Na lista de inscrições, os sobrenomes repetidos chamam atenção. Na etapa de Belo Horizonte do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, a distribuição de wild cards (convites) fez com que cinco famílias estivessem representadas por dois irmãos durante a realização do Open
mineiro.Dentro e fora de quadra, cada um interage com o outro de uma forma peculiar. Enquanto Júlia torce à beira da quadra de Bruno Schmidt, Ricardo prefere não assistir aos jogos de Bárbara Seixas, e Guto e Marcus, apesar de parceiros no jogo, evitam contato enquanto não estão competindo. Próximos ou nem tanto, todos tentam dar orgulho aos pais a sua maneira. De preferência, com vitórias e sorrisos que entreguem os traços semelhantes.
Os que conversam muito e os que pouco se falam
Cinco anos mais velho, Bruno foi um dos maiores responsáveis por fazer Júlia trocar o vôlei de quadra pelo de praia. A caçula gostou da mudança e passou a seguir os passos do primogênito, vendo na areia a possibilidade de se profissionalizar mesmo sem ser alta (hoje mede 1,74m). Passou a treinar com Bruno em Brasília e a torcer - e gritar - muito das arquibancadas sempre que os dois participavam dos mesmos torneios. O jogador, no entanto, evita assistir aos jogos da irmã.
- Eu adoro dar toques nela, ajudá-la a corrigir os erros, sempre nessa interação. Mas só durante os treinos. Nos jogos eu não consigo controlar o meu nervosismo, então prefiro nem ver. Acho melhor conversar depois, com calma. Ela está super bem, tem tudo para estar no lugar de outras atletas experientes daqui a alguns anos e levar uma carreira longa - disse Bruno.
Na família Ferramenta, Rhooney e Rhuan não apenas acompanham os jogos um do outro, como também compartilham informações. Mais velho, Rhuan deixou o sonho de ser jogador de lado por oito anos para trabalhar e estudar. Formado em Educação Física, correu o mundo como assistente técnico na equipe de Adriana Behar e Shelda até decidir tentar mais uma vez a sorte como atleta. Como ainda disputa challengers e o Nacional, conta com os toque do caçula, que tem ranking suficiente para entrar diretamente no Open, para conhecer melhor os novos adversários.
- Outro irmão mais velho, o Arésio, que começou no vôlei, mas o Rhuan foi o primeiro a seguir carreira profissional. Teve que parar, virou técnico, mas acho que ele se animou com os meus resultados e, como ainda está novo (28 anos), voltou jogar. Como é a primeira vez que ele joga entre os principais nesse novo sistema, estou dando essa força, passando o jeito dos rivais em quadra. Nós implicamos um com o outro quando jogamos contra, mas torcemos demais pelo sucesso um do outro. Estamos sempre nos falando para saber dos resultados, trocando informações. É um barato - contou Rhooney.
Curiosamente, dois irmãos que são parceiros em quadra pouco se falam fora dela. Atuais campeões brasileiros sub-21 e os mais jovens no Open de Belo Horizonte, Guto e Marcus moram juntos, mas evitam contato quando não estão jogando. Os dois, que são treinados pelo pai, o ex-jogador Big, não brigaram abertamente, mas foram gradativamente se distanciando devido ao desgaste pela convivência em tempo integral. Para o caçula, a separação da vida profissional com a familiar pode ser positiva para o relacionamento dos dois.
- Dentro de quadra nosso objetivo é o mesmo, ganhar, então a gente até se fala mais. Mas fora, só o essencial. Para ser sincero, eu nem lembro mais o motivo, mas já tem muito tempo que ficamos assim. Antes meu pai até tentava juntar a gente, mas agora não tenta mais. Brigar é normal e bastaria separar para depois fica tudo bem. Mas com a convivência, junto o tempo todo, intensifica qualquer desentendimento. Estamos pensando em abrir (desfazer a parceria) depois que vencerem nossos contratos. Acho que isso pode ajudar a melhorar a nossa situação - admitiu Guto.
Exemplos a serem seguidos em casa
Em 2009, foi a vez de Bárbara dar um "empurrãozinho" para Ricardo correr atrás do sonho de também viver do esporte. Advogando há mais de um ano, ele foi apresentado à Letícia Pessoa, atual técnica de Alison e Emanuel, quando a irmã namorava o capixaba - na época parceiro de Harley. Como a equipe precisava desenvolver um programa de estatísticas, Ricardo juntou-se ao irmão Eduardo para atender à demanda. Desde então, seguiu carreira como assistente técnico.
- Eu parei de jogar porque eu vi que eu não tinha condição de ser top, mas via que a Bárbara podia ser. Desde que parei de jogar, sempre que podia, eu ia com ela nas viagens. Sempre gostei de ver jogos, vídeos, estatísticas. Foi uma mudança de vida enorme, mas eu adoro o que eu faço. Assisto aos jogos de adversárias quando ela pede e é possível, mas não gosto muito de ver os dela em si. Eu sofro muito mais vendo os jogos dela do que os do Emanuel. Sei que vou ficar tenso, nervoso. Aqui é trabalho, mas ali é família, né?
FONTE:
http://sportv.globo.com/site/eventos/circuito-brasileiro-de-volei-de-praia/noticia/2012/10/dos-corujas-aos-brigados-etapa-de-bh-tem-irmaos-de-cinco-familias-distintas.html
mineiro.Dentro e fora de quadra, cada um interage com o outro de uma forma peculiar. Enquanto Júlia torce à beira da quadra de Bruno Schmidt, Ricardo prefere não assistir aos jogos de Bárbara Seixas, e Guto e Marcus, apesar de parceiros no jogo, evitam contato enquanto não estão competindo. Próximos ou nem tanto, todos tentam dar orgulho aos pais a sua maneira. De preferência, com vitórias e sorrisos que entreguem os traços semelhantes.
Os que conversam muito e os que pouco se falam
Bruno brinca com a irmã caçula, Júlia Schmidt
(Foto: Helena Rebello / Globoesporte.com)
(Foto: Helena Rebello / Globoesporte.com)
- Eu adoro dar toques nela, ajudá-la a corrigir os erros, sempre nessa interação. Mas só durante os treinos. Nos jogos eu não consigo controlar o meu nervosismo, então prefiro nem ver. Acho melhor conversar depois, com calma. Ela está super bem, tem tudo para estar no lugar de outras atletas experientes daqui a alguns anos e levar uma carreira longa - disse Bruno.
Júlia grita na torcida pelo irmão, agora parceiro de Pedro Solberg (Foto: Helena Rebello / Globoesporte.com)
Rhooney e Rhuan Ferramenta trocam informações
(Foto: Helena Rebello / Globoesporte.com)
(Foto: Helena Rebello / Globoesporte.com)
Curiosamente, dois irmãos que são parceiros em quadra pouco se falam fora dela. Atuais campeões brasileiros sub-21 e os mais jovens no Open de Belo Horizonte, Guto e Marcus moram juntos, mas evitam contato quando não estão jogando. Os dois, que são treinados pelo pai, o ex-jogador Big, não brigaram abertamente, mas foram gradativamente se distanciando devido ao desgaste pela convivência em tempo integral. Para o caçula, a separação da vida profissional com a familiar pode ser positiva para o relacionamento dos dois.
Marcus e Guto são os atuais campeões brasileiros
sub-21, mas se falam pouco (Laudemir Nogueira)
sub-21, mas se falam pouco (Laudemir Nogueira)
Exemplos a serem seguidos em casa
Fernandão e Fábio Luiz : caçula busca maturidade
e força do medalhista olímpico (Helena Rebello)
e força do medalhista olímpico (Helena Rebello)
Bárbara e Ricardo Seixas: um incentiva o sonho do outro no vôlei (Foto: Helena Rebello / Globoesporte.com)[
- Eu parei de jogar porque eu vi que eu não tinha condição de ser top, mas via que a Bárbara podia ser. Desde que parei de jogar, sempre que podia, eu ia com ela nas viagens. Sempre gostei de ver jogos, vídeos, estatísticas. Foi uma mudança de vida enorme, mas eu adoro o que eu faço. Assisto aos jogos de adversárias quando ela pede e é possível, mas não gosto muito de ver os dela em si. Eu sofro muito mais vendo os jogos dela do que os do Emanuel. Sei que vou ficar tenso, nervoso. Aqui é trabalho, mas ali é família, né?
FONTE:
http://sportv.globo.com/site/eventos/circuito-brasileiro-de-volei-de-praia/noticia/2012/10/dos-corujas-aos-brigados-etapa-de-bh-tem-irmaos-de-cinco-familias-distintas.html