O maior de todos. Ao tocar a borda em primeiro lugar nos 50m costas da classe S5, em 34s99, nesta quinta-feira, Daniel Dias fez mais do que quebrar o recorde mundial e esticar sua rotina de ouros nos Jogos Paralímpicos de Londres. Fez história. E por mais clichê que pareça a definição, ela se torna inevitável diante da vitória que coloca o paulista de Campinas como maior atleta paralímpico do Brasil em todos os tempos. Daniel iguala Clodoaldo Silva e Ádria Santos com 13 pódios, mas se destaca ao subir pela oitava vez no degrau mais alto.
Daniel dominou a prova toda nesta quinta-feira. Garantiu seu quarto ouro em Londres sem dar chance para o principal rival, o chinês Junquan He, que ficou com a prata ao cravar o tempo de 36s41. O bronze ficou com o húngaro Zsolt Vereczkei (38s92).
A consagração nas piscinas londrinas se torna ainda mais impressionante quando se leva em conta que, até oito anos atrás, a prática esportiva sequer fazia parte do cotidiano de Daniel. A natação surgiu como uma possibilidade graças aos seis ouros e uma prata de Clodoaldo em Atenas 2004. Hoje, aos 24 anos, o fã superou definitivamente as marcas do ídolo. E a bagagem de volta para o Brasil pode ser ainda mais pesada: ele ainda tem os 50m borboleta, os 100m livre e o revezamento 4x100m medley pela frente.
As próximas provas, inclusive, fizeram com que Daniel Dias evitasse maiores comemorações da marca alcançada nesta quinta. Preocupado em não perder o foco, o nadador deixou a festa para depois de sábado, quando se despede dos Jogos de Londres.
- Volto a dizer: ainda não (quero pensar nisso). No momento, vou deixar para vocês (jornalistas). Mas depois vou falar disso com clareza. Ainda tenho mais três provas e estou com o foco nisso. Está dando certo. Então, vou continuar assim. No final, vamos comemorar todos juntos. Tudo foi muito rápido. Tenho que agradecer a Deus por esse dom que me deu. Estou apenas aprimorando.
O brasileiro admitiu que, vez ou outra, pensa em tudo que tem realizado em tão pouco tempo no esporte, mas garantiu que se tornar o maior de todos os tempos nunca foi sua prioridade.
- Passa pela cabeça (o recorde), mas estou aqui com o objetivo de ajudar o Brasil. Nunca vim pensando em medalhas, mas em melhorar minhas marcas. Graças a Deus, isso tem dado certo. Procuro pensar no conjunto.
Ao ultrapassar Clodoaldo Silva, Daniel Dias vê um filme passar por sua cabeça e as lembranças da adolescência, quando viu o hoje “rival” triunfar em Atenas-2004, surgem naturalmente. Mais do que ser o maior vencedor, o paulista acredita que o mais importante é mostrar a jovens a capacidade, independentemente das limitações.
- Assim como me inspirei em Clodoaldo, outras pessoas se inspiram em mim. Esse é o ciclo da vida. É uma grande honra. O Brasil está carente disso. Fico orgulhoso de crianças sem nenhum tipo de deficiência chegarem para falar: “Você é um exemplo para mim”. Nunca imaginei isso na vida - relatou o multicampeão.
- Tenho um adversário de 55 anos (o espanhol Sebastian Rodriguez). Quem sabe não vou até lá... (risos).
A coleção de oito ouros, quatro pratas e um bronze em Paralimpíadas é o ponto alto de um currículo que conta ainda com 19 títulos em Jogos Pan-Americanos e oito em Mundiais. Daniel Dias é detentor também de dez recordes mundiais e se tornou, em 2009, o quarto brasileiro a conquistar o Prêmio Laureus, o “Oscar do Esporte”, em lista que conta ainda com Pelé, Ronaldo Fenômeno e Bob Burnquist.
Daniel dominou a prova toda nesta quinta-feira. Garantiu seu quarto ouro em Londres sem dar chance para o principal rival, o chinês Junquan He, que ficou com a prata ao cravar o tempo de 36s41. O bronze ficou com o húngaro Zsolt Vereczkei (38s92).
A coleção só aumenta: Daniel Dias tem agora oito ouros paralímpicos (Foto: Getty Images)
As próximas provas, inclusive, fizeram com que Daniel Dias evitasse maiores comemorações da marca alcançada nesta quinta. Preocupado em não perder o foco, o nadador deixou a festa para depois de sábado, quando se despede dos Jogos de Londres.
- Volto a dizer: ainda não (quero pensar nisso). No momento, vou deixar para vocês (jornalistas). Mas depois vou falar disso com clareza. Ainda tenho mais três provas e estou com o foco nisso. Está dando certo. Então, vou continuar assim. No final, vamos comemorar todos juntos. Tudo foi muito rápido. Tenho que agradecer a Deus por esse dom que me deu. Estou apenas aprimorando.
Daniel Dias festeja o ouro (Foto: Getty Images)
Pensando no conjuntoO brasileiro admitiu que, vez ou outra, pensa em tudo que tem realizado em tão pouco tempo no esporte, mas garantiu que se tornar o maior de todos os tempos nunca foi sua prioridade.
- Passa pela cabeça (o recorde), mas estou aqui com o objetivo de ajudar o Brasil. Nunca vim pensando em medalhas, mas em melhorar minhas marcas. Graças a Deus, isso tem dado certo. Procuro pensar no conjunto.
Ao ultrapassar Clodoaldo Silva, Daniel Dias vê um filme passar por sua cabeça e as lembranças da adolescência, quando viu o hoje “rival” triunfar em Atenas-2004, surgem naturalmente. Mais do que ser o maior vencedor, o paulista acredita que o mais importante é mostrar a jovens a capacidade, independentemente das limitações.
- Assim como me inspirei em Clodoaldo, outras pessoas se inspiram em mim. Esse é o ciclo da vida. É uma grande honra. O Brasil está carente disso. Fico orgulhoso de crianças sem nenhum tipo de deficiência chegarem para falar: “Você é um exemplo para mim”. Nunca imaginei isso na vida - relatou o multicampeão.
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Apenas em sua segunda edição de Paralimpíadas, Daniel Dias ainda está longe da americana Trischa Zorn, maior medalhista da história, com 46 pódios (32 ouros). No que depende da idade, porém, o brasileiro vai em busca da marca.- Entenda os critérios de classificação funcional nas Paralimpíadas
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- Tenho um adversário de 55 anos (o espanhol Sebastian Rodriguez). Quem sabe não vou até lá... (risos).
A coleção de oito ouros, quatro pratas e um bronze em Paralimpíadas é o ponto alto de um currículo que conta ainda com 19 títulos em Jogos Pan-Americanos e oito em Mundiais. Daniel Dias é detentor também de dez recordes mundiais e se tornou, em 2009, o quarto brasileiro a conquistar o Prêmio Laureus, o “Oscar do Esporte”, em lista que conta ainda com Pelé, Ronaldo Fenômeno e Bob Burnquist.