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Esporte

Decoração, informação e preocupação em Londres a 30 dias da abertura

Cidade entra aos poucos no clima dos Jogos, mas sofre com a possibilidade de greve de motoristas de ônibus. Parque Olímpico ainda precisa de retoques

A contagem regressiva chegou a 30 dias, e Londres não poupa esforços para contagiar moradores e turistas com o clima olímpico. Faltando um mês para o início da competição, a capital britânica já “se veste” de Olimpíadas em meio ao corre-corre de sua população cosmopolita. Referências às inúmeras nações que disputarão medalhas a partir do dia 27 de julho já podem ser vistas nos pontos mais importantes da cidade, além de uma preocupação evidente com a funcionalidade durante os Jogos, principalmente no que diz respeito aos transportes.

Nesta quarta-feira, a exibição dos anéis olímpicos na T

ower Bridge foi o ponto alto da celebração dos 30 dias para a cerimônia de abertura – que contará também com a inauguração do Centro de Imprensa. Os Jogos já fazem parte do cotidiano. Apesar dos festejos, porém, a cidade sofre com ameaça de greve de motoristas de ônibus e carece de acabamento no Parque Olímpico.

Bandeiras, ‘festa junina’ e atletas como celebridades
A mais recente evidência da preocupação londrina em cativar moradores e visitantes com o clima olímpico foi a decoração de uma das ruas mais movimentadas da cidade: a Regent Street, famoso ponto de compras da cidade. No local, bandeiras de dezenas de nações estão expostas, em atitude que mexe com o patriotismo de cidadãos de todo o mundo que costumam passar diariamente pelo local.

À medida que os Jogos se aproximam, também é fácil perceber que atletas tomam o lugar de celebridades em publicidades espalhadas por telões, outdoors e, principalmente, nos tradicionais ônibus e táxis londrinos. Ao lado do popstar David Beckham, que deve defender o time britânico na competição, a atleta do heptatlo Jessica Ennis e o fundista Moh Farah são as estrelas do “Team GB”, como é chamada a delegação da Grã-Bretanha, que conta até mesmo com álbum de figurinhas.

Entre os protagonistas dos anúncios, no entanto, um brasileiro: Neymar, principal aposta do Brasil para conquistar o inédito ouro olímpico no futebol, desfila dando um voleio pelas avenidas britânicas.

Em Stratford, onde está localizado o Parque Olímpico, tudo gira em torno da competição. Principal porta de entrada para o local, a estação de trem e metrô é decorada com o desenho de bonecos praticando esportes olímpicos e paralímpicos. Além disso, o shopping localizado no caminho até o complexo de competições tem a imensa maioria de suas vitrines externas composta por artigos esportivos. Um fato curioso, por sua vez, chama a atenção: a decoração do bairro conta com pequenas bandeiras enfileiradas com a logo dos Jogos e os anéis olímpicos, como se fosse em referência as festas juninas, tradicionais no Brasil e que não existem na Inglaterra.

Museus recebem exposições olímpicas

A proximidade da abertura levou os Jogos também aos principais museus de Londres. Exposições sobre o tema podem ser vistas no British Museum e no Museum of London. O primeiro deles recebe as medalhas da edição atual tanto das Olimpíadas como das Paralimpíadas. É possível conferir ainda réplica das medalhas das disputas de 1908 e 1948, também realizadas na capital da Inglaterra, além dos Jogos de Stoke Mandeville, que deram origem aos Jogos Paralímpicos.

Já a exposição no Museum of London tem como foco recordar momentos marcantes das três Olimpíadas realizadas na cidade, com fotos e artigos raros, como os programas oficiais e a tocha olímpica utilizada em 1948.

Trânsito: informação e preocupação

O que mais chama a atenção a um mês do início das Olimpíadas, porém, é a preocupação com o trânsito. Desde já, estações de metrô contam com avisos que deixam claro quais são as paradas mais próximas das arenas olímpicas, marcadas com um aviso rosa. Ao mesmo tempo em que o objetivo é facilitar a locomoção dos torcedores, a medida serve para evitar superlotação e distúrbios aos moradores, que vão manter suas rotinas normais de trabalho.

Para este público específico, as orientações são claras: evitar o uso de transporte público em trechos curtos ou fazer uso de linhas e trechos que estão fora do “circuito olímpico”. Pelas avenidas de toda Londres já são vistos também avisos de que o tráfego será alterado no período de 21 de julho até 11 de setembro, uma vez que ruas serão fechadas ou terão o sentido alterado, principalmente na região de Stratford. Por sinal, o estacionamento do shopping center do bairro, o maior da Europa, já foi fechado, conforme informam placas luminosas nos arredores do Parque Olímpico, deixando claro que a circulação de veículos durante os dias olímpicos será bem restrita.

Tanta organização, no entanto, pode esbarrar em um problema inesperado: a greve de motoristas de ônibus. Preocupados com a possível sobrecarga de trabalho durante a competição, eles cobram um bônus de 500 libras (cerca de R$ 1.600) para o período e já realizaram uma paralisação na última sexta-feira. O governo fez uma contra-proposta de 350 libras e viu os protestantes aumentaram o pedido para 600. Caso o impasse não seja solucionado, a previsão é de problema para o fim de julho.

Parque Olímpico ainda precisa de retoques


Outro ponto que chama a atenção negativamente, apesar da tranquilidade do comitê organizador, é o Parque Olímpico. Já inaugurado e aprovado em série de eventos-testes, o local tem as arenas de competição concluídas, mas ainda sofre com a falta de acabamento nos arredores. Apesar de fechado para o público desde então, uma volta em torno complexo deixa evidente que obras ainda seguem a todo vapor.

Entulhos, tratores, contêineres e andaimes fazem parte da paisagem do Parque, que será aberto para jornalistas nesta quarta-feira, na inauguração do centro de imprensa. Na parte interna, o Estádio Olímpico também ainda sofre retoques finais, com a fachada sendo coberta por um material que permitirá a criação de um painel durante os Jogos, conforme previsto no projeto inicial.



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