Liedson celebra gol pelo Timão (Foto: Ag. Estado)
Em tempos de craques precoces, como Neymar e Lucas, Liedson mostra que o inesperado também faz parte do esporte. Filho de um pescador e de uma dona de casa, o Levezinho reforçava o orçamento familiar trabalhando desde a infância. Nas horas vagas, nos fins de semana, aproveitava para ganhar um dinheiro extra participando de equipes amadoras, em Valença. Até que a grande chance surgiu.
- Eu tinha quase 22 anos quando fui chamado para disputar um torneio intermunicipal com mais de 80 times. Nossa equipe foi vice-campeã, e terminei como artilheiro, com 14 gols em 15 jogos. O Poções-BA me ofereceu um teste, fui aprovado e acabei deixando o emprego no supermercado – contou o atacante, que trabalhou também como ajudante de pintor e de pedreiro, carpinteiro, auxiliar de mecânico, porteiro de hospital e carregador de malas em hotel.
Enfim profissional, o atacante ainda rodou por clubes menores, como Prudentópolis-PR e Inter de Santa Maria-RS, de onde acabou dispensado por causa do biotipo franzino. Parecia o fim. Mas o início da arrancada rumo ao sucesso viria no Coritiba, onde foi artilheiro da Copa Sul-Minas, também com 14 gols, em 2002. Em seguida, ainda brilhou no Flamengo e no Corinthians antes de virar ídolo do Sporting, de Portugal. Naturalizado, viveu seu auge em 2010 com a convocação para a Copa do Mundo da África do Sul.
O longo caminho até brilhar, porém, poderia ter sido outro. Aos 15 anos, Liedson foi levado ao Vitória para fazer um teste nas categorias de base. A aprovação dos treinadores veio. Faltou apenas o interesse do Rubro-Negro em levá-lo para suas divisões inferiores. O garoto retornou a Valença e, por algum tempo, desistiu de tentar a carreira.
Liedson festeja gol marcado contra Coreia do Norte na Copa do Mundo (Foto: Getty Images)
Se o momento é de relembrar o passado, o Bahia precisará de muita atenção nesta quarta-feira. Apesar de não ter continuado no clube, Liedson revela que era torcedor do Vitória, grande rival do Tricolor baiano. Ele não atua no estado desde 20 de outubro de 2003, quando o Flamengo derrotou o Rubro-Negro baiano por 2 a 1. Na ocasião, fez um dos gols.
- Torcia pelo Vitória. Minha família toda também, mas agora todo mundo virou corintiano – disse.
Apesar de ter virado referência como “homem-gol” no Brasil e na Europa, Liedson não esquece das origens. Realizado profissionalmente e perto do fim da carreira, o atacante é patrocinador do Bolívia Futebol Clube, time amador do bairro em que morou na juventude, em Valença. Mais do que fornecer os uniformes, ele incentiva os atletas com “premiações” por vitórias, atitude bastante comum no esporte de alto nível. Os resultados, contudo, estão batendo na trave: foram quatro segundos lugares no campeonato municipal.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/corinthians/noticia/2011/06/de-empacotador-artilheiro-liedson-volta-bahia-como-idolo-e-investidor.html