele fez dois gols em seis jogos, participou de lances importantes. Ele está voltando a ser aquele jogador que sabemos que ele pode ser. Tem momentos em que poderia ter feito gols. Jogadores têm de ter essa consciência. Temos jogadores que participam efetivamente.


COPA DO BRASIL
- Não é prioridade. Isso não faz parte da minha conduta. Eu não tenho prioridade. O que me impediu de escalar Robinho, Aranha e Cicinho foi a condição física dos três. Jogadores podem ficar fora por questões técnicas, clínicas e físicas, também. Na quinta-feira tivemos um jogo extremamente difícil e os jogadores não conseguiram se recuperar para hoje (domingo). Estamos diminuindo a possibilidade de ter lesão muscular agora. Se um jogador tiver, pode ficar fora até o fim do ano. Dentro dos padrões, temos de preservar. Não é uma decisão apenas minha, mas amparada em parâmetros científicos e técnicos.


PRESSÃO EM TREINADORES
- É difícil poder falar sobre isso. Quando eu estava na faculdade, fiz meu trabalho de conclusão de curso sobre estresse do treinador. No Brasil, a pressão é enorme. O treinador é responsabilizado por várias situações, cobrado de maneira exagerada aqui no Brasil. É cultura, vejo isso, infelizmente. Muitos trabalhos interessantes são interrompidos em função de resultados ruins. Estamos acostumados a fazer essa troca. Torcedor é passional e sempre quer ganhar.


FATOR PSICOLÓGICO
- A vitória é importantíssima por isso. Fizemos um jogo bom contra o Atlético-MG, mas tomamos dois gols e perdemos o equilíbrio do jogo. Poderíamos até termos tomado cinco (gols) no primeiro tempo. Tomamos o terceiro e mesmo assim faltou pouco para empatarmos. Foi importante manter um comportamento igual hoje (domingo) e ganhar.


* Bruno Giufrida colaborou sob supervisão de Juliano Costa