O técnico Caio Júnior gostaria de não tocar no assunto, mas o fez na entrevista coletiva após o revés por 2 a 1 para o Palmeiras. No entanto, o diretor de futebol do Criciúma, Cláudio Gomes, falou de forma incisiva sobre o lance ocorrido no segundo tempo, em que o Tigre estava na frente do Verdão e não teve uma penalidade máxima assinalada (veja o lance no vídeo).
O dirigente classificou o lance como “pênalti 3 em 1”, e ainda deixou evidente que o descontentamento com a arbitragem de André Luiz de Freitas Castro foi além do lance dentro da área alviverde.
- Mais uma vez somos vítimas de erros de arbitragem. Não podemos afirmar que o lance iria mudar o resultado. Tivemos um pênalti 3 a 1, escandaloso e pela primeira vez na história do futebol, o 3 a 1: um chutão, bola na mão e depois atropelam nosso atacante. Começa por aí. Talvez seria o 2 a 0 e a história do jogo iria mudar bastante. Antes, teve uma falta no nosso ataque que o João Vitor sofreu e a arbitragem interpretou de forma inversa e ainda deu um cartão amarelo para um volante que inibe, aos 29 minutos do primeiro tempo, toda a sequência dele na partida. Não ia poder fazer falta mais forte ou fazer algo que poderia gerar a expulsão. Começou por aí e depois tivemos uma sucessão de erros de auxiliares, num impedimento em que Silvinho estava um metro atrás, não ouviu a marcação e acabou discutindo com o goleiro e tomou o cartão.
Cláudio Gomes: "A mídia inteira tem que mostrar, foi um escândalo" (Foto: João Lucas Cardoso)
De acordo com Gomes, o Criciúma vai enviar uma representação à comissão de arbitragem do Brasileirão. Mas a atitude não o contenta. O diretor, na entrevista coletiva extraordinária após a partida deste domingo, questionou a existência de quarto árbitro e também dos adicionais, que ficam na linha de fundo e ao lado das balizas.
- O Criciúma nem precisa se manifestar sobre o pênalti. Acho que a mídia inteira tem que mostrar, porque foi um escândalo. Lógico que vamos encaminhar os erros de arbitragem que prejudicaram e o DVD do jogo. Um procedimento jurídico que será guiado às pessoas competentes a respeito de arbitragem do Brasileiro. Mas há outros erros. Não consigo entender o quarto árbitro ou o árbitro de linha, que não conseguem perceber três pênaltis num lance, que não conseguem chamar. Do outro lado o assistente marca uma falta que não houve. É dois pesos e duas medidas? Gostaria de saber.
O lance na primeira partida da edição de 2014 do Brasileirão fez o diretor de futebol lembrar de outros erros contra o clube no ano passado, pela mesma competição. Uma deles foi em uma partida em que o Criciúma se viu fortemente prejudicado numa derrota por 5 a 3 para o Cruzeiro, fora de casa, em que teve um jogador expulso de forma considerada injusta.
- No ano passado sofremos bastante com a arbitragem e parece que esse ano a coisa não mudou, que as pessoas que comandam o futebol não conseguem observar a responsabilidade que tem um clube como nosso e a seriedade em que as coisas são feitas. Essas coisas entristecem quem trabalha muito sério no futebol. Prefiro dizer que são erros. Podem dizer que erros acontecem, mas será que é sempre contra o Criciúma? São sempre contra o Criciúma?
Será que falariam o mesmo se fosse o inverso? Não posso falar que perdemos o jogo por causa disso, óbvio. Não podíamos tomar dois gols da forma que tomamos e isso tem que ser avaliado. No Catarinense não perdemos por arbitragem e conseguimos depois consertar os erros. Mas quando é de arbitragem não depende da gente.