Djokovic destrói raquete, reage, bate Murray e fatura o Masters de Xangai
Após ataque de fúria no primeiro set, sérvio se recupera, salva cinco match points do escocês e vence de virada após 3h20m para conquistar título inédito
Por SporTV.comXangai, China
Cada um teve seu momento de fúria. Novak Djokovic explodiu na reta final do primeiro set, quando deu um bico no bom humor e esmagou a raquete no chão com quatro pancadas. Andy Murray não ficou para trás e repetiu o ato quando perdeu a segunda parcial. Assim caminhou a decisão do Masters 1.000 de Xangai neste domingo, com tensão à vontade nos dois lados da rede e, mais do que isso, dois grandes tenistas com os dentes cerrados na disputa do troféu. Onze quebras de saque, gritos, reclamações, xingamentos, punhos cerrados nas comemorações. E o último a ficar de pé na batalha de 3h21m foi o sérvio que ocupa a segunda posição do ranking. Após salvar cinco match points, Djoko venceu de virada por 2 a 1 (5/7, 7/6, 6/3) e festejou o inédito título no piso duro chinês. Foi o jogo mais longo da história do torneio, e certamente um dos mais tensos. A vitória suada do número 2 do mundo aproxima Djokovic de Roger Federer, que lidera o ranking mundial. O sérvio passa a ser o único tenista a conquistar sete Masters diferentes, dos nove que são disputados. Terceiro do ranking, Murray não conseguiu repetir o resultado do US Open, quando bateu o adversário na decisão - de lá para cá, Djokovic não perdeu mais.
Novak Djokovic com a bandeira da China ao fundo: título suado neste domingo (Foto: AFP)
O primeiro set foi um festival de quebras. Nos oito primeiros games, o serviço só foi confirmado uma vez para cada lado. Com os dois tenistas emplacando boas devoluções, o placar seguiu empatado até o 11º game, quando Murray conseguiu outra quebra, e Djoko perdeu a cabeça. O sérvio chegou a abrir 40 a 0, mas cometeu erros bobos. Esmurrou a raquete quatro vezes no chão até destroçá-la, antes de arremessá-la longe. No game seguinte, Murray ainda perdeu um set point, mas confirmou seu saque e fechou a parcial em 7/5. O segundo set teve roteiro oposto ao do primeiro. Os serviços finalmente funcionaram, e a primeira quebra só veio no sétimo game, a favor do escocês. Djokovic continuava nervoso, aparentemente ainda sob efeito da raquete quebrada na parcial anterior, mas conseguia se manter vivo no jogo. No décimo game, o número 2 do mundo voltou a sorrir. Foi num ponto disputadíssimo, em que ele devolveu uma bola no fundo da quadra por baixo das pernas e ganhou a disputa com uma deixadinha na rede. Ergueu o punho, sorriu para o público e mudou o rumo da partida. Ainda salvou um match point e devolveu a quebra.
Primeiro, Djokovic; depois, Murray: as raquetes sofreram (Foto: Editoria de Arte / Globoesporte.com)
Após duas confirmações, o set foi para o tie-break, e Murray teve outras quatro chances de conquistar o tricampeonato. Não conseguiu. Esbarrou na concentração do sérvio, que mantinha a cabeça no lugar enquanto o britânico não parava de falar, reclamar, xingar. Com paciência, Djoko venceu por 13 a 11 o game desempate com mais de 20 minutos e igualou a partida em sets: 1 a 1. Aí foi a vez de Murray quebrar sua raquete, irritado com a própria atuação. A terceira parte do jogo começou com o mesmo equilíbrio e os dois tenistas defendendo seus saques até o sexto game. No sétimo, Djokovic tirou mais um coelho da cartola e conseguiu sua quinta quebra no domingo para fazer 4/3. Após a confirmação no oitavo game, o sérvio jogou a pressão toda para o outro lado da rede. E Murray sentiu. Sem conseguir emplacar seu saque, o britânico cedeu outra quebra, desta vez fatal. Com 6/3 na parcial e 2 a 1 no jogo, o número 2 do mundo bateu no peito, cerrou o punho novamente e, com a raquete intacta, soltou o grito de campeão.