De joia argentina a "chefinho" no Barça: Mascherano reencontra o River
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De joia argentina a "chefinho" no Barça: Mascherano reencontra o River



Na decisão do Mundial, defensor enfrenta o clube onde foi criado, com a mesma personalidade e grande respeito internacional, e garante: "Não misturo as coisas"



Por
Yokohama, Japão


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Em meio a tantos astros no Barcelona e ídolos da torcida no River Plate, Javier Mascherano é uma das figuras centrais no confronto entre as equipes pelo título mundial, no próximo domingo, às 8h30 (de Brasília) - o GloboEsporte.com acompanha em Tempo Real, e o SporTV transmite ao vivo. Pela segunda vez na carreira, o argentino enfrentará a equipe que o lançou ao mundo do futebol, após quase 10 anos, que serviram para mudar sua moral dentro do esporte e até mesmo sua posição de origem, mas nunca a sua personalidade.

O tempo que separou aquele duelo nos tempos de Corinthians do confronto no Japão fez Mascherano deixar de ser uma joia da base argentina para se tornar um atleta precioso dentro de um dos melhores clubes do mundo. O jogador com fama de durão e violento deu lugar a um líder nos vestiários do Barcelona e da seleção argentina, a ponto de ganhar o apelido de "chefinho" (jefecito, em espanhol) - do qual já disse não gostar.

- O futebol é assim. Nesse sentido, não misturo as coisas, sou bastante frio. Hoje meu lugar no mundo é o Barcelona, como foi o River em seu momento. Agora é no Barcelona e quero que o Barcelona se saia da melhor maneira, pois me beneficiará - disse, sobre o confronto contra o River neste domingo.
Nascido em uma província próxima a Buenos Aires, Mascherano construiu fama dentro do futebol nacional ainda nas categorias de base do River Plate, fazendo com que ele fosse contra à ordem mais natural em sua carreira, estreando primeiro na equipe principal da seleção argentina do que entre o profissionais do time de Buenos Aires.

Aos poucos, a experiência em competições internacionais nas categorias inferiores foi dando destaque ao jovem no time nacional e, aos 20 anos, Mascherano era titular da seleção. Mais do que isso: o volante mostrava capacidade - e coragem - para falar em nome do grupo, até mesmo nas horas mais complicadas, como a derrota para o Brasil na final da Copa América de 2004, quando encarou os jornalistas e comentou o jogo histórico. A evolução precoce foi uma marca da carreira do jogador.
Sua trajetória entre os profissionais do River não durou muito tempo, com o Corinthians contratando-o como um dos astros para o Brasileirão de 2005. Mascherano chegou ao país vizinho sendo campeão e titular absoluto ao lado do compatriota Tévez, em uma temporada que abriu a porta de entrada para o futebol europeu. Um de seus últimos jogos com a camisa do Timão foi justamente o seu único confronto contra os Millionarios até hoje - o volante foi expulso, e os argentinos venceram por 3 a 2.
Meses depois, o Corinthians se viu envolvido em uma crise pela eliminação da Taça Libertadores justamente para o River, se desfazendo de seus astros: Tévez e Masche, que foram para o West Ham. Javier logo foi emprestado para o Liverpool, onde agradou e foi contratado em definitivo na janela de transferências seguinte. Jogando na badalada Premier League, reforçou de vez a fama de violento, mas muito útil no meio de campo - tanto que recebeu a oportunidade de jogar no Barcelona, campeão de tudo o que disputou um ano antes.

O começo no futebol espanhol não foi tão fácil, mas lá Mascherano alcançou o seu auge. De volante que não amaciava nas divididas, passou a uma boa alternativa para o veterano Puyol na zaga. No Camp Nou, deixou para trás a fama que o perseguiu no futebol inglês e passou a ser notado pela liderança e raça em campo - características que pouco se alinham à bandeira do Barcelona de jogo bonito, mas que foi muito bem recebida pela torcida.

Hoje, Mascherano é visto como peça-chave para o Barça, e muitos de seus companheiros deixam claro que o argentino não recebe o valor merecido. Mas dentro do grupo ele tem esse reconhecimento, tendo sido eleito um dos quatro capitães da equipe. Um chefezinho, que, apesar de não gostar do apelido que o concederam na Espanha, sabe que trata-se de uma alcunha que define seu momento mais orgulhoso da carreira.


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/mundial-de-clubes/noticia/2015/12/de-joia-argentina-chefinho-no-barca-mascherano-reencontra-o-river.html





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