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O técnico Dunga falou pela primeira vez à imprensa após as declarações do zagueiro Thiago Silva, que ficou chateado por ter perdido a braçadeira de capitão da seleção brasileira. Para o treinador, todos os jogadores da equipe nacional precisam respeitar a hierarquia e acatar as decisões da comissão técnica.
- Ninguém perde nada quando chega aqui na Seleção. Ninguém é dono de nada. A Seleção é da Seleção. Aqui, você precisa conquistar no dia-a-dia, segundo a segundo, treinamento a treinamento. Estamos fazendo um trabalho para aflorar os líderes. A decisão é do treinador.
Dunga foi além e falou de sua chegada na Seleção e na oportunidade que a diretoria da CBF deu para ele iniciar o trabalho.
- Quando eu cheguei à Seleção, o presidente Marin e o doutor Marco Polo disseram que eu teria de tomar as decisões e começar do zero. Quando eu cheguei, não tinha o camisa 9, o camisa 10, o treinador de goleiros, o preparador físico e também não tinha o capitão. Respeito a história de cada um, mas minha forma de trabalhar é essa. Trato os jogadores como homens, como profissionais, como deve ser na Seleção – disse o treinador.
Dunga durante entrevista coletiva em Viena
(Foto: Bruno Domingos/Mowa Press)
O treinador afirmou também que não gosta de improvisações. Para ele, o segredo do sucesso de um grupo é o trabalho. O comandante ainda utilizou uma comparação com carros de Fórmula 1 para explicar a intensidade dos treinamentos da seleção brasileira.
- Gostamos do talento e da genialidade. Tentamos montar os treinos da melhor maneira, com eficiência e qualidade porque estamos trabalhando com jogadores de alto nível e temos que fazer dessa forma: treinos de qualidade e eficiência. É o ritmo que está se jogando no futebol moderno. Gosto de respeitar a hierarquia e a forma de jogar ou não é decidida pela comissão técnica. Se eu tenho uma Ferrari e estou na Fórmula 1, eu não posso usar a velocidade de um kart. Você precisa treinar o mais parecido com um jogo.
Dunga falou também da renovação que está implantando na seleção brasileira. Em uma de suas respostas, o treinador afirmou que aumentou o leque de opções.
- Todos vocês pediam uma renovação e ela está aí. É bom ter atletas experientes, que dão o equilíbrio, mas é bom você ter jogadores jovens que tem adrenalina, sangue novo. Nessa viagem, pela primeira vez, estou tendo problemas. Nos primeiros jogos, eu tinha 22 ou 23, agora, minha cabeça ficou perturbada. Abriu o leque. É bom ter esse sangue, essa adrenalina. No último jogo, tirei o Willian e coloquei o Douglas Costa e vocês viram o que aconteceu. Já estou ficando com cabelos brancos.
O treinador preferiu também não expor como foi a conversa com Thiago Silva. Segundo o zagueiro, o papo com o treinador aconteceu na manhã desta segunda-feira, na concentração da Seleção, em Viena.
- O que nos falamos são coisas internas. Ele deve ter expressado para vocês o que ele procurou para nos dizer. Já passou, temos que pensar na Seleção e em dar uma continuidade ao nosso trabalho. Ele já tinha trabalhado comigo nas Olimpíadas e na Copa. Ele sabe do posicionamento que eu tenho e da forma como eu trabalho com todos – afirmou o treinador.
Thiago Silva posa ao lado de Neymar, após
declarações polêmicas (
Foto: Reprodução / Instagram)
Dunga comentou também a maneira como cada atleta chega à Seleção.
- Cada jogador tem as suas características. O preparo de uma equipe começa na preparação física, técnica e tática. Quanto mais nos aprimorarmos e nos sentirmos seguros, mais nós vamos alcançar os objetivos. Tem jogador que chega aqui e se sente seguro. Tem outros que se sentem menos. Nos clubes, alguns tem um cuidado especial. Na Seleção, isso é mais repartido. Alguns, em seus clubes, só recebem elogios. Na Seleção, as pessoas já veem defeitos. O jogador precisa suportar críticas e observações.
Nesta terça-feira, às 16h (de Brasília), o Brasil vai enfrentar a Áustria, em Viena. O confronto será transmitido ao vivo pela TV Globo, Sportv e GloboEsporte.com. O site também acompanha o duelo em Tempo R
FONTE:
http://glo.bo/1uz6GFW